A Doença Vermelha

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 Lynae se vestiu de forma simples, para uma princesa. Usava calça social azul escura, um salto alto preto, camisa preta e um paletó cinza escuro por cima. O cabelo estava preso em um rabo-de-cavalo com mechas soltas ao redor de seu rosto.

Mitchell estava com um terno preto e uma gravata prateada. Já Anneli usava uma longa saia verde esmeralda, uma blusa de seda branca e um casaco preto por cima; seu cabelo estava preso em um bonito coque trançado, com uma longa mecha caída na lateral de seu rosto.

Os três estavam no carro, indo em direção ao Hospital Vermelho de Suiss, como foi batizado devido a sua especialidade em pesquisa e tratamento da doença vermelha, ou doença de Becker, devido a médica que fez a descoberta. O local ficava no limite do município, o mais longe possível do centro da cidade, já que a enfermidade era contagiosa.

A princesa tinha estudado bastante sobre a doença, embora já soubesse muita coisa sobre ela. O vírus responsável pela doença não costumava ser tão agressivo antes, podia ser facilmente controlado através de medicamentos, mas acabou sofrendo uma mutação terrível quando entrou em contato com o organismo dos soldados modificados de Snöland. Porém, não foi tão mortal nos soldados, mas sim nas pessoas comuns.

A enfermidade foi conhecida como "doença vermelha" por causa de um de seus sintomas, a vasodilatação generalizada do corpo, principalmente dos braços e do rosto, deixando a pele avermelhada e diminuindo drasticamente a pressão. A doença deixava as pessoas apáticas, geralmente de cama. Esse era apenas um dos sintomas, havia também fortes dores de cabeça, arritmia cardíaca, dificuldade respiratória, dentre outros. O vírus atacava principalmente o coração e os vasos sanguíneos, engrossando o sangue e fazendo o paciente morrer posteriormente de parada cardíaca. Quando era mais severa, podia até chegar ao cérebro, causando uma degeneração neurológica considerável.

Era uma doença horrível e sem cura. Tudo o que se podia fazer era garantir uma melhor qualidade de vida, e uma morte indolor. Assim como fora para o rei Edward.

Mesmo tendo passado boa parte da noite estudando sobre o assunto, Lynae ainda se sentia nervosa. Estava sentada no carro completamente inquieta, a perna balançando freneticamente, enquanto seus olhos tentavam focar na paisagem ao seu redor, sem sucesso.

– Lynae – Mitch inclinou-se para frente, apoiando os antebraços nos joelhos e encostou levemente os dedos no joelho dela.

Lynae mirou os olhos à sua frente, onde o príncipe estava sentado.

– Não precisa ficar tão preocupada, é só o primeiro dia. Está tudo bem se não resolver todos os problemas hoje.

– Sim – Anneli apertou sua mão, olhando para a princesa – Escute o príncipe, vai ficar tudo bem.

Ela conseguiu se acalmar por apenas alguns segundos, até o carro atravessar uma estrada ricamente arborizada e o hospital se erguer diante de seus olhos. Seu coração disparou no peito.

O hospital era uma construção retangular de tijolos vermelhos repletas de janelas espelhadas, cercada por árvores e por um estacionado um tanto vazio. Era grande e a fachada era composta por letras prateadas que brilhavam ao sol com os dizeres "Hospital Vermelho de Suiss".

O carro parou bem na entrada, onde havia um homem e uma mulher parados, esperando. O chofer desceu e abriu a porta para a princesa, que desceu primeiro, seguida por Anne e Mitch.

– Seja bem-vinda, Alteza, meu príncipe, senhorita – saudou o homem de meia idade de pele cor de mogno, com um grande bigode grisalho em seu rosto e olhos escuros acolhedores, que estava parado na entrada – Eu sou Frank Endler, diretor administrativo do hospital e, esta – ele fez um gesto para a mulher ao seu lado, que era encorpada, tinha cabelos acobreados presos em um coque e olhos castanhos acinzentados. – é Gabrielle Riviere, médica chefe do hospital.

A Ascensão do ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora