CAPÍTULO LVI, parte 3 ㅡ Nós

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Jeon Jungkook
(Parte 3)



Foram horas e horas de conversa. Eu ainda estava de férias, mas Seok ia trabalhar no dia seguinte. O levei até em casa e nos despedimos com um abraço tão apertado e saudoso quanto o primeiro da noite. Ele me faz prometer que não sumiria de novo sem dar notícias. 

Gastei o resto da minha última semana de férias refletindo sobre o que eu precisava fazer, no que eu tinha que melhorar. O ponto de partida era sempre Jimin, mas depois ramificava para qualquer âmbito da minha vida. Ainda tinha tanto que aprender, mas sabia que muitas coisas eu já estava aprendendo. 

Na semana seguinte, voltei ao trabalho. A vida retomando aos poucos. Yoongi ficou tão feliz em me ver, mas estava visivelmente cansado pelas demandas recentes. Percebi que tocar na terra e mexer com todas aquelas plantas e flores me fez uma falta danada. Era mais terapêutico do que fui capaz de perceber aquele tempo todo.

Com Jimin a interação não se estendeu muito, como já imaginava. Não me ignorou em momento algum, muito menos me tratou mal. Só estava mesmo mais distante. Parecia focado nas suas coisas. Me esforcei para focar nas minhas também. Mas era incontrolável aquele sentimento de espera. Todos os dias. Na hora do intervalo. No fim do expediente. Quando chegava em casa e conferia o celular. 

Eu só queria que ficasse tudo bem logo.

Os dias foram se passando e a sexta-feira 13 enfim chegou. Seria a primeira vez que encontraria Jimin fora do ambiente de trabalho depois daquele dia. Só faziam duas semanas, mas no meu peito já pareciam anos. Talvez agora entendesse como ele se sentiu em agosto.

Botei a minha melhor roupa, o perfume que ganhei de seu Johan, soltei os cabelos lavados e me encarei no espelho respirando fundo, preparando a energia que em breve seria gasta em socialização. 

Estava mais nervoso para encontrar Jimin do que pelo aniversariante, confesso. Mas não deixei de comprar uma lembrancinha para ele. Na verdade, comprei na estrada quando estava voltando de Muna. 

Subi em Haru e fui-me embora até o lugar marcado. Estacionei onde deu e fui caminhando para a casa-bar tentando ignorar todas aquelas pessoas desconhecidas, tão jovens, tão cheias de energia. Talvez eu tivesse a cabeça errada para a minha idade ㅡ ou talvez só tenha gasto toda minha energia com os meus problemas antes de descobrir que tinha uma vida além deles.

Não demorei muito para encontrar a mesa onde estavam ㅡ quase ㅡ todos.

Mooa pulou no meu pescoço antes mesmo que o irmão. Já tínhamos dado um jeito de nos ver aqueles dias, mas parecia ser necessário o mesmo ritual de sempre. O abraço de Namjoon foi profundo. Respiramos juntos, sentindo o coração um do outro. O parabenizei e entreguei o pacotinho com um laço azul. Abriu empolgado com aquele seu sorriso espontâneo e já levemente embriagado no rosto. Agradeceu em delay por ter gastado um tempo apenas admirando o bracelete de aço feito à mão. Ficou encantado.

ㅡ Comprei na estrada. Achei a sua cara.

ㅡ Eu amei. Muito. Já me conheces né? É realmente a minha cara. 

ㅡ O artesão disse que essas padronagens aqui significam que a verdadeira vingança é ser forte, sobreviver e proteger, em alguma cultura aí que não me lembro o nome. Eu sei que ele pode ter inventado isso na hora só pra me fazer comprar, mas, honestamente, não tem nada mais você do que isso.

Namjoon abriu a boca e inspirou como se fosse falar algo, mas apenas sorriu. Me abraçou de novo e disse no meu ouvido que sentiu minha falta. Eu respondi que já tinha chorado muito aqueles dias e pedi para partirmos logo para a celebração. 

Demasiado Humano • OT7Onde histórias criam vida. Descubra agora