Rafe

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Rafe sabia que seria difícil encontrar um lugar para comer aquela hora da noite. Já se passava um pouco mais da meia noite, a única iluminação vinha da lua no céu acima dos dois jovens. O vento frio batia contra os braços do garoto, produzindo pequenos arrepios pelo seu corpo. Por sorte, Summer continuava agarrada à sua cintura, e seu corpo encostado no dele o aquecia.

Eram só eles dois na estrada de areia, passando pelas poucas casas que haviam na região. As ondas do mar batiam forte nas pedras, mas o barulho do motor soava mais alto. De vez em quando, Rafe sentia a garota desprender um dos seus braços da cintura do garoto, equilibrando-os no ar como se estivesse voando. Ele colocou uma das suas mãos sobre a única mão dela que segurava seu abdômen, apertando-a contra seu corpo para ter certeza de que ela não teria a brilhante ideia de soltar as duas mãos. Tudo o que ele recebeu em resposta foi uma risada alta vindo da garota, seguida da sensação do braço dela voltando a apertar o corpo dele.

O percurso pareceu demorar horas, mas depois de um tempo os dois finalmente avistaram as luzes da cidade. As ruas estavam vazias, exceto por alguns poucos bares e pequenos restaurantes que continuavam abertos. A música animada que vinha dos bares ecoava pelas ruas, seguidas de sons de vozes e risadas. Rafe relaxou um pouco ao perceber que ainda poderia encontrar algum lugar aberto para comer. Ele continuou pilotando pelas ruas, indo em direção ao clube que sempre frequentava perto da praia. O clube não servia exatamente pizza, então Rafe rezou para que Summer não ligasse de comer alguns pratos de mariscos enfeitados.

Quando chegou em frente à porta do clube, as luzes estavam desligadas e as pequenas grades de ferro estavam fechadas, indicando que as atividades do local já haviam encerrado. Rafe parou por poucos minutos em frente à porta do clube, tentando pensar em outros lugares em que poderia levar a garota para jantar.

No fundo, o garoto estava nervoso. Ele sabia que não era exatamente um encontro, mas ele estava levando a garota para jantar depois de tê-la convidado. Isso soava como um encontro. Ele não conseguia pensar em um lugar bom o suficiente aquela altura. Ele acelerou a moto novamente, e continuou pilotando pelas ruas desertas da cidade até encontrar um restaurante que ele conhecia aberto. Ele foi à todos eles, apenas para ver que todos haviam fechado. Antes que ele pudesse acelerar a moto novamente, Summer retirou o capacete da cabeça, balançando a cabeça para que pudesse soltar os cabelos.

— O que você tá fazendo? — perguntou a garota, colocando o capacete sobre a própria coxa.

Rafe se virou o suficiente para que pudesse olhar Summer de frente.

— Nenhum dos lugares legais está aberto. — Rafe respondeu, se virando novamente para a frente para dar mais uma olhada nas ruas vazias.

— Eu conheço um lugar que ainda não está fechado, e é bem legal também. — disse Summer, descendo da moto.

— Onde você tá indo? — perguntou Rafe, se desesperando ao ver a garota descer da garupa.

— Desce, eu vou pilotando agora. Você não sabe onde fica. — respondeu ela, cruzando os braços e esperando Rafe sentar na garupa.

O garoto ficou parado por alguns segundos sem saber o que responder. Ele não sabia se era uma boa ideia deixar Summer pilotar, eles dois poderiam se machucar caso algo desse errado. Ou pior, ela poderia se machucar muito mais, e a última coisa que ele queria era ver a garota ferida.

— Tá esperando o que? Afasta. — disse Summer, usando as mãos para empurrar Rafe para a garupa e subindo na motocicleta.

O garoto apenas colocou novamente o capacete e esperou que Summer ficasse confortável à sua frente. Quando ela finalmente terminou de colocar o próprio capacete na cabeça e colocou as mãos no guidão, Rafe colocou as próprias mãos sobre as mãos da garota, guiando os dedos dela até os comandos principais da motocicleta.

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