𝙿𝙰𝚂𝚂𝙰𝙳𝙾 - 𝙳𝙸𝙰𝚂 𝙰𝚃𝚄𝙰𝙸𝚂

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ღ꧁ღ╭⊱ꕥ ― Clara, NÃO!

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ღ꧁ღ╭⊱ꕥ ― Clara, NÃO!

― Calma, Liana! Respira, respira. ― A palma quente de Carol tocando meu ombro me acalmava.

Despertei, confusa, levando alguns momentos para entender onde estava. Gradualmente, percebi que estava na sala de Carol, deitada em seu sofá. Encarei-a em silêncio, perdida em pensamentos tumultuados.

― Você está bem? ― Carol me ajudou a sentar.

Me ajeitei no sofá, as imagens ainda girando na minha cabeça. Parecia que eu estava vivendo um filme.

A menina dos meus sonhos... aquele bebê. Eu sentia a dor de sua perda como se fosse real. Fechei os olhos e respirei fundo, permitindo que mais cenas viessem à tona. Em uma, eu fugia de homens até que um rapaz me ajudou. O pensamento dele fazia meu coração disparar, quase como quando eu estava com Rodrigo. Ele era alto, de cabelos loiros curtos, lembrando um militar, mas vestido de forma diferente. Seus olhos azul-esverdeados eram mais claros que os de Rodrigo.

Em outra cena, observávamos juntos o céu e as estrelas. Era tudo tão lindo, e eu me sentia segura ao seu lado. Ele falava algo, mas eu não conseguia ouvir. Então, voltei à clareira, sentindo o mesmo desespero de antes, e por fim, a última cena em um navio, vendo o mar sob o céu frio e escuro e a perda do meu bebê. Sim, porque ela era minha, ela era minha filha.

Carol me trouxe de volta à realidade. As emoções me sobrecarregaram, e eu chorei incontrolavelmente. Eu os amava, e não era pouco; era um amor profundo, que eu ainda podia sentir mesmo acordada. Carol me ofereceu um lenço e um copo d'água.

― Como isso é possível, Carol? Como é possível eu estar lá? Em outro lugar? Em outra época, com roupas diferentes? Eu era diferente! E esse homem? Quem era esse homem? ― Enxuguei as lágrimas que insistiam em cair.

― Calma, Liana. Provavelmente o que você viu foram fragmentos da sua outra vida. Eu disse que era possível, não disse? Foi a mesma cena da sessão anterior, se lembra?

Sim, eu me lembrava, mas desta vez foi diferente. Foi muito mais forte. Eu estava pasma, nunca tinha levado a sério essas histórias de outras vidas. Fiz a regressão com o intuito de achar algo nesta vida, algo que pudesse ter acontecido. Mas isso!? Isso era loucura.

― Meu Deus, Carol! Foi tão forte desta vez. Você anotou tudo o que eu disse?

― Sim, anotei. ― Ela sorriu. ― Normalmente, as sessões são gradativas, acontecem aos poucos.

Eu estava mais calma agora, as lágrimas estavam cessando. Assim, pude organizar meus pensamentos. Então, algo me veio à mente.

― Por que ele me deixou? ― Eu não conseguia entender. ― Ele me enganou, Carol! Não foi? ― Perguntei, extremamente triste com aquela constatação. Lembrar disso fazia meu coração doer.

Na semana passada, fiz uma sessão com a Carol. Em uma das cenas, eu estava em uma clareira. Estava devastada, pois meu amor havia me deixado. Eu não o via, mas eu sabia, sentia. Era uma dor imensa. Ao mesmo tempo em que eu o odiava por me deixar, eu também o amava. Eu sabia que o amava. Quando acordei, soube a razão do meu medo. Eu tinha certeza de que era dali que vinham meus bloqueios. Não sabia explicar, era como se, naquele momento, quando abri meus olhos, eu soubesse que estava livre. Era como se carregasse uma bagagem muito pesada. Pesada demais, e depois daquele momento, eu a tivesse largado. Me sentia mais leve, uma nova pessoa.

𝙰𝙺𝙰𝙸 𝙸𝚃𝙾 - 𝙵𝚒𝚘 𝚟𝚎𝚛𝚖𝚎𝚕𝚑𝚘 𝚍𝚘 𝚍𝚎𝚜𝚝𝚒𝚗𝚘Onde histórias criam vida. Descubra agora