Capitulo 04

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Nas horas que se passaram, desespero era pouco pra situação. Alfonso só faltou fazer um buraco no chão, andando pra lá e pra cá. Ian fumou uma carteira de cigarros quase inteira, revezando com café (Até Rebekah tomar o cigarro e rebocar ele pra dentro). Grace fora a capela, rezar. Christopher esperava, apreensivo, com uma Claire adormecida no colo. Kristen e Madison tinham o olhar distante, as mãos dadas.


Madison: Eu tinha acabado de conseguir o passaporte quando deu o plantão na TV. — Disse, angustiada. Madison era mãe — era a que mais sabia o quanto Anahí estava perdendo ali — Se eu tivesse tido mais uma hora...


Alfonso: Não ia mudar nada. Eu iria atrás dela, nem que fosse no inferno. — Disse, andando de um lado pro outro.


Ian: Eu preciso de um cigarro. — Disse, se levantando, e Rebekah passou as pernas por cima do colo dele.


Rebekah: Chega. — Disse, determinada, e puxou a cabeça dele pro colo dela.


Christopher: Isso não acaba nunca. Demorou mais que o de Clair. — Disse, atordoado. Já faziam horas. 


Kristen: A gravidez de Clair foi um sonho comparado ao dessa criança. — Lembrou.


Então Robert apareceu, e todos levantaram. Ian, na pressa, levou Rebekah no colo. A recepção toda aguardava. O caso de Anahí se tornada bastante famoso no hospital — os funcionários torciam, assim como os pacientes há muito tempo ali e seus acompanhantes. Viram o estado em que chegara, às vezes em que quase abortara, Alfonso forçando-a a se movimentar todos esses meses, e torciam.


Robert: Não sei se cheguei a dizer... Mas é um menino. — Disse, sorrindo em seguida. Alfonso quase desmaiou. — 3 kilos, espantosamente saudável, e bastante cabeludo. — Brincou. Alfonso cambaleou, sentando no sofá ao mesmo tempo em que duas lagrimas grossas caíam pelo rosto.


Alfonso: E Anahí? — Perguntou, rouco. Robert balançou com a cabeça.

Robert: Quase na mesma, um pouco pior. O parto exigiu demais dela. — Houve um gemido geral — É delicado pra mulheres no normal, mas no caso dela... Enfim. Vão trazê-la de volta pro quarto daqui a pouco.


Alfonso: Eu posso vê-lo? — Perguntou, ansioso.

O berçário não estava de todo cheio. Haviam 5 crianças só, e dezenas de lugares vazios. 3 eram meninas, havia um menino no braço da enfermeira... E um bebê na incubadora, de fralda descartável, no oxigênio e sendo monitorizado. Robert tinha razão: Era cabeludinho. Tinha os cabelos escuros feito o os do pai. No braço havia uma pulseira azul escrito "Anahí e Alfonso Herrera".


Robert: A propósito, qual é o nome dele? — Perguntou, enquanto Alfonso sorria, tocando a incubadora. 


Alfonso: Não sei. — Percebeu, com um riso bobo — Vou decidir. Logo. Não agora. — Disse, olhando o bebê como se fosse um milagre. Sentia o coração batendo no peito, descompassado, mas não de um jeito ruim. Era novo.


Robert: Nunca soube desse seu desejo por ser pai. — Disse, sorrindo de canto, vendo a adoração com que Alfonso olhava o bebê.

Enquanto Você Dormia (Efeito Borboleta - Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora