Summer

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Summer abriu os olhos lentamente, piscando algumas vezes com força ao sentir os raios de sol da manhã baterem em seu rosto. Uma dor latejante se espalhava pela sua cabeça, surgindo no mesmo lugar em que ela havia sido atingida antes de desmaiar.

Ela tateou o próprio rosto, procurando pelas gotas de sangue que escorriam pela sua cabeça. Summer abriu os olhos com um susto ao perceber que o seu rosto estava limpo. Ela levantou com um pulo, ficando sentada sobre a cama do enorme quarto chique e gritando de dor ao sentir a sua cabeça latejando novamente devido à rapidez com a qual ela se levantara.

Summer apertou os olhos com as mãos, esperando com que a dor passasse para abri-los novamente. O ambiente estava silencioso e vazio, a não ser pelos grunhidos que Summer emitia pelos seus lábios ao sentir as feridas causadas pelos cacos de vidro queimarem a sua pele.

Ela abriu os olhos lentamente, observando cada detalhe do quarto no qual ela estava. Era um quarto grande e espaçoso, com enormes janelas de vidro que iluminavam todo o ambiente e o deixava mais vivo. As paredes do lugar eram feitas de gesso, revestidas com papéis de parede em cores amarelo-pastel e ocre; desenhos de longos galhos secos pintados em ocre e amarelo espalhavam-se pela paredes, exibindo enormes flores douradas em alguns pontos específicos. As cortinas caíam ao lado das janelas, o seu tecido tão pesado que Summer tinha certeza de que deveria se tratar de um linho da mais alta qualidade.

Algumas pinturas antigas estavam presas no alto da parede, exibindo o que pareciam ser membros da família real ou da nobreza. Um lustre de cristais pendia do centro do teto do quarto, o que fazia com que o ambiente ficasse mais parecido com um salão festivo do que com um quarto.

Summer olhou para o próprio corpo, sentindo-se confusa e se perguntando em que momento ela havia ido parar naquele lugar esquisito e extremamente bonito e caro. Para sua surpresa, as coisas só ficavam mais estranhas: ela olhou para o seu corpo, percebendo que já não usava mais a camiseta de Rafe ou o seu short jeans, mas sim um vestido branco que se ajustava perfeitamente ao seu corpo.

— Isso aqui não é meu — sussurrou Summer, sem entender como um vestido daquele teria servido perfeitamente em seu corpo.

Ela ergueu a saia do vestido nas mãos, sentindo o tecido macio entre os dedos. Ela não podia negar, o vestido era lindo, e ela quase se sentia como uma princesa: o tecido das alças do vestido caíam sobre os seus ombros de forma ornamental; a sua estrutura prendia-se a sua cintura apenas o suficiente para que a peça tomasse forma, e a saia caía em grandes volumes de linho macio até as suas panturrilhas.

Ela teve dificuldade em levantar-se da cama macia, sentindo todo o seu corpo gritar para que ela retornasse para o travesseiros de penas e para as cobertas quentes assim que os seus pés descalços atingiram o chão de porcelana. Summer estremeceu. O chão estava frio demais.

Ela caminhou lentamente pelo quarto, extasiada com cada detalhe daquele lugar. Não importava por quanto tempo ela continuasse a observar o quarto, nunca parecia ser o suficiente. Ela levou as mãos à maçaneta dourada da porta, tomando um susto quando uma mulher o fez primeiro, entrando no quarto e dando de cara com Summer.

A mulher usava um uniforme preto bem passado, e o seu cabelo castanho estava amarrado em um coque no alto da sua cabeça. Summer suspirou, reconhecendo o rosto da mulher que a encarava com espanto. Era Frances, uma das empregadas de Carla Limbrey. Espera, então aquela era a casa de Carla?

— Senhorita, vejo que finalmente acordou — disse Frances cordialmente — O Dr. Hans estava começando a ficar preocupado com o seu estado.

Summer continuou calada, apertando as sobrancelhas e beliscando a ponta dos seus dedos para saber se aquilo era real ou não. Ela grunhiu baixinho ao sentir uma dor aguda correr pela ponta de seus dedos.

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