ღ꧁ღ╭⊱ꕥ Voltando para São Paulo, senti um misto de felicidade e decepção. Estava desapontada por não ter conseguido convencer o Rodrigo a vir comigo, mas feliz por estar voltando para casa com a notícia de que ele estava vivo. Naquele momento no parque, uma dor profunda me atingiu, embora não correspondesse à realidade; mesmo que o Rodrigo não viesse, eu o tinha encontrado bem, e tia Vera poderia ir até Gramado conhecê-lo. Ângela era uma boa pessoa, eu tinha certeza de que ela não se importaria, e também estava confiante de que o Rodrigo não se importaria. Agora, refletindo sobre tudo o que havia acontecido, não compreendia minha reação. Talvez tenha sido o resultado de todos os acontecimentos. Era provável que eu estivesse emocionalmente exausta.
Tentei encontrar um táxi, ansiosa para chegar em casa, mas São Paulo estava como sempre, cheia de trânsito. Depois de uma semana em Gramado, já sentia a diferença. Não é que eu não gostasse de São Paulo, mas admito que, às vezes, viver na cidade grande era estressante. Estava a caminho da casa da Carol. Antes de embarcar, havia ligado para ela e a deixado a par de tudo o que havia acontecido nas últimas 24 horas.
― Liana! ― Carol veio ao meu encontro assim que desci do táxi. ― Que saudade! ― A envolvi em meus braços. Era tão bom estar em casa, estar com minha amiga.
― Oi, Cá! Tudo bem? ― Perguntei.
― Tudo! Tirando a minha ressaca. Tudo ótimo! ― Respondeu com uma careta engraçada.
Entramos em seu apartamento. Carol morava em um prédio de três andares, um edifício antigo sem elevador nem zelador, apenas um interfone que não funcionava. Os moradores tinham que descer e abrir a porta manualmente. Por isso, sempre avisava Carol quando estava indo à sua casa; caso contrário, corria o risco de ficar plantada na porta até que alguém aparecesse, o que já havia acontecido antes. Algum tempo atrás, tentei convencê-la a vender o apartamento e comprar outro, não pelo imóvel em si, mas pela segurança do prédio. No entanto, ela insistia em não se desfazer dele por nada deste mundo. Confesso que o apartamento tinha seu charme, o único problema era subir três andares de escada a pé, e, é claro, a falta de segurança, já que qualquer pessoa poderia entrar ali dentro.
― Há muitas novidades? ― Perguntei ao entrar no apartamento.
― Que novidades? Quem tem que falar aqui é você! Você não faz ideia de como fiquei nas últimas horas depois que você me contou o que aconteceu. ― Ela disse ao fechar a porta do apartamento. ― Sei que você vai pensar que é besteira, mas vou falar assim mesmo, você sabe o que isso quer dizer, né?
Não disse nada, porque sabia o que viria.
― Só pode ser o destino, Liana! Tenho certeza! ― Ela disse animada. Ignorei seu comentário e fui até a sua cozinha para coar um café, para mim e para ela. Eu era uma negação na cozinha, mas Carol chegava a ser pior que eu; pelo menos café eu conseguia fazer. ― Então, me conta, o que rolou entre vocês?
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𝙰𝙺𝙰𝙸 𝙸𝚃𝙾 - 𝙵𝚒𝚘 𝚟𝚎𝚛𝚖𝚎𝚕𝚑𝚘 𝚍𝚘 𝚍𝚎𝚜𝚝𝚒𝚗𝚘
عاطفيةPor que Liana teme entregar seu coração? Por que Vera teve seu filho retirado de seus braços ainda recém-nascido? Será que sonhos têm a ver com vidas passadas? A existência de almas gêmeas é real? Akai Ito - Fio vermelho do destino descreve a busca...