CAPÍTULO LXXIX

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Débora e Laura estavam no parque naquela manhã de sábado. Estavam sentadas em uma toalha de piquenique à espera de Eduardo. Débora e ele estavam de folga do hospital, haviam combinado de se encontrarem no parque para que Eduardo pudesse finalmente conhecer Laura.

Eduardo chega ao parque e vê Débora e Laura de longe. Ele sente um frio na barriga. É apenas uma menininha, pensou ele. Não tem porque estar inseguro. Disse ele a si mesmo. O fato é que ele não tinha muito contato com crianças. Nem sabia dizer se tinha jeito com elas ou não. Estava prestes a descobrir. Caminhou até as duas e cumprimentou-as.

- Olá meninas, bom dia! Será que posso me juntar a vocês?

- Eduardo! Claro! Estávamos esperando por você! Senta aqui! - chama Débora.

Eduardo aproxima-se e senta. Ele está vestindo roupas mais despojadas do que as que ele normalmente usa no hospital. Estava muito bonito. Usava um jeans mais antigo e uma camisa de botão que mostrava bem os músculos. Débora usava uma blusa regata que desenhava-lhe o busto e um short bastante curto que mostrava boa parte de suas pernas e lhe valorizava o bumbum, o que agradava muito a ele. Estava também muito bonita.

- Laura, esse é o Eduardo, aquele amigo que lhe falei. Será que ele pode sentar aqui com a gente?

- Pode sim - diz a menina - Você gosta de contar histórias? Minha mãe está contando histórias.

- Bom, eu não tenho muito costume de contar histórias. Mas gosto muito de ouvi-las - responde ele - Posso me sentar aqui para ouvir histórias com você?

- Pode sim, vem, senta aqui - chama Laura.

Ele faz o que a menina pede.

- Cuidado, hein, Eduardo, ela é tagarela, não vai largar do seu pé... Puxou a mim... Quer dizer, em ser tagarela... - diz Débora.

- Mas você pode "ficar no meu pé", se quiser... Não vou achar ruim... - brinca ele.

- Nossa... Você é bem forte... - diz Laura.

- Você acha? - pergunta ele.

- Sim, é forte como um super-herói.

Ele acha graça.

- Você é um super herói? - pergunta ela.

- Não... Infelizmente não sou... Mas a sua mãe é uma super heroína - diz Eduardo.

- Minha mãe? - pergunta a menina.

- Sim... Ela é a Mulher Maravilha - responde Eduardo.

- Imagina... Bem que eu queria mesmo... - diz Débora.

- Eu acho que é sim... - diz Laura.

- Viu, Laura concorda comigo - diz Eduardo.

- Minha mãe falou que vocês trabalham juntos no hospital.

- Sim, trabalhamos juntos - responde ele.

- Você também é médico, que nem ela?

- Isso mesmo, também sou médico, que nem ela.

- Ela disse que é difícil ser médico, mas ela gosta.

- Tem razão... O lugar onde trabalhamos exige muito de nós... Mas gostamos do que fazemos.

- Meu pai ficava bravo porque sempre dizia que médicos trabalham demais e não tem tempo pra família.

Eduardo e Débora se entreolham. Sabem que é bem verdade. Por isso mesmo alguns médicos acabam se relacionando entre si, pois é difícil lidar com os horários.

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