CAPÍTULO III ㅡ Deixa Queimar

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Kim Namjoon

Depois de finalizar o pagamento de um pedido de dois waffles de chocolate amargo com um irish coffee, completamente perturbado por não entender como alguém conseguia almoçar aquilo, ouvi uma voz me dizer as palavras mais bonitas que já escutei em toda minha vida:

ㅡ Vai almoçar, Joon. Já deu seu horário. Está liberado.

ㅡ Hoona eu tenho vontade de te tascar um beijo na boca quando te ouço falar isso, mas respeito seu casamento ㅡ sussurrei eufórico para que ela não me ouvisse mesmo que já estivesse caminhando para longe.

Comecei a desamarrar o avental caminhando para perto do caixa novamente só para anotar meu pedido de almoço e em seguida arrumar minhas coisas.

Enquanto escrevia em um post-it sobre o balcão que eu queria um Sanduíche Da Casa ㅡ o qual era tão grande e adubado que servia tranquilamente de almoço para uma draga como eu ㅡ e uma vitamina de beterraba com abacate, fui pego desprevenido, quase soltando um agudo alto, ao escutar as esmurradas sincronizadas das mãos de alguém no balcão à minha frente.

ㅡ Me dá um almoço hoje por favor, paga meu almoço só hoje por favorzinho, juro que não te peço mais nada essa semana, por favor.

ㅡ Puta que o pariu, garota! ㅡ esbravejei sussurrado, para não chamar atenção de ninguém, colocando a mão no peito em resposta ao susto colossal que acabara de levar e olhando para ela com sangue nos olhos.

ㅡ Por favor, Joon! Eu estou morrendo de fome! Tenho que voltar para a faculdade em uma hora, tenho trabalho para apresentar daqui a pouco e preciso ensaiar com o grupo, mas tu sabe que se eu não comer nada eu vou desmaiar no meio da rua, por favor! ㅡ Ela tagarelava seu drama sem pausa tentando me convencer com uma cara de quem estava passando fome há meses.

ㅡ Oi , porra! Boa tarde para você também! Cadê o teu dinheiro, huh?! ㅡ reclamava ainda com ódio pelo susto e sem paciência para o drama. ㅡ Esse estágio não está te pagando, não?

ㅡ Tu sabes que eu estou guardando para o Congresso, por favor, Joon!

ㅡ Cacete, garota, o que tu quer?! anotando o meu aqui, fala logo antes que eu desista.

ㅡ Eu te amo! Te amo! Te amo!ㅡ Ela respondeu vibrando em pulinhos quase indiscretos e se esticando balcão a dentro tentando alcançar minha cabeça com as mãos para deixar um beijo forçado. ㅡ O que tu pediu?

ㅡ Sanduíche Da Casa ㅡ respondi me esquivando da tentativa de contato da atriz profissional do drama.

ㅡ Pode ser o mesmo que o teu então! ㅡ concluiu com um sorrisão no rosto.

Daria minha vida por aquele sorriso.

Mas naquele momento ela não merecia ser lembrada disso, meu coração ainda estava a duzentos por hora por conta do maldito susto.

ㅡ Vai pegar uma mesa para a gente, vou arrumar minhas coisas e já vou aí ㅡ disse apontando com um bico para a área dos clientes do outro lado do balcão.

Respirando mais do que fundo, me dispus a arrumar minhas coisas nos fundos da cafeteria, onde os funcionários guardavam seus pertences antes de começar o trabalho.

Demasiado Humano • OT7Onde histórias criam vida. Descubra agora