CAPÍTULO LXXIII

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A reunião do corpo clínico do hospital estava em andamento já havia bastante tempo. Eduardo estava cansado, o dia tinha sido exaustivo, olhava insistentemente para o relógio. Cristina estava próxima a ele e percebera a impaciência do ex-marido. Falou-lhe baixinho ao ouvido.

- Você está cansado, não é? Foi um dia puxado... Se você quiser ir embora, não tem problema, eu te falo o que for tratado por nós daqui até o fim da reunião.

- Olha, acho que vou aceitar sua oferta. Eles estão emendando um assunto no outro, parece não ter fim...

- Tudo bem, vai lá. Depois eu digo a todos que você tinha um compromisso e precisou sair.

- Eu te agradeço - diz ele.

- Imagina, tá tudo certo - responde ela.

- A propósito, aonde está Débora? Eu não a vejo desde de manhã.

- Ela foi a uma reunião de pais na escola de Laura, avisou que talvez não fosse voltar hoje. Somente se desse tempo.

- Entendo. Tudo bem. Eu vou embora, então. Mais uma vez, obrigado.

Eduardo deixa o hospital e caminha até o estacionamento. Estava bastante cansado, sonhando com um banho e um merecido descanso.

Ele caminha entre os carros quando vê o carro de Débora estacionado. Achou estranho, resolveu ir até lá. Débora estava sentada dentro do carro, estava pensativa, parecia bastante chateada.

- Débora... - chama ele.

Ela o vê do lado de fora do carro e o cumprimenta.

- Oi Eduardo, tudo bem?

- Sim, comigo tudo bem. Você é que parece não estar muito feliz...

- Estou um pouco chateada, mas daqui a pouco eu melhoro, não se preocupa.

- Alguma coisa que eu possa fazer para melhorar seu humor? Gostaria de desabafar?

Ela aceita a oferta. Ela sai do carro. Os dois caminham até uma praça ali perto e sentam-se em um banco.

- E então... Quer me contar o que houve?

- É a Laura, está tendo problemas na escola... Mau comportamento, notas baixas... Ela nunca foi assim... Só posso imaginar que seja por causa do divórcio...

- Onde está ela? - pergunta Eduardo.

- Está com o pai. Hoje ela vai ficar com ele.

Eduardo sente-se bastante compadecido com a tristeza de Débora. Era raro vê-la daquele jeito. Ela era uma mulher agradável, sempre animada, espirituosa, alto-astral. Cortava-lhe o coração ver que ela estava tão chateada.

- Deve ser difícil mesmo para ela passar pelo divórcio dos pais... Talvez seja interessante levá-la a um psicólogo. Acho que poderá ser benéfico pra ela.

- Sim, tem razão. É exatamente o que a professora me sugeriu - diz ela.

- Bem, infelizmente eu não conheço a Laura pessoalmente. Mas pelas coisas que você me conta, ela puxou à mãe, é uma menina inteligente e alegre, assim como você. E se puxou a você, ela vai superar tudo isso em breve.

- Espero que sim... Não consigo parar de me sentir culpada...

- Olha, Débora, agora que estamos mais próximos, tenho visto como você é batalhadora e como cuida bem de sua filha. Sua vida no momento resume-se em seu trabalho e sua filha. Você é uma ótima mãe. Nunca, jamais duvide disso. - diz ele.

- Obrigada, Eduardo, vou tentar acreditar em você... - responde Débora.

- Nao fica assim... Essa tristeza não combina com você... Você é sempre tão sorridente... - diz Eduardo, abraçando Débora.

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