Epílogo

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Um ano depois

– Havet ar... v-vackert idag. – Ryland falou.

– Är. Está esquecendo de dar ênfase por causa do acento. Havet är vackert idag. – Lynae repetiu lentamente para que ele pudesse acompanhar.

– Ha-havet ÄR vackert ida.

– Idag. – Lynae corrigiu.

– Céus! – Ryland jogou os braços para cima, deixando que suas mãos caíssem novamente em seu colo. – Isso é impossível.

Lynae sorriu divertidamente, enquanto movia os dedos precisamente nas teclas do piano, fazendo o som melódico do instrumento soar por toda a sala.

– Não seja tão dramático, amor. Você vai aprender a falar sueco.

– Sua língua é muito complicada.

Ela esbarrou propositalmente o ombro contra o dele, provocando-o. Ryland estava sentado ao seu lado no pequeno banquinho em frente ao piano, segurando um pequeno livro de sueco para iniciantes.

– Depois que acabarmos com o sueco, então, vou te ensinar a tocar piano. – Ela apertou enfaticamente três teclas para ilustrar suas palavras.

Ryland sorriu, debochado.

– Sabe que eu não tenho aptidão para música.

– Você não tentou o suficiente – Lynae se inclinou para o lado e beijou a bochecha de Ryland.

Ele se levantou do banquinho e a rainha voltou a tocar. Era "Ventos de Verão" de Madeleine Leeds, uma pianista grã-francesa, que Lynae vira tocar pessoalmente há algumas semanas. Não demorou mais do que alguns dias para que ela aprendesse a tocar a música, que era belíssima, possuía uma melodia forte e obstinada, que evoluía para um som mais calmo, transmitindo a tranquilidade que vinha depois de tempos turbulentos. Quando ela terminou a música, Ryland bateu palmas, olhando com admiração profunda para sua esposa.

– Eu amo quando você toca, Lyn.

– Eu também amo tocar. – ela sorriu para ele, fazendo um floreio com a mão, agradecendo pelas palmas do público.

Ele riu. Encontrava-se próximo a uma das janelas da sala de música, sua atenção voltou-se para ela, como se algo o interessasse ali.

– Lyn, vem aqui. – Ryland estava com um dos braços apoiados contra o vidro da janela. Ele estava olhando para baixo, para o bosque que se estendia logo à frente.

Lynae se levantou e caminhou até ele, ficando ao seu lado.

Lá embaixo, ela pôde ver as figuras de Mitchell e Anneli, caminhando juntos pela pista de caminhada. Ele falou alguma coisa que a fez rir e apoiar a mão no braço dele. Mitch olhou para ela e sorriu, um sorriso que parecia significativo, o que significava, Lynae não sabia dizer.

Ryland sorriu maliciosamente.

– Será?

– Isso seria incrível.

Anneli e Mitchell haviam se tornado amigos já fazia muito tempo. Uma amizade que surgiu basicamente do nada, mas que parecia ser bastante sólida e importante. Anne parecia gostar muito da companhia dele, mas jamais chegou a falar qualquer coisa sobre um envolvimento romântico entre eles. Ainda assim, Lynae sempre notou um certo carinho especial no tom dela quando ela falava qualquer coisa a respeito de Mitchell.

Vê-los juntos seria realmente incrível. Anneli era sua melhor amiga, uma das pessoas mais importantes de sua vida, e Mitchell era uma pessoa incrível, que certamente seria bom para Anne. Lynae não sentia mais qualquer ciúme em relação a esse pensamento, queria que Mitchell fosse feliz, assim como ela era.

A Ascensão do ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora