CAPÍTULO XLVII

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Carlos e Cristina chegam juntos ao apartamento de Carlos.

- Não repare a bagunça, nem os brinquedos cor-de-rosa espalhados pelo chão - brinca ele.

- Imagina, não vou reparar. Sei como é uma casa com criança - diz ela.

- Então é isso, é aqui que Maria e eu vivemos.

Era um apartamento grande e bonito. Dava para perceber que os móveis eram caros. De fato, havia brinquedos pelo chão, mas não parecia sujo nem desorganizado. Estava, na realidade, bem cuidado.

- É bonito - disse Cristina - Não me parece tão bagunçado assim, apesar dos brinquedos pelo chão.

- Vem, vamos sentar. - Carlos puxa Cristina para o sofá.

Eles se sentam abraçados, aconchegados um ao outro. Cristina verifica se Carlos tem febre.

- Então, doutora, como estou? Vou sobreviver? - brinca Carlos.

- Sim, só precisa de um pouco de descanso e abraços - responde Cristina, puxando Carlos para perto de si.

- Não sei se devemos ficar assim tão próximos... Não quero que você adoeça... - diz ele.

- Não se preocupe. Se eu também ficar gripada, tiramos uma folga juntos - brinca Cristina.

Carlos ri.

- Falando em folga, tenho um convite pra te fazer - diz ele.

- Que convite? - pergunta Cristina, bastante curiosa.

- Quer passar um fim de semana comigo? Só eu e você, sem restaurante, sem hospital, sem correria. Podemos descansar, dar uma pausa no stress do dia-a-dia. Tem um hotel-fazenda há poucos quilômetros daqui. Já estive lá com minha família. É um lugar bem bonito. Podemos ir na sexta-feira e voltamos no domingo, no final da tarde. O que você acha? - propõe Carlos.

Cristina sabia que, além da pausa na correria, Carlos tinha mais coisas em mente. Não tinham tido muitas oportunidades de dormirem juntos nesse começo de relacionamento. E quando o assunto era sexo, ela sempre ficava um pouco desconfortável.

- É realmente uma ótima ideia. Vai ser bom passarmos mais tempo juntos - responde ela.

- Que bom que você gostou da ideia! - diz Carlos animado.

- Mas... Bem... Preciso te lembrar... - diz Cristina, meio sem jeito.

- Me lembrar do quê? - pergunta Carlos.

- Não sou daquelas mulheres desinibidas... - diz Cristina.

- Como assim? O que você quer dizer? - indaga Carlos.

- Sei que além do descanso você tem outras coisas em mente...

- Você não? - responde ele, em tom de brincadeira.

- Lembre-se que você precisa ser paciente comigo... Aos poucos vou aprendendo... - diz ela, meio sem graça.

- Ou, quem sabe reaprendendo... - retruca ele.

- Não sou dessas mulheres performáticas na cama... - confessa ela.

- Você não percebe, não é? Então eu vou te dizer. Seu jeito misterioso é extremamente sexy e sedutor. Você não precisa ser performática, você não precisa disso. Aos poucos vamos nos adaptando ao jeito um do outro, aos gostos um do outro, descobriremos o que encaixa bem para nós dois. Mas, pra isso, é preciso que pratiquemos mais vezes. - brinca ele.

- Tem razão... - responde ela sorrindo - Obrigada por ter paciência comigo...

- Na verdade, Cristina, você só precisa ser você para me deixar em chamas. Só isso. Foi assim que me apaixonei por você. Você é uma pessoa discreta e pronto. Sei disso, e adoro isso em você. Quando fazemos amor, eu vejo você, sinto você, sei que damos prazer um ao outro. Não gosto de escândalo, se é isso que você quer saber. Não precisamos incomodar os vizinhos.  Principalmente se for com barulho fingido. Não quero que você finja nada.

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