CAPÍTULO XXXVIII ㅡ Baby, Fica Comigo

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Kim Namjoon



22 de dezembro.

Eu tinha acabado de me sentar na mesa com meu prato de comida para almoçar quando vi acender a tela do celular.

Dezoito graus e minhas mãos estavam suando ao redor do cabo da colher. Só de ler o início das mensagens na barra das notificações, meu coração já quis sair pela boca.

Pela primeira vez eu demorei alguns minutos para conseguir abrir a conversa.

Um tempo com a comida mastigada descansando na minha boca sem que eu conseguisse mover um músculo

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Um tempo com a comida mastigada descansando na minha boca sem que eu conseguisse mover um músculo. Até uma risada incrédula com uma pitada de insanidade escapar num sopro.

Eu brinquei com Hoseok que esperava que o que Kim tinha para me dizer não fosse um adeus ou algo do tipo ㅡ talvez porque no fundo tivesse medo dessa possibilidade, mesmo que me parecesse irreal ㅡ e no fim das contas era exatamente isso.

Como me odiei naquele momento por ter feito aquela brincadeira idiota. Senti como se ter cogitado aquilo ironicamente pudesse ter atraído a situação. Mesmo que fosse um sentimento ridículo, já que as coisas já estavam acontecendo quando tive aquela conversa com meu amigo.

Minha completa falta de reação não demorou muito, logo deu lugar a uma palpitação intensa e uma tremedeira nos olhos.

Não, não pode ser. Ele só pode estar brincando.

Li e reli tudo aquilo inúmeras vezes. Até quase decorar. Ele permaneceu online durante todo o tempo em que repeti aquelas palavras na minha cabeça e também em voz alta ㅡ na tentativa de entender se era mesmo real ou eu estava delirando.

20 minutos.

Exatos vinte minutos relendo as mesmas seis mensagens de texto. Alternando a reação entre as releituras e a dissociação com o olhar perdido em um ponto qualquer da cozinha.

Vinte minutos inerte na cadeira, movendo apenas meus olhos e meus dedos deslizando sobre a tela. Até que eu conseguisse reagir.

E minha única reação possível foi um impulso irracional. Em menos de um segundo, em um brusco movimento, cliquei no item para fazer uma chamada.

Ele ainda estava online.

Chamou uma, duas, quatro vezes. Até que o bipe de espera cessasse. Mas não ouvi nada do outro lado da linha. Tirei rapidamente o telefone do ouvido e conferi a tela para ver se ele tinha mesmo atendido ou se tinha desligado a chamada.

Ele tinha atendido. Mas não disse nada.

ㅡ A-alô?

Oi...

Suspirei de alívio e de desespero só de ouvir a sua voz depois de tanto tempo.

Não consegui responder de imediato. Eu, na verdade, não fazia ideia do que falar. Agi por impulso mais uma vez e de repente paralisei.

Demasiado Humano • OT7Onde histórias criam vida. Descubra agora