Rafe se agarrou à barra de metal que revestia a proa do barco, deixando um grito grave de desespero sair de sua garganta. Ele sentiu as mãos de Topper segurarem os seus ombros, impedindo-o de mergulhar na água escura. Os batimentos cardíacos de Rafe estavam acelerados, e ele conseguia sentir a pulsação doer em seus ouvidos enquanto a sua visão começava a ficar turva e escura devido à velocidade com que o sangue corria pelo seu corpo.
— Ei, ei! — exclamou Topper, segurando-o pelos ombros — Calma!
A respiração de Rafe saía entrecortada. Ele passou as mãos pelos cabelos, sentindo gotas de suor geladas descerem pela sua testa. Pequenos pontos pretos surgiam na sua visão, e ele tinha quase certeza de que desmaiaria a qualquer momento. Topper continuava agarrado a ele, repetindo várias vezes para que o garoto controlasse a própria respiração.
— Rafe! Rafe! — Topper batia levemente no rosto do garoto, tentando mantê-lo focado — Escuta, cara! Tem câmeras no equipamento, não é? Da pra mudar e ver onde ela está indo.
Sim, isso estava certo. Rafe pegou o iPad que ele havia derrubado no chão, procurando pelo sinal das câmeras do uniforme de Summer nos arquivos. Ele sentou-se no convés gelado, tentando manter o seu foco no aparelho. As câmeras de Summer estavam funcionando, e Rafe soltou a respiração que estava segurando por tanto tempo. A garota já passava dos 12 metros de profundidade, seguindo as cordas de aço que estavam presas ao uniforme de mergulho de Barry.
— Topper, as cordas. — disse Rafe, recompondo a postura e apontando para as cordas de aço.
Topper se levantou rapidamente, agarrando as cordas nas mãos como havia feito mais cedo. Rafe continuava concentrado nas câmeras, sentindo o seu coração apertar a cada metro que Summer se afastava da superfície. O sinal das câmeras de Barry haviam falhado totalmente, e os avisos sobre a cânula de oxigênio continuavam piscando na tela.
Rafe esfregou os olhos com a palma das mãos. Se Summer ou Barry acabassem mortos ali, ele seria o culpado. Summer continuava nadando em direção à Barry em uma velocidade incrível, apesar da maré, que começava a ficar mais alta e forte.
— Summer, tá me escutando? — perguntou Rafe, perto o suficiente do microfone do iPad.
Summer fez um pequeno sinal para a câmera, indicando que estava escutando o garoto.
— Muito bem, você já está perto dele. — disse Rafe — Ele está perto das cordas.
Summer já havia mergulhado 22 metros dentro da água, e continuava nadando rapidamente. 24 metros. 26 metros. 27 metros. Summer continuava nadando contra as ondas fortes, respirando calmamente. 29 metros. 30 metros.
— 30 metros, procura por ele. — disse Rafe, levantando-se do convés e se colocando ao lado de Topper.
Summer nadou um pouco mais para o fundo, e Rafe pôde ver o corpo de Barry agarrado à um enorme objeto escuro.
— Se agarrem às cordas, tá bom? Vamos puxar vocês — disse Rafe, sentindo o seu coração acelerar novamente.
O sinal da câmera de Summer começava a falhar assim como a de Barry havia feito mais cedo. A garota se agarrou ao corpo do irmão e fez um sinal para a câmera, indicando que estava pronta para subir até a superfície. O sinal da câmera se perdeu totalmente, e a única coisa que aparecia no iPad era o alerta sobre a cânula de oxigênio defeituosa.
Rafe se agarrou às cordas de aço, gritando para que Topper pudesse puxa-las com toda a força que ele conseguia, sem se importar com o atrito do aço queimando as palmas da sua mão. O seu peito ardia pela falta de ar e a ansiedade que a situação causava no seu corpo. A ideia de que Barry poderia estar morto e de que Summer pudesse acabar morta no caminho dominavam os seus pensamentos, e tudo o que ele sentia era um misto de culpa e medo.
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Kook Prince
FanfictionApós ser expulso de casa pelo próprio pai, Rafe Cameron passa a viver no gueto com o seu melhor amigo, Barry. O que Rafe não esperava, era que ele iria dividir a mesma casa com a irmã mais nova de Barry, Summer. E definitivamente não esperava se apa...