Capítulo 23

1.4K 87 1
                                    

Estava no carro do meu voltando pra minha casa. Eu fiquei tão feliz quando ele apareceu na minha casa dizendo que iria comigo até o hospital. Minha mãe não quis vir, meu pai não deu muita detalhes sobre o assunto pois sabia que isso acabaria me machucando ainda mais.

__ Queria ir pra praia.__ falo olhando pras ruas que estavam geladas.

__ Podemos marcar um dia pra ir.__ meu pai fala e eu concordo com a cabeça.

__ Por que a minha mãe não veio?__ pergunto com os meus olhos cheios de lágrimas, mas não olhei pro meu pai.

__ Sua mãe só está chateada filha, entenda o lado dela. Não justifica a forma como ela está agindo, mas eu entendo o lado dela. Eu também quis surtar quando você nos contou.

__ Sinto muito.__ falo com a voz vacilante e sem olhar pro meu pai.

__ Você não tem que sentir, isso não é culpa sua querida.

__ Eu não queria que fosse assim... Não queria!__ eu já não controlava as lágrimas que estavam caindo.

__ Ei filha, ninguém queria meu amor. Mas eu estou aqui com você, seu irmão está e sua mãe só tem que entender um pouco, tudo vai ficar bem.__ ele pega na minha mão e tenta me passar conforto.

Eu não falei mais nada, meu pai tinha razão. Mas isso não mudava o fato de eu me sentir culpada por isso.

Quando chegamos na minha casa eu fui direto pro meu quarto, acompanhada pelo Ian e meu pai. Quando me deitei, meu pai me cobriu e beijou a minha testa.

__ Eu já vou, mas vou te ligar pra saber quando vai ser o próximo dia de quimio.__ eu balancei a cabeça e sorri.

__ Obrigada pai.

__ De nada, minha petit papillon.__ sorri com o apelido se infância que meu pai me deu.

Meu pai nasceu na França, então ele dava alguns apelidos para mim e minha mãe. Meu irmão tinha alguém também, mas na maioria das vezes meu pai e ele ficavam se zoando.

Meu pai saiu pela porta e Ian se jogou ao meu lado. Fechei os olhos sentindo o cansaço no meu corpo e a ânsia de vômito.

__ Como está Bella?__ meu irmão pergunta passando a mão na minha cabeça que já não tinha mais cabelos.

É bem mais gostoso carinho na cabeça sem cabelos.

__ Estou bem... O Dylan apareceu lá.__ digo e sorrio.

__ Então o babaca, teve uma atitude não babaca?__ gargalhei alto vendo a cara do meu irmão.

__ Pois é.

__ Vou deixar você dormir, parece estar cansada.__ ele fala saindo da minha cama.__ vou comprar algumas coisas que o Charles passou pro papai comprar pra você.

__ Tipo o que?

Ele tira um papel do bolso e franzi a testa quando vê a letra do Charles. Eu também não entendo muita coisa.

__ Mingau, aveia, água de coco, torradas. E outras coisas leves, aqui diz que iogurte e sorvete também é bom.

__ Hum. Ele já tinha comentado que eu teria que mudar a minha alimentação por causa da quimio. Um saco isso!

__ Não são coisas tão ruins maninha, agora tchau. Vou buscar a minha deusa no trabalho.

Ele saí do quarto e apaga a luz. Estava de dia, mas meu quarto estava escuro, não gosto de dormir no claro, então peguei o quarto mais escuro da casa.

Diferente do quarto do Ian que é todo claro. Ele escolheu um quarto que tem uma janela enorme e de manhã o sol fica na cara dele.

Dormi com essas pensamentos bestas.

Quando acordei, eu já estava mais descansada, mas ainda sentia o meu corpo meio mole. Ouvi risadinhas do quarto ao lado, deve ser a Ana e o Ian.

Fui até o meu armário e peguei uma roupa folgadinha. Uma calça do pijama e uma blusa de manga longa preta solta. Estava frio hoje em Washington, mas isso é normal por aqui, faz mais frio do que calor o ano todo.

Fui até o banheiro e tomei um banho na minha banheira. A banheira onde eu já transei várias vezes com o Dylan e me trazem lembranças maravilhosas e excitante.

Escutei a campainha tocando, mas nem me levantei, até porque o Ian está em casa. Terminei o meu banho e passei creme no meu corpo no banheiro mesmo.

Quando estou em casa, gosto de usar perfume de bebê. Passei meu perfume de bebê e um creme de Ameixa Negra. Meu creme favorito.

Com a toalha enrolada no meu corpo, eu saí do banheiro e dando de cara com o Dylan sentado na ponta da minha cama de frente pra porta do banheiro.

Quando abri a porta ele olhou pra cima e deu um sorriso. Ele levantou da cama sem dizer nada e veio até mim com determinação. Franzi a testa e já ia perguntar o que ele fazia aqui, mas ele me calou com um beijo.

Sua língua entrou na minha boca e eu coloquei meus braços em volta do seu pescoço. Ele era bem mais alto do que eu, então eu tinha que ficar na pontinha do pé.

Ele segurava na minha cintura com possessão, ele apertava tanto a minha pele que eu achei que fosse ficar as marcas dos seus dedos em mim.

Quando nos separamos por falta de ar, ele encostou a testa na minha e respirou fundo.

__ Senti falta do seu cheirinho de bebê.__ quando ele fala eu dou risada.

Ele voltou a me beijar e agora ia me levando até a ponta da cama. Ele me deitou na mesma e subiu em cima de mim sem colocar o seu peso.

Suas mãos estavam em casa lado da cama, me deixando presa a ele. Minha toalha já não cobria os meus seios e ele beijava o meu pescoço. Por mais que eu estivesse exitada, eu estava cansada.

E ele sabia disso, tanto que parou de me beijar e deitou ao meu lado.

__ O que veio fazer aqui Dyl?__ ele sorriu quando eu chamei ele pelo apelido e olhou pra mim com os olhos brilhando.

__ Não é óbvio? Vim ficar com você...

***

Francês: petit papillon.

Português: Borboletinha.

Estão gostando da história???

Me afogando no seu maldito amor Onde histórias criam vida. Descubra agora