Por que Liana teme entregar seu coração? Por que Vera teve seu filho retirado de seus braços ainda recém-nascido? Será que sonhos têm a ver com vidas passadas? A existência de almas gêmeas é real?
Akai Ito - Fio vermelho do destino descreve a busca...
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ღ꧁ღ╭⊱ꕥ Passaram-se exatos cinco dias desde o fatídico encontro com Rodrigo em Ilha Grande. Obviamente, estava fugindo dele. Sabia que não estava na casa da tia Vera; liguei para a Helena para me certificar. Fui até lá, uma covarde, mas era isso ou nada. Enquanto conversávamos, tia Vera mexia em suas orquídeas, uma cena terapêutica para mim.
― Tem certeza, Liana? Vem conosco, vai ser divertido. ― Tia Vera insistia.
Não estava a fim de passar o fim de semana vendo o casal do ano.
― Não, tia, obrigada! Estou cheia de trabalho na redação. Fica para próxima vez. ― Respondi, tentando mudar de assunto.
― Eu vou hoje com a Nina. E o Rodrigo vai com a Rebeca amanhã.
― A senhora não vai sozinha, né? ― Tia Vera dirigia bem, mas eu morria de medo de ela pegar estrada.
― Não, o Hamilton vai comigo. Ele vai dirigindo e a Helena vem conosco também. Você sabe que eles não se desgrudam.
― Sei bem. ― Sorri.
Helena reclamava do Hamilton, mas a verdade é que um não vivia sem o outro. Mais de trinta anos de casamento os unia. Hoje em dia, ver um casamento durar tanto tempo era como encontrar uma joia rara. Ao vê-los juntos, por alguns instantes, eu podia até acreditar no amor verdadeiro.
― Está bem, tia, preciso ir! ― Dei um beijo nela. ― Trago a Nina por volta do meio-dia, combinado?
― Tudo bem, meu amor. Se mudar de ideia, estaremos te esperando em Poços. ― Disse ela, com um sorriso caloroso.
― Pode deixar! ― Gritei, já descendo as escadas do jardim. Mas, no fundo, eu sabia que não havia chance de mudar de ideia.
Não naquele caso. Ilha Grande me ensinou uma lição dura: eu precisava ficar distante do Rodrigo. Era o único jeito de tirá-lo da minha cabeça. Enquanto saía da casa da tia Vera, lembrei de algo que Carol havia me dito: Rodrigo sempre faria parte desta família, e eu teria que me acostumar com isso. E era verdade. Tantos homens no mundo para eu me apaixonar, e tinha que ser logo por ele? O destino parecia estar rindo de mim, cruel e impiedoso.
∞∞∞
Fui para a redação com a cabeça cheia de pensamentos. Precisava revisar o próximo texto que seria publicado, uma edição especial sobre crianças desaparecidas. O apoio da mídia em casos de desaparecimento de crianças e adolescentes é crucial. É a principal reivindicação das famílias que enfrentam esse drama, e acredito que é o mínimo que podemos fazer. Sentia-me verdadeiramente feliz por poder contribuir de alguma forma.
Saí apressada da redação, com a mente ainda cheia de trabalho, e fui direto para casa. Precisava pegar a Nina para levá-la à casa da tia Vera. Mesmo com a correria, a perspectiva de vê-la feliz.
