Sob a Luz do Luar

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"Se você sair por essa porta agora, então vai ter feito uma escolha. Se sair, jamais haverá um nós, Ryland. Eu nunca mais vou estar aqui, disponível para você."

Foi o que Lynae disse, pouco depois de confessar que o amava. Naquela época, Ryland saíra pela porta. Ela costumava ser uma mulher de palavra e, se por acaso se lembrasse dessas que pronunciou há um certo tempo atrás, jamais aceitaria Ryland de volta. Lynae era orgulhosa, mas acima de tudo uma pessoa essencialmente teimosa, ele conhecia bem sua teimosia. Se quisesse de verdade que algum dia algo acontecesse entre eles, então teria que provar o que sentia por ela.

Lynae estava linda, até porque não havia outra opção para ela. Estava usando um vestido lilás sem mangas, simples, porém com um elaborado e elegante bordado florido no corpete, que subia pelas alças largas do tecido; ele também tinha um generoso decote em V que mostrava bem os atributos frontais de Lynae, que Ryland não pôde deixar de notar. Ela usava um simples colar de cordão de ouro branco com uma pedra brilhante rosa, brincos igualmente discretos. Ela estava magnifica, elegante e, ao mesmo tempo, simples, o que era muito apropriado para um baile beneficente, não ostentar muito nas roupas e joias.

Seu cabelo estava parcialmente preso por uma rede de prata, que pareciam ramos de uma trepadeira metálica, que se destacavam em meio as suas mechas negras. Os cachos escuros caiam por suas costas feito uma capa brilhosa.

Ryland também estava mais simples, vestindo um terno de três peças azul marinho com uma gravata prateada, que combinava com os adereços de Lynae. Ele teve que receber novamente a ajuda de Anneli para cobrir seus hematomas com maquiagem, embora eles não estivessem mais tão ruins.

Tudo o que conversara com Steven e Mitchell se passava na cabeça de Ryland, enquanto ele e Lynae iam até o carro. Mas, perceber o que sentia e, fazer alguma coisa à respeito, eram coisas completamente diferentes. A verdade era que ele nem sabia por onde começar, ou o que deveria fazer. Tinha medo de dar um passo em falso e irritar Lynae, ou pior, magoa-la.

Embora tivesse conversado com Lynae e os dois tivessem entrado em um consenso de deixar o passado para trás, a realidade ainda era confusa. Ryland ainda nutria sentimentos por uma pessoa que havia deixado sua vida, tinha ciúme de seu irmão e sentia-se extremamente inseguro com seu relacionamento instável com Lynae. Podia imaginar que a princesa ainda se sentia rejeitada por ele, ainda se sentia ansiosa em relação ao seu estado duvidoso na Grã-Francia e abalada por toda a situação que envolvia Mitch. Ryland pensou que, talvez fosse o momento de amenizar as coisas.

Os dois entraram no carro em silêncio, o que estava começando a deixar Ryland inquieto. Ele queria dizer alguma coisa, mas quis arranjar as palavras certas.

– Eu... – Ry começou, atraindo a atenção da princesa – e o Mitch nos entendemos.

Ela arqueou as sobrancelhas, claramente surpresa e esboçou um sorriso sincero.

– É mesmo? Isso é ótimo, Ryland. E... Como ele está? – Lynae parecia realmente preocupada e bastante interessada pela resposta, mas, no mesmo instante, ficou envergonhada, como se não devesse fazer aquela pergunta.

Ryland sentiu aquela pontada incomoda, que aprendeu a reconhecer como ciúme.

– Ele está bem. Vai... ficar melhor com o tempo.

Lynae imediatamente entendeu ao que Ryland se referia e acenou firmemente com a cabeça, antes de desviar o olhar novamente para a janela do carro.

O príncipe estava certo de que ela não diria mais nenhuma palavra o caminho todo até a mansão do anfitrião que daria o baile. Ele estava determinado a não pressiona-la em uma conversa.

A Ascensão do ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora