CAPÍTULO X ㅡ Eu Precisava De Alguém

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Kim Namjoon

A galeria estava um pouco cheia quando entramos.

Minha irmã com seus olhos curiosos logo se desvencilhou de mim e partiu para explorar a exposição.

Já eu, caminhei em passos lentos, quase parando, depositando minha atenção em cada detalhe de cada fotografia à minha frente conforme me movia.

Depois de um tempo percebi um pequeno grupo em frente a uma foto, junto a alguém que lhes explicava sobre ela. Eu não estava reparando em ninguém ali, mesmo ouvindo suas vozes e vendo que estava cheio, minha atenção estava focada cem por cento nas obras penduradas nas paredes e muretas de compensado.

Mas quando passei o olho por aquele pequeno grupo para conferir se Mooamni estava entre eles, minha atenção tomou um novo e incontrolável rumo.

Sem reação, estacionei os passos já quase parados e comecei a observá-lo atentamente. Eu não estava tão perto a ponto de me misturar ao pequeno aglomerado e ele estava totalmente focado no que estava fazendo, então não me percebeu ali.

ㅡ …isso! Imagem política e afeto. Se vocês perceberem, nesse segundo ambiente ㅡ apontou os conduzindo para a parte de trás da mureta em que estavam até o momento ㅡ a atmosfera dos registros se torna um pouco mais densa visualmente, pelos contextos urbanos sucateados e negligenciados, mas ao mesmo tempo a sensibilidade no olhar de Jinjeom continua extremamente visível.

A fluidez com que ele explicava sobre aquelas obras, a forma como ele gesticulava, a dedicação na escolha das palavras…

Escutá-lo ali foi como uma hipnose. Ele era muito bom e sabia exatamente o que estava fazendo.

Apesar de olhar mais nos olhos das crianças nas fotografias do que no das pessoas que o ouviam ao seu redor, ele demonstrava atenciosidade e respondia cada pergunta. Solícito e didático.

Não percebi o momento em que me aproximei, mas quando dei por mim já estava junto ao pequeno grupo. Atrás deles, silencioso, tentando não chamar atenção.

Mas a moça que estava na minha frente, que era baixinha e não passava da altura do meu ombro, de repente fez um comentário que findou com um questionamento e atraiu sua atenção. Que logo se moveu até o prédio de dez andares bem atrás dela.

Não teria como ele não me ver, a moça era miúda demais perto de mim e eu estava apenas a um passo dela.

Seus olhos me notaram enquanto ela tecia seu questionamento e, por um segundo, vacilaram sobre mim.

Percebi suas pálpebras tremelicarem por um instante, como se quisesse ter certeza do que via.

Eu quis desviar na hora, fiquei nervoso. Mas era impossível desviar daqueles olhos depois que eles me pegavam.

E o pior que poderia ter acontecido aconteceu.

ㅡ Perdão… você pode repetir a pergunta?

Ele se distraiu. Olhando para mim.

Ele também ficou nervoso.

Meu coração de repente pareceu um cavalo de corrida que arrancou sem mais nem menos em disparada depois de ouvir os tiros para o alto anunciando o início da maratona.

ㅡ Essas aqui são onde? ㅡ Escutei a voz feminina conhecida se metendo no meio das pessoas que o rodeavam e atraindo o olhar de todos, inclusive o dele.

ㅡ Todas as fotografias foram registradas na região periférica do leste de Arcoitown.

ㅡ Ela tem um olhar tão bonito que em algumas fotos nem parece uma área negligenciada, não é? Olha o sorriso dessa criança.

Demasiado Humano • OT7Onde histórias criam vida. Descubra agora