A Ascensão do Rei

Dia da Paz

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Foi assim que as últimas dez cartas que Ryland mandou começavam. Ele mandou uma carta por dia desde a primeira, embora Lynae não tivesse incentivado nada disso, já que não respondera nenhuma delas. Apesar disso, Ryland tinha mantido sua palavra de se manter longe, falava com ela apenas para cumprimenta-la e sorria para ela constantemente quando a via.

As cartas eram sempre lindas, sempre traziam palavras poéticas sobre como a beleza dela era extraordinária, como era inteligente, forte e gentil, falando sobre como ele estava muito apaixonado por ela, mas não parecia repetitivo, sempre comovia Lynae e derretia um pouco a muralha de gelo que ela havia erguido ao seu redor. Sinceramente, quase não parecia Ryland que as escrevia, já que jamais fora tão profundo assim nas suas antigas cartas. Ela supunha que era porque ele estava mais velho agora, ou, talvez, ele realmente tivesse mudado um pouquinho. Ou porque seus sentimentos eram verdadeiros e intensos.

Hoje era o dia da Paz, haveria um desfile com o exército, a cavalaria, uma banda, cavalos treinados e toda a família real, televisionado nacionalmente e com um grande público acompanhando. Terminando com um discurso de Ryland, da doutora Gabrielle e a rainha.

Lynae estava usando um belíssimo vestido branco de mangas compridas com detalhes dourados na barra da saia, nos punhos das mangas, no corpete e ao redor da gola, além de um cinto de ouro envolvendo sua cintura. Seu cabelo estava preso em uma trança raiz, enfeitado com pequenas flores douradas, duas mechas estavam soltas, emoldurando seu rosto. Neste dia em especial, as pessoas deveriam usar branco, para simbolizar a paz, então, todos da família real estariam com essas cores, branco, dourado ou prateado.

– Então, ele mandou outra carta hoje? – Anneli perguntou, sentada em frente a penteadeira. Estava usando um vestido branco sem mangas de corpete prateado.

Helli, que colocava os enfeites no cabelo da princesa, e Kalwa, que ajeitava a saia do vestido de Lynae, se entreolharam de forma cúmplice, dando sorrisinhos uma para a outra.

– Mandou. – Lynae respondeu, concisa.

Anneli, Helli e Kalwa trocaram olhares estranhos e sorriram, em seguida.

– O que foi? – Lynae questionou, enquanto arrumava os brincos em sua orelha.

– Nada. Só que isso é tão romântico! – Anneli suspirou e levou as mãos ao peito.

– Ele me mandava muitas cartas antes. – Lynae retrucou.

– Mas olha só isso. – Anne ergueu a carta que Ryland mandara no dia anterior, que estava apoiada sobre a penteadeira. – "Toda vez que eu olho para você, é como se eu estivesse contemplando um fenômeno lindo da natureza. Um pôr-do-sol repleto de cores e beleza, uma alvorada brilhante e resplandecente. Eu te admiraria por toda a eternidade se minha vida fosse eterna."

Helli e Kalwa suspiraram. Ótimo, elas estavam apaixonadas por Ryland também.

– Achei que você fosse do time "odeio Ryland e quero ele longe de você". – Lynae semicerrou os olhos para Anneli, que sorria docemente.

– Eu era. Até ele se arrastar aos seus pés e confessar o amor incondicional dele a você.

Lynae franziu o cenho.

– Ele não fez nada disso.

– Mas é como se tivesse.

Alguém bateu à porta e Helli prontamente foi atende-la. Ela fez uma reverencia, antes de permitir que Ryland entrasse.