CAPÍTULO 11

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Jayden Chevalier

Lira sorri enquanto toma seu sorvete e eu fico observando cada movimento seu, sei que isso parece estranho, mas eu acho fascinante a forma como ela não precisa de ajuda, e se recusa a receber qualquer tipo de ajuda também o que me estressa as veze...

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Lira sorri enquanto toma seu sorvete e eu fico observando cada movimento seu, sei que isso parece estranho, mas eu acho fascinante a forma como ela não precisa de ajuda, e se recusa a receber qualquer tipo de ajuda também o que me estressa as vezes, ela morde a casquinha quando seu sorvete acaba e eu limpo o canto de seu lábio que estava sujo, ela para o que estava fazendo e morde os lábios me fazendo desviar o olhar.

O dia está muito bonito hoje, o sol não está muito quente e um vento suave faz com que os cabelos de Lira se movimentem, tem famílias passeando pelo parque e as crianças correm e gritam dando altas gargalhadas transformando o lugar em um ambiente agradável, tem também casais de idosos caminhando de mãos dadas e estranhamente eu acho isso muito fofo.

- Você quer andar de bicicleta? - pergunto depois de um tempo que a gente ficou em silêncio só aproveitando a calma que o lugar transmite.

- Oque? - ela pergunta com os olhos arregalados e dou risada - Está brincando comigo?

- Não, é sério - quando termino de falar ela faz uma careta e eu tenho certeza que ela já ia começar a reclamar - Pelo que eu saiba você é cega não aleijada.

- Seu idiota - ela bate no meu braço e eu dou risada - Isso foi grosseiro.

- Ok, sinto muito - observo ela morder os lábios e sorri de lado e então eu sei que ela vai aceitar.

- Você não vai me deixar cair né? - ela brinca com seus dedos incerta.

- Mas é claro que não.

- Ok.

- Ah ótimo - me levanto e pego em sua mão fazendo ela se levantar - Eu vou estar ao seu lado.

Eu vou até onde está a bicicleta  com ela agarrada ao meu braço e então ando até um lugar com poucas pessoas e espaço o suficiente para ela conseguir pedalar, ajudo ela subir e quando ela está com os dois pés no pedalo eu seguro a bicicleta.

- Aí droga eu acho que eu não quero mais - ela fala e posso ver pela expressão em seu rosto que ela está apavorada e tenho vontade de rir.

- Sem chance de desistência - assim que termino de falar eu começo a andar e ela está tão tansa em cima da bicicleta que torna tudo difícil para mim - Da para você ficar direito.

- Você é tao babaca - ela fica com raiva e nos dois quase caimos.

- Você nunca andou de bicicleta não?

- Você esta brincando comigo seu idiota? - e então a cessão de xingamentos começam e então nós dois começamos a brigar o que nos leva a cair no chão, ela por cima de meu corpo e é claro que isso doeu muito - Porra.

E então eu tenho uma crise de risos porque nós caímos no meio do parque com as pessoas olhando e meu riso acaba contagiando ela que ri também começando a ficar vermelha.

- Ok isso não deu certo - digo entre risos - Vamos tentar de outro jeito.

- Você disse que não me deixaria cair e olha onde estamos.

- Você não se machucou não é?

- Não, não me machuquei - ela sorri.

- Então é isso que importa - me levanto e ajudo ela a se levantar e logo depois levanto a bicicleta - Vai dr certo agora.

Entrelaçei meus dedos nos seus e ando em direção a um banco levando a bicicleta com a outra mão, faço com que ela sente no banco e coloque os pés nos pedalos enquanto seguro a bicicleta e então eu sento na parte de trás segurando no guidão.

- Eu vou te guiar - sussurro em seu ouvido - Você vai pedalar.

- Mas é se eu cair outra vez?

- Eu vou estar com você.

E respirando fundo ela concorda com a cabeça e eu tiro meus pés do chão e ela começa a pedalar soltando um gritinho, no começo foi meio difícil e ficamos bombeando de um lado para o outro mas depois pegamos o jeito e começamos a dar a volta pelo parque.

- Ah - ela dá um gritinho e isso me faz sorri, hoje eu já sorri mais vezes do que qualquer outro dia da minha vida e o motivo é ela - Jayden.

- O que?

- Obrigada - ela diz baixinho mas posso ouvir, ela continua pedalando e eu a guiando, ela com um sorriso no rosto e eu com a certeza de que não vou conseguir me afastar.

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Já está de noite, algumas pessoas foram embora e outras chegaram e o lugar mudou, com as luzes dos postes e as músicas baixinhas que os os grupos de adolescentes escutavam, as risadas de crianças foram trocadas por brincadeiras e risadas de jovens adultos.

Em um quanto um pouco afastado de onde estávamos tinha um grupo de pessoas com lanternas de papel, eles estavam desenhando e escrevendo coisas para depois soltarem elas.

O cheiro das barriguinha de lanches toma conta do lugar e escuto a barriga de Lira roncar, dou risada e vejo seu rosto ficar vermelho.

- Não ria de mim - ela me da um em empurranzinho com o ombro me fazendo rir.

- Tem um monstro na sua barriga? Você comeu a canto minutos atrás.

- Foi só um pedaço de bolo - fala com uma cara de indignada- E doce não mata minha fome.

- Ok, oque você quer? - pergunto e ela fecha os olhos respirando fundo.

- Eu quero churros - ela lambe os lábios - E pastel - concordo com a cabeça e me levanto segurando sua mão - Eu também quero suco de maracujá e um hambúrguer.

- Garota - a olho assustado - Para onde vai tanta comida?

- Oque? Minha mãe não me deixa comer essas coisas - ela dá de ombros - E só de pensar me dá água na boca - ela solta um gemido e eu pisco tentando tirar esse som da minha cabeça.

Depois de eu alimentar esse pequeno dragão e perder todo o dinheiro que tinha levado, eu e ela paramos perto de um grupo que estava tocando e fico observando ela que estava com os olhos fechados e um sorriso no rosto.

- Oque está fazendo? - o sorriso dela é lindo e aquece meu peito.

- Imaginando - tombo a cabeça para o lado e sorrio.

- E como é na sua cabeça.

- Bonito.

- Para mim parece normal - olho em volta.

- Isso é porque você não percebe o quão importante esse momento é - fico calado e ela abre os olhos - Ninguém percebe que tudo que temos é importante e bonito ao seu modo, eu também não percebia mas aí eu perdi.

- Acho que tem razão - olho em volta e para em um casal de dois garotos que estavam conversando baixinho e sorrindo um para o outro - As coisas não parecem não importantes ou especiais - volto a olhar para ela - Nós estamos tão preocupados com nossos problemas que não percebemos as coisas boas que temos.

- Até perder - ela sorri triste - Tudo é importante e especial - Poder ver o sorriso de sua irmã, escutar as risadas de seus amigos, poder andar na praia e sentir a areia nos pés - ela suspira - Dançar ou até mesmo da um soco em algum babaca - dou risada - Nada disso parece realmente importante mas é.

- Você quer dançar? - pergunto depois de um tempo em silêncio e ela sorri.

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