Lucca Miller, 19 anos. Está no seu terceiro período da faculdade de arquitetura. Ele é uma pessoa tranquila, não lembra em nada seu pai Lorenzo Miller. Decidi fazer um estágio na empresa da família. Ele só não esperava que sua chefe fosse a garota d...
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Hoje resolvi não ir à faculdade, preciso conversar com meu pai. Eu não quero mais continuar no cargo administrativo. Na verdade, eu não quero mais chefiar o estágio do Lucca, preciso me afastar dele.
— Pai, podemos conversar? Pergunto abrindo a porta do seu escritório.
— Oi, filha. Entre, a Ortência não me avisou que você estava aqui.
— Eu vim sem avisar, desculpe.
— Ok, sente-se. O que veio fazer aqui? Está tudo bem?
— Sim, quer dizer, mais ou menos, eu não sei na verdade... Pai, eu vou ser direta, queria que o senhor conversasse com o senhor Miller, pra ele me mudar de cargo.
— Como assim mudar de cargo? Estão maltratando você na Miller?
— Não, todos os funcionários são maravilhosos e super educados, a questão é que eu não quero mais chefiar o estágio de ninguém.
— Filha, é muito melhor chefiar que ser chefiada. E olha, você tem que aprender a administrar, começando justamente a saber lidar com os funcionários e subordinados.
— Eu sei, mas eu só queria afastar, é… melhor deixar pra lá.
— Brooke, tem algo errado e você não tá querendo me falar?
— Não tem, tá tudo bem. Foi só uma ideia louca que apareceu na minha mente.
— Filha, esse tipo de ideia não surge do nada. Uma ideia sem realmente valor, não faria você perder um dia de aula e vir até aqui. O que há de errado? Fale comigo, eu posso conversar com o Lorenzo e tentar resolver. Você será sócia da empresa, tem que saber resolver até coisas bobas. Se não souber resolver coisas simples, como resolverá coisas grandes?
— Pai, a questão é que o Lucca e eu não estamos nos dando muito bem. Eu só queria me afastar um pouco, sabe? Eu sei lidar com situações assim, mas ele me desafia muito. Eu acho que nós dois não nos sairemos bem trabalhando juntos.
— Brooke, esse rapaz faltou com respeito com você? Me diga.
— Não pai, em momento algum. Ele sempre foi respeitoso comigo. A questão é que ele não aceita todas as minhas ordens, ele quer tudo do jeito dele. Na verdade, ele até faz as coisas do jeito que eu peço, mas eu me irrito com ele do nada. Parece que qualquer errinho é um motivo para que a gente possa discutir. E olha que ele não tem a personalidade do pai. Meu pai sorri.
— Filha… então não há razão fundada para que eu mude ou peça para mudar você de função na Miller. Haja visto que você é o problema. Você acabou de dizer que o rapaz não fez nada, que ele cumpre até com o que lhe é comandado. Brooke, entenda, não se deve dar ordens aos seus comandados… você deve ser amiga deles, você tem que ser líder e não chefe. Não queira que os funcionários temam você, eles tem que gostar de trabalhar com você. E ao que sei, o Lucca poderia estar em um cargo de equivalência como o seu, mas o pai me disse que ele concordou em começar por baixo, aprender de tudo. Agora tô aqui pensando… talvez eu devesse ter feito igual, assim você saberia lidar com uma situação como essa, em que alguém bate de frente contigo.
