Rafe

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Rafe abriu a porta dos fundos da mansão com cuidado, ouvindo atentamente qualquer barulho que pudesse indicar que alguém da família estava acordado. A mansão estava silenciosa, para o seu enorme alívio, apesar do fato de todas as luzes e lustres estarem ligados.

— Vem — sussurrou Rafe, agarrando as mãos de Summer entre os seus dedos e a guiando pela cozinha iluminada — Não tem ninguém.

Summer apenas assentiu com a cabeça, seguindo os passos de Rafe com cuidado. Rafe podia perceber que ela estava caminhando sob as pontas dos pés, o que a tornava tão silenciosa quanto um gato. É claro, a namorada tinha experiência o suficiente em invadir qualquer lugar sem ser percebida, o que era útil naquele momento, aliás, a última coisa que ele queria era que Ward ouvisse os dois entrando na casa.

Rafe esticou o pescoço à frente do corpo, analisando o saguão de entrada antes de apressar os passos até as escadas de mármore. Ele parou repentinamente ao ouvir uma risada soar do escritório no andar debaixo. Era a risada de Carla Limbrey. Então alguém estava acordado.

— Vai, vai, vai — sussurrou Summer, que também ouvira a risada.

Os dois correram escada acima, apressando os seus passos até o quarto de Rafe e trancando a porta atrás de si. Summer não demorou em se jogar no chão, grunhindo se cansaço enquanto massageava as próprias coxas.

— De quem é aquela risada? — perguntou Summer — O seu pai tem visitas?

— Eu não faço ideia — Rafe deu de ombros — Deve ser a Rose.

Summer apenas suspirou, provavelmente cansada demais para conversar sobre qualquer coisa. Já se passavam das 3 horas da manhã, e nenhum dos dois haviam dormido ainda. Rafe sentia os músculos dos seus braços doerem a cada movimento brusco que ele realizava, resultado de ter carregado o pesado baú de ferro até o quarto de Barry horas antes.

— Eu preciso de um banho — disse Summer, jogando os tênis molhados no canto do quarto — Eu tô nojenta.

— Não acho que esteja tão ruim — disse Rafe, caminhando em direção à namorada.

Summer levantou-se em um salto, um sorriso brincalhão em seu rosto. Os seus longos cabelos ondulados, apesar de estarem atados em um choque, soltavam-se em pequenos fios ao redor de seus rosto.

— Ah, não? — disse Summer, jogando-se nos braços do garoto — Me cheira, então.

Rafe recuou alguns passos, fazendo uma careta quando a garota esfregou o seu pescoço no rosto do garoto. Summer gargalhou baixinho ao ver a careta que o namorado fazia, divertindo-se com a situação.

— Retiro o que disse, você realmente precisa de um banho! — disse Rafe, esfregando o nariz com a ponte dos dedos — Vem cá.

Rafe inclinou-se um pouco para baixo, o suficiente para beijar a testa da namorada antes de agarrar a sua mão e guia-la até a porta de madeira do banheiro.

...

— O que você tá pensando? — perguntou Rafe depois de alguns longos minutos em silêncio — Não falou quase nada desde que saiu correndo da casa da Crain.

Summer apenas deu de ombros, encarando a espuma branca que acumulava-se sob a superfície da água da banheira e brincando com as bolhas que flutuavam pelo ar quando ela mexia a sua mão. Summer parecia distraída, como se a sua mente estivesse divagando entre o mundo real e o abismo de seus próprios pensamentos. Havia um certo vazio em seu olhar, e Rafe podia perceber que o brilho que habitava os seus olhos castanho haviam sido substituídos por uma nuvem escura.

Ela não fez menção de levantar o olhar para encarar o garoto, e Rafe teve de tocar os pés da garota por baixo da água quente da banheira para chamar a sua atenção.

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