ღ꧁ღ╭⊱ꕥ O ambiente do bar superou minhas expectativas. Estava lotado, e uma banda tocava sertanejo universitário. Depois de muita insistência da Carol, acabei cedendo e vindo, contanto que ela prometesse que não haveria nenhum "macho" envolvido. Ela me garantiu, cruzando os dedos. Eu realmente precisava sair, tentar tirar o Rodrigo da minha cabeça. E estar com a Carol, apesar dos meus problemas, era reconfortante. Ela sempre soube como me fazer sorrir.
Após duas rodadas de caipirinha, já me sentia melhor. E a notícia de que a terapia da tia Vera estava progredindo bem, compartilhada pela Carol, contribuiu para isso. Apesar de ela não poder entrar em detalhes, aquilo me encheu de esperança.
― Droga, Liana. ― sussurra Carol, baixando a cabeça e franzindo os lábios. ― Não olhe para trás.
Meu coração dispara instantaneamente. Pelo olhar da Carol, só poderia significar uma coisa.
― O que foi? ― pergunto, já antecipando a resposta.
― Prometa não olhar.
― É ele, não é? ― Suspiro, fechando os olhos.
― Merda, ele nos viu. ― sussurra Carol, narrando a aproximação. ― Está vindo para cá, e se prepare, porque não está sozinho.
― Que saco! Eles não iam ficar com a tia Vera hoje?
― Eles não passam todos os finais de semana na casa da Vera, Liana. ― responde Carol, levantando-se animadamente. ― Ei, Rodrigo! Como vai?
― Oi, Carol. Tudo bem com você?
Sinto minha garganta se fechar e viro o resto da caipirinha de uma só vez, minhas mãos começam a suar e um desconforto toma conta do meu estômago.
Não sei se ele me viu, mas agora que seus olhos azuis estão sobre mim, percebo uma tensão no ar. Não me movo, nem penso em levantar daqui, porque do jeito que estou, é provável que eu tropece e caia. Cumprimento Rodrigo com um aceno de cabeça, e ele faz o mesmo.
Então, desvio o olhar para aquela chata e insuportável grudada em seu braço. Rebeca está deslumbrante, parece mais magra do que antes da gravidez. Usando saltos altíssimos, impossíveis para qualquer ser humano normal, muito menos para uma grávida. Seus cabelos castanhos estão longos e lisos. Seus olhos cor de mel me encaram, e sinto uma vontade imensa de soltar um palavrão.
― Como vai, Liana? ― A voz dela corta o ar, irritando-me instantaneamente.
― Como está Rebeca? ― Entro no jogo com um sorriso falso, lutando para manter a compostura enquanto me levanto.
― Ótima! ― Ela responde, sua voz soando um pouco forçada.
― E onde está o seu namorado, Liana? ― Rodrigo pergunta, provocando.
― Trabalhando, Rodrigo! ― Minha resposta sai mais agressiva do que pretendia.
Carol me lança um olhar de preocupação, franzindo as sobrancelhas.
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𝙰𝙺𝙰𝙸 𝙸𝚃𝙾 - 𝙵𝚒𝚘 𝚟𝚎𝚛𝚖𝚎𝚕𝚑𝚘 𝚍𝚘 𝚍𝚎𝚜𝚝𝚒𝚗𝚘
RomancePor que Liana teme entregar seu coração? Por que Vera teve seu filho retirado de seus braços ainda recém-nascido? Será que sonhos têm a ver com vidas passadas? A existência de almas gêmeas é real? Akai Ito - Fio vermelho do destino descreve a busca...