Prólogo

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Tudo parecia igual no castelo d'Mers, em Nice, na poderosa nação da Grã-Francia. O clima ainda era extremamente agradável, sol com poucas nuvens, vinte e seis graus com uma leve brisa marítima que agitava os cabelos e as cortinas. As noites eram mais frias. O nascer e o pôr-do-sol eram divinos.

Porém, Lynae não era a mesma. Tinha chegado naquele país solteira, uma princesa de araque e quase sem preocupações. Agora, era casada com Ryland Beaucourt, era a princesa real da Grã-Francia e o que não faltava pra ela eram preocupações. Ryland sabia sobre ela, seu segredo, sobre ter seu DNA modificado e pareceu mudar para o príncipe regente.

Três dias depois de ele ter dito que ela iria ficar, Lynae ficou esperando que a qualquer momento Ryland fosse vê-la e, dizer que ela iria para Snöland no dia seguinte. Mas isso não aconteceu.

Ela pensou que Ryland fosse ignora-la a partir daquele momento porque, embora ele não tivesse dito nada a ela, estava praticamente explicito que Lynae não podia mais reclamar sobre o comportamento de Ryland, ou sobre sua amante, principalmente sobre a amante. Mas Ryland não a ignorou, na verdade, se tornou muito mais carinhoso, atencioso e gentil.

Ryland havia dito que ele não queria mais fingir, pouco antes de dizer nacionalmente que não a amava. Estava claro que ele tinha mudado de ideia, porque fazia questão de segurar a mão de Lynae, puxa-la para perto e beija-la na cabeça, na testa e na bochecha na frente de todo mundo. Estava sendo tão convincente que até mesmo Lars tinha perguntado se ele não tinha terminado com sua amante, embora a princesa nunca tenha confirmado essa história pra ele.

Além de tudo, Ryland começara a dormir no quarto com ela, mas dessa vez, no sofá. E com camiseta.

Isso afugentou Lars e Anneli, que voltaram a dormir em suas próprias camas.

Era um alívio para a princesa ter aquela cama enorme só pra ela, permitia que rolasse de um lado para outro sem esbarrar no corpo enorme de Lars ou no magro corpo de Anne. Também não tinha mais que escutar o ronco de seu primo, ou levar chutes de sua dama. Ainda assim, sentia-se um pouco sozinha. Poderia pedir que Ryland dormisse na cama, mas estava quase cem por cento certa de que ele negaria.

Estava difícil dormir desde que o príncipe descobrira a verdade sobre ela. Lynae sentia como se uma antiga ferida, que ainda não tinha sido completamente cicatrizada direito, tivesse sido aberta. Toda vez que ela tomava banho e olhava para sua pele queimada, Lynae tinha um vislumbre do terror que passara quando ainda era muito pequena.

Sonhava vividamente com o ocorrido, mesmo que não conseguisse se lembrar perfeitamente quando estava acordada.

Naquela noite em especial, ela dormiu relativamente rápido porque estava muito cansada. Tinha passado o dia todo brincando com Louise e Eddie – mantendo algumas limitações porque para todos os efeitos, ela ainda estava se recuperando dos ferimentos –, ainda assim, conseguia brincar de esconde-esconde, jogos de tabuleiro e com armas de água. Louise andava muito assustada com o ocorrido e Lynae quis mostrar a ela que estava bem. Claro que era sempre extremamente divertido brincar com crianças, era como reviver a infância e para ela isso era muito bom, já que passou muito tempo dela em hospitais. Lembrava-se de quando brincava com Katie quando ela era pequena, mas isso acabara quando sua irmãzinha fizera doze anos e decidira que já era uma mocinha.

Quando já estava nas profundezes do sono foi quando seus pensamentos vagaram de volta para suas lembranças mais tenebrosas. Estava naquela sala novamente, vendo as cortinas pegarem fogo e a lareira cuspindo suas chamas no tape persa. Havia um homem parado nas sombras, o rosto despido de qualquer expressão, segurando uma tora pegando fogo em uma das mãos. Ele se aproximou em passos lentos, mas Lynae confiava nele e não se assustou, mesmo que ele parecesse muito assustador naquele momento.

A Ascensão do ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora