Capítulo 43

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O corpo da minha Isabella foi enterrado hoje as 14:30. Eu nunca me senti tão triste na minha vida igual estava me sentindo hoje. Quando senti o seu corpinho gelado abraço ao meu e quando as máquinas apitaram.

O barulho do "piiiii" ficou na minha mente. Eu fiquei por horas agarrado ao seu corpo, até ele ficar gelado e sem vida. A minha Bella já não estava mais comigo

Quando fecharam o seu caixão e a enterraram de baixo de sete palmos, eu quis me jogar e ir com ela. Queria ir no lugar dela.

Prometi a ela que iria trocar o vaso de flores sempre que eu pudesse.

Meu irmão me levou até a minha casa. Ele entrou comigo e ficamos sentados no sofá por muito tempo, talvez horas. Eu sentia que estava sozinho no mundo, não me sentia mais vivo.

Eu não conseguia chorar. Os meus olhos secaram de tanto que chorei sentindo que seu coração já não batia mais e que o calor do seu corpo não me esquentava. Eu queria desistir de tudo, mas não podia, tinha que lutar pelos nosso sonhos.

__ Eu já vou, mamãe e papai também estão precisando de mim. Não quer ir lá pra casa?__ neguei com a cabeça.

__ Preciso ficar um pouco sozinho.__ ele concorda.

Me levanto e o acompanho até a porta. Quando ele já estava saindo, voltou e me abraçou forte, eu retribuí, estava precisando mesmo de um abraço sincero.

Quando nos viramos, vejo a pessoa que eu menos queria ver. Valentina.

__ Oi benzinho, vim te dar consolo. Fiquei sabendo que a sua amiguinha morreu.__ ela fala com uma voz manhosa, parecia até ter gostado de saber a morte da minha Bella.

Eu juro que ia pra cima dela, não estava nem aí se ela é mulher ou não. Pessoas como ela deveriam morrer, não a minha Isabella! Não ela!

Meu irmão me segurou, eu estava cego de raiva querendo descontar em alguém e iria ser nela.

__ Vai embora! Sua vagabunda! Você é uma vadia de merda! Ninguém gosta de você, as pessoas só sabem te usar pro bem delas sua asquerosa!__ eu gritava com ódio.

Não só dela, mas pelo fato da Bella ter me deixado.

__ Calma porra! Vai embora Valentina, não está vendo que não é a situação certa, vê se cria vergonha nessa sua cara.__ meu irmão fala e Valentina, que parecia estar com medo, deu as costas praticamente correndo.

Chutei a porta com força. Eu perdi tanto tempo ao lado da mulher que eu amo por causa dela, por causa de mim! Eu fui um idiota de merda.

__ Eu sou um burro Klaus, eu deveria estar naquele caixão, não ela!__ grito chorando e meu irmão me empurra pra dentro da minha casa.

__ Você nunca mais fale isso!__ ele aponta o dedo na minha cara.__ isso podia acontecer com qualquer um, eu estou quase morrendo por dentro, mas você vai ter que se acalmar, a Bella não iria querer te ver assim.

Me sento no sofá e coloco minhas mãos no rosto.

__ Eu perdi tanto tempo... Com uma vadia igual aquela. Eu devia estar com a Isabella, ah minha Bella.__ digo e as lágrimas começam a cair dos meus olhos.

Meu irmão se senta ao meu lado e coloca sua mão em meu ombro. Eu choro tudo que eu consigo novamente, eu estava tão acabado.

__ Não vou embora, vou ficar aqui.__ ele fala e eu levanto a cabeça.__ vá pro seu quarto tentar dormir, vou preparar alguma coisa para comermos.

Enxuguei as minhas lágrimas e funguei.

__ Aqui não tem nada e se tiver, deve estar estragado.

__ Então eu vou ir comprar. Aproveito e pego roupas minha na minha casa, agora vá tomar um banho e tirar essa roupa de cemitério.

Balanço a cabeça. Quando ele ia saindo do meu campo de visão eu o chamo.

__ Obrigado, irmão.__ digo e ele sorri meio triste.

__ Pra isso que serve os irmãos mais novos.

Sorri e me levantei indo até o meu quarto. Quando entrei, respirei fundo. Tinha roupas dela ali e produtos, seu perfume estava ali. Na minha cama, um sutiã seu estava jogado, ela nunca foi muito organizada.

Pego o sutiã em minhas mãos e levo até o meu rosto cheirando o mesmo. Estava parecendo um tarado, mas só queria sentir o seu cheirinho doce.

Fui até o meu guarda roupa vendo algumas peças de roupas suas ali. Tinham fotos nossa, fotos nossa de quando éramos crianças e até do dia em que a levei para praia. Um dos dias mais felizes que tive ao seu lado.

Na verdade, quando penso em um dia feliz, todos ela estava. Ela esteve comigo nos meus piores momentos, mas em todos os que eu me sentia bem ela também estava.

Me lembro quando contei a minha vontade de construir um lar para as crianças que não tinham tetos. Eu desenhei na escola e uns muleques viram e me zoaram. Ela já achou o desenho lindo e que eu deveria fazer isso, pois seria o bem para a humanidade. Tínhamos nove anos.

Peguei em uma foto sua que estava na porta e beijei. Levei a sua foto até a minha cama e coloquei de baixo do meu travesseiro. Fui até o banheiro e tomei um banho demorado, vinha na minha mente as noites que transamos aqui nesse banheiro, não foram poucas.

Já transavámos nele até quando eu a tratava mal... Como me arrependo.

Quando voltei ao meu quarto. Reparei que na minha escrivaninha tinha algo que não tinha antes. Cheguei mais perto e reconheci o que era, o colar eu eu dei a ela.

Um postite estava grudado em baixo, ele era rosa.

"para que você nunca se esqueça de mim, ande com ele para onde for e eu lhe acompanharei!!"

"amo você, até a eternidade. Nossos destinos foram traçados na maternidade."

No lado de trás do postite, tinha um beijinho feito pelos seus lábios vermelhos. Sorri e levei até a minha boca o papel o beijando no mesmo lugar onde ela o beijará.

Será sempre o amor da minha vida, minha eterna rosinha...

Me afogando no seu maldito amor Onde histórias criam vida. Descubra agora