Jeong Hoseok
Há algumas semanas não via Taehyung. Desde aqueles dias insanos em que ele precisou lidar com o reencontro inacreditável do seu primeiro amigo de infância.
Ele precisou de um tempo. Eu também precisava fazer minhas coisas. E os dias foram se passando.
Eu senti sua falta.
Uma vez um colega me questionou o porquê de eu sentir falta, se quando não estava com um estava com o outro. Respondi perguntando o que diabos uma coisa tinha a ver com a outra?
Eu amava a dois homens de todo o meu coração. Dois homens. Duas pessoas. Dois seres humanos. Cada um era um. E um jamais supriria a necessidade que eu tinha do outro. Porque eu não queria apenas um beijo. Uma transa. Um abraço. Um toque de uma mão qualquer na minha. Eu queria o beijo de Yoongi. Eu queria a transa de Taehyung. Queria aquele abraço específico com aquele cheiro específico. Eu queria aquelas mãos com unhas longas tocando a minha. Nada nem ninguém no mundo poderia substituí-los em minha vida.
ㅡ Psiu! Seok! ㅡ Ouvi um sussurro me chamando e me virei num breve susto.
ㅡ Tae! O que... por que você tá cochichando?!
ㅡ A diretora mandou você comparecer na minha sala em cinco minutos, se não vai ser suspenso.
ㅡ Que diretora?! Como assim susp...
Ele piscou e fez um sinal de ok com os dedos antes de dar as costas e sair, me deixando falar sozinho.
Fiquei alguns segundos com cara de tacho, confuso. O vendo afastar.
ㅡ Nós temos uma diretora? ㅡ Pensei em voz alta, tirando as luvas das mãos dedo por dedo e as pendurando em qualquer canto antes de virar em meu próprio eixo algumas vezes até finalmente ir em direção à sua sala.
Bati três vezes na porta, como sempre fazia. Ele demorou alguns segundos para gritar lá de dentro que estava aberta. Pressionei a maçaneta e a empurrei devagarzinho. Enfiando minha cara para espiar antes de entrar com o resto do corpo.
ㅡ Tae?
Nenhuma resposta. Ninguém na sua mesa. O sofá também estava vazio.
ㅡ Taehy? Onde...
Fui interrompido por um abraço inesperado. Ele estava atrás da porta me esperando. Me agarrou fazendo cócegas e rindo, cheirando meu pescoço, enquanto discretamente fechava a porta com o pé.
ㅡ Porra, você quer me matar?!
ㅡ Quero. Matar de cheirinho gostoso.
ㅡ Tae... ㅡ suspirei piscando pesado, tentando recuperar a respiração depois do susto.
ㅡ Você tá muito ocupado? Tô com saudade.
ㅡ Você fez tudo isso só porque tá com saudade?
ㅡ Sim.
ㅡ Você não presta! ㅡ Reclamei contraditório agarrando seu pescoço, me dando por vencido ㅡ Não faz mais isso comigo... eu não sou muito tolerante à sustos.
ㅡ Desculpa, meu bem. ㅡ Voltou manhoso ao meu cangote ㅡ Tem compromisso depois do expediente?
ㅡ Tenho uma faxina pra fazer na minha casa.
ㅡ Ah não, que chato. Acho que sua casa não vai ficar chateada se você adiar.
ㅡ Eu já tô adiando há umas três semanas, Tae. ㅡ Não consegui mais soltar seu pescoço e ele já estava tão bem encaixado com os braços em volta da minha cintura.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Demasiado Humano • OT7
Hayran KurguEssa não é uma história de amor. É uma história sobre a condição humana a qual estamos fadados. Condição que nos faz contraditórios. Vulneráveis. Que nos limita às circunstâncias deste mundo material, mas nos permite sentir para além da nossa compre...