Summer

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JJ gesticulava com os braços e os dedos indicadores erguidos ao ar, tentando falar o que deveria ser uma frase em meio aos sons de surpresa que saíam pelos seus lábios.

— O quê? — JJ finalmente perguntou, abrindo os olhos na direção de John B. e arqueando as sobrancelhas — Você falou...

— É, a Mansão dos Crain — respondeu John B., os braços ainda cruzados de forma despreocupada — É o único lugar mais antigo nessa ilha. Principalmente naquela região.

Summer franziu as sobrancelhas ao escutar as palavras do amigo, procurando na memória se os pogues haviam comentado sobre o lugar em algum momento durante todos aqueles meses em que eles haviam se conhecido. A afirmação de John B. parecia produzir um choque no corpo de JJ, que levantava do chão em um pulo e erguia as mãos ao ar em rendição.

— Não, não, não, não, não, não. — JJ falava de forma rápida e frenética — Aquele lugar é amaldiçoado, cara! Vocês ouviram as histórias!

— Você realmente acredita nisso, JJ? — perguntou Kiara, esboçando uma expressão de cansaço.

— Maldição? — perguntou Summer, caminhando na direção dos amigos — Do que estão falando?

— Não é nada, é só uma historinha de terror que contam para crianças — respondeu Kiara, abanando o ar com a mão — O JJ é só um medroso.

JJ virou o rosto para a garota ainda sentada no chão, olhando-a com uma expressão dura de pura descrença.

— "Historinha de terror"? — perguntou JJ, indignação no tom da sua voz — Vocês não estavam lá quando a Gertrude me contou tudo sobre aquela casa, tá bom? A polícia encobriu tudo, cara!

Summer ainda olhava confusa para o garoto loiro indignado de pé há poucos metros dela, que continuava a gesticular de forma violenta com as mãos enquanto tentava contar a sua versão da história. Os outros pogues olhavam para JJ como se ele fosse um maluco, o que Summer não duvidava em nada que fosse verdade.

— Aí, galera! — gritou Summer, erguendo as mãos no ar — Novata aqui, lembram? Ninguém me contou essa história.

— O JJ acredita que a velha Sra. Crain, que aliás nem deve ter a capacidade de andar sozinha ou levantar da própria cama, matou o próprio marido e jogou o corpo dele em um poço no quintal da casa deles. — respondeu Kiara, balançando a cabeça — O que é ridículo, porque o Condado inteiro procurou por ele, e ninguém o encontrou.

— Porquê ele está no poço! — exclamou JJ, como se aquilo fosse o óbvio — Como vão encontrar um cara dentro de um poço?

Summer teve de conter a urgência de gargalhar diante da expressão do loiro. Topper e Rafe pareciam se divertir com o desespero de JJ, e também se esforçavam para conter as risadas que ameaçavam sair pelos seus lábios. Summer suspirou profundamente, erguendo as sobrancelhas e olhando para os amigos de forma divertida.

— Espera aí — disse Summer, tentando entender toda a história — Então a Sra. Crain jogou o corpo do próprio marido no mesmo poço em que esconderam o tesouro?

— Por quê você tá sorrindo, Summer? Não é engraçado! — exclamou JJ, aproximando-se da amiga — Eu me arrepio só de lembrar todas as coisas que a Gertrude me contou.

— Quem diabos é "Gertrude"? — perguntou Rafe, franzindo as sobrancelhas.

— Ela foi a minha babá — respondeu JJ, colocando as mãos na cintura e encarando o chão.

Aquela resposta pareceu ser a gota d'água. Rafe, Topper e Summer caíram na gargalhada, o som de suas risadas fazendo com que o resto dos pogues exibissem pequenos sorrisos em seus lábios. Summer balançava levemente a cabeça, cessando as risadas aos poucos ao perceber que JJ cruzava os braços na frente do peito, indignado com a cena. Summer ergueu as mãos ao ar em forma de redenção, cessando completamente as risadas.

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