A Assembleia Trimestral de Governantes da Grã-Francia duraria a semana toda e Lynae não podia entrar na sala de reuniões.
Ryland estava muito focado em fazer com que eles parecessem um casal sólido para os grandes líderes, porém, ninguém estranharia se ela não participasse das reuniões. Afinal, ela era o bibelô de Ryland, apenas uma peça snölesa que consolidava a aliança. Não precisava ouvir sobre o país, ainda mais seus problemas. Para todos os efeitos, ela ainda era a princesa inimiga.
Apesar de Ryland tê-la apresentado para todos os governadores, duques e duquesas, Lynae podia sentir a sutileza do desprezo direcionado a ela. Por simples olhares, narizes torcidos, bocas comprimidas e quando a ignoravam, quase que imediatamente após cumprimenta-la. Alguns não eram assim, eram simpáticos com ela. Quem dera fossem maioria.
Ela não disse nada a Ryland porque conhecia o temperamento dele o suficiente para saber como ele agiria. Lynae não queria ser motivos para mais um problema. A notícia nos jornais e o protesto já eram suficientes.
A princesa queria fazer alguma coisa, mas sabia que Ryland estava irredutível sobre sua decisão. Por isso, foi até o centro médico do castelo, até a ala psiquiátrica e ficou parada no corredor sem conseguir se mexer. Não estava pronta pra falar sobre isso de novo e queria que Ryland pudesse entende-la. Ela conseguia entender a preocupação dele, mas achava muito exagero.
Era extremamente entediante ficar sem nenhum proposito ou alguma tarefa diária. Mesmo que não gostasse, sentia saudades de ter que planejar um baile, ao menos era alguma coisa.
Quando Lynae estava voltando para seu quarto, ela esbarrou em Mitchell, que estava acompanhado de uma Charlotte muito sorridente, que estava agarrada ao braço dele.
– Alteza! – ela saudou acenando com a cabeça – Que prazer em vê-la.
Lynae ainda não sabia como se sentia em relação a ela.
Na mesa do jantar e do café da manhã desde que os governantes e duques chegaram, ficou mais cheia ocupada por eles. Eles se sentavam entre os príncipes e a rainha, de forma a serem completamente incluídos entre a família real. E Charlotte, particularmente, era uma pessoa excessivamente encantadora. Ela conseguia conversar com todos os entes da mesa, entretê-los, anima-los, sobretudo os irmãos mais novos de Ryland, Eddie e Louise, até mesmo Oliver.
Um sentimento ruim se apossava de Lynae quando olhava pra ela. Lynae tinha quase certeza de que era inveja, mas não queria admitir isso para si mesma. Charlotte era aceita pelos governantes porque era um deles, uma grã-francesa, era carismática, conhecia a família Beaucourt há algum tempo, aparentemente, era querida por eles, e era livre, não era casada por causa de um arranjo por uma aliança. Pior que isso, ela participava das reuniões juntamente com sua mãe.
– Quer se juntar a nós dois, Alteza? – Charlotte abriu um sorriso e ela tinha dentes realmente lindos. Ela possuía um sotaque acentuado, que dava um charme a mais para o francês. – Íamos até a praia. Quer vir? Faz muito tempo que não vou à praia, preciso me bronzear um pouco. – Ela esticou o braço na frente do corpo para evidenciar sua pele clara.
Lynae se afastou um pouco dos dois. De repente, ela se sentiu um pouco como se estivesse entre um casal, segurando vela. A sensação deu náuseas nela.
– Não eu...
– Deve estar ocupada, não é? – perguntou Charlotte inocentemente.
– Hum...
– Char, por que você não vai indo na frente? – Mitch segurou a mão dela gentilmente a tirando de seu braço para liberta-la.
Char?
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A Ascensão do Rei
Romance*Continuação da história A Rainha da Neve* Snöland e o reino da Grã-Francia já se enfrentaram em uma guerra sangrenta mais de cinco décadas atrás. O reino nórdico perdeu a guerra, mas também perdera sua reputação com os outros países e a liberdade d...