ღ꧁ღ╭⊱ꕥ Alguns dias se passaram. Tentei evitar o Rodrigo ao máximo, culpando o trabalho por minha ausência. Tia Vera exigiu saber o motivo do meu sumiço, e inventei que estava atolada no trabalho. Não sabia mais o que inventar, então agradeci aos céus quando Henrique me telefonou com o endereço da casa do enfermeiro Daniel Rodrigues.
Ele morava com a família em Ilha Grande, no município de Angra dos Reis, litoral sul do Rio de Janeiro, antes de ser preso. Segundo Henrique, ele tinha uma mansão, o que não condizia com o salário de um enfermeiro. Decidi seguir para Ilha Grande no sábado de manhã. Henrique pediu para que eu não fosse sozinha, achava perigoso, mas eu sabia me cuidar. Além disso, precisava desesperadamente sair de São Paulo.
Foi uma ótima desculpa.
Ao chegar em Ilha Grande, descubro que a tal mansão de Daniel fica em uma ilha, acessível apenas por lancha. Combinei com o barqueiro que levava os turistas para o passeio. Ele perguntou se teria algum problema em levar alguns rapazes junto. Eu disse que não havia problema algum.
― Soube que uma tempestade se aproxima. ― adverte um senhor ao barqueiro. ― De acordo com a meteorologia, deve chegar à ilha no fim da tarde. Tome cuidado!
― Certo. ― assente o barqueiro.
― Está tudo bem? ― pergunto antes de entrar na lancha.
― Assim! Não se preocupe, estaremos aqui bem antes da tempestade. E mesmo se ela chegar antes, sei o que fazer. Não se preocupe. ― ele responde sorrindo.
― Ok. ― respiro fundo ao entrar na lancha. Odeio navegar, nunca gostei do mar. Se houvesse outra forma de chegar na ilha, eu optaria por ela. Minha fobia era tanta que eu preferia ir de helicóptero a lancha. Mas como meu bolso não concordava com minha fobia de mar... Entro e tento me segurar o mais firme possível, tentando me acalmar.
― Are you afraid? ― pergunta o turista em inglês, parecendo se divertir com isso.
― Yeah, a little.
― Não há o que se preocupar, é muito seguro. ― diz o amigo, com um sotaque carregado.
― É, eu sei. ―respondo sorrindo, embora minha fobia não compreenda isso.
Após quase uma hora e meia, finalmente chegamos à Ilha. O rapaz da lancha nos conta que a ilha já foi refúgio de piratas. Pronto! Rodrigo surge em minha mente novamente. Mas eu não ficaria ali pensando nele. Não mesmo! Vim aqui para investigar um caso, e era isso que faria.
Observo ao redor e fico encantada com a ilha. Ela é rodeada por areias brancas e águas verdes translúcidas, envolta por quilômetros de mata atlântica protegida. Tristemente, penso que preciso viajar mais, não só a trabalho.
― Não há estrada aqui, portanto os carros são proibidos. ― ele sorri. ― Este é um daqueles lugares onde as pessoas nem têm relógios ou celulares.
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𝙰𝙺𝙰𝙸 𝙸𝚃𝙾 - 𝙵𝚒𝚘 𝚟𝚎𝚛𝚖𝚎𝚕𝚑𝚘 𝚍𝚘 𝚍𝚎𝚜𝚝𝚒𝚗𝚘
Lãng mạnPor que Liana teme entregar seu coração? Por que Vera teve seu filho retirado de seus braços ainda recém-nascido? Será que sonhos têm a ver com vidas passadas? A existência de almas gêmeas é real? Akai Ito - Fio vermelho do destino descreve a busca...