Os meses se passaram mais rápido do que Ryland gostaria. Deveria ser porque as coisas nunca estiveram tão boas em sua vida, óbvio, se não fosse a eminencia de seu reinado.
Ele havia se entendido com Mitchell e eles estavam igual era antes, apenas irmãos que se amavam. Estava arranjando um jeito de conviver pacificamente com a sua mãe, que estava fazendo o que ele havia dito, passando mais tempo com seus irmãos. Nunca vira Lou e Eddie mais felizes, Ollie continuava emburrado como sempre, mas também parecia apreciar a tentativa de aproximação de Emilie, assim como Stevvy.
Seu recente relacionamento com Lynae ainda causava um certo estranhamento em Ryland. Ele a amava, claro, mas passou tanto tempo evitando sentir qualquer coisa por ela, brigando e sendo ignorado que, passar as noites com ela, dormindo na mesma cama, se beijando sempre que tinham a oportunidade, ainda era algo extraordinário e ele esperava que continuasse sendo pro resto da vida. Os dois ainda estavam descobrindo um ao outro, o que era fantástico. Ryland amava aventurar-se em Lynae e notar cada pequeno detalhe dela.
Ryland observava o vai e vem ansioso de Lynae no hall do palácio de Lys, em Paris. Os pais e a irmã dela chegariam dentro de alguns minutos e ela estava extremamente eufórica.
– Amor – Ryland segurou a mão da princesa, fazendo com que ela parasse sua caminhada. Ele acariciou docemente a mão dela com o polegar. – Acalme-se. Vai fazer um buraco no chão.
A primeira vez que Ryland chamou Lynae de "amor", na mesa do café da manhã, absolutamente todos os entes ali presentes, olharam para ele com espanto, exceto Mitch e Anneli, que já sabiam e Lou e Eddie, que eram alheios a esse tipo de coisa. Ryland apenas deu de ombros e explicou que não era nada excepcional chamar a própria esposa de "amor". Mas, na verdade, era sim. Era doce o som da palavra em sua boca, quando ele usava para chamar Lynae, embora tivesse demorado um tempo para que ele se acostumasse com a ideia.
Seus irmãos ficaram ainda mais espantados quando Ryland beijara Lynae na frente deles. Todos eles já tinham visto fotos onde o príncipe fazia isso, mas era diferente, porque até então era uma ação feita em público apenas em nome da aparência, mas beija-la em um ambiente íntimo, apenas na presença de sua família, era bastante significativo.
Ryland tentava, sempre que possível, evitar qualquer tipo de contato mais íntimo com Lynae na frente de seus irmãos, principalmente Mitchell. Embora seu irmão mais velho já tivesse dito que não havia problema, Ry reparava na forma como ele desviava o olhar e abaixava a cabeça sempre que ele tocava de forma mais carinhosa em Lynae.
– Eu estou tão animada, Ry – Ele podia ver pelo brilho que iluminava os olho azul e castanho da princesa. – Nem estou me aguentando de ansiedade.
O som do carro chegando, fez Lynae se sobressaltar, livrando-se das mãos de Ryland que, até então, afagavam os braços dela. Ela se adiantou para a entrada do castelo, enquanto o príncipe permanecia no lugar.
– Lynae! – o grito de Katie soou do lado de fora e não demorou para que um borrão de cabelos ruivos surgisse, avançando contra Lynae de forma brusca. As duas se abraçaram fortemente, como se nunca mais fossem se soltar.
Logo os pais de Lynae apareceram, Harold e Elin Heikki. Eles ficaram esperando pacientemente até que Katie soltasse sua outra filha, assim que ela o fez, Harold foi o primeiro a se aproximar, tomando Lynae em seus braços de forma calorosa. A mãe de Lynae foi menos carinhosa, apenas deu um beijo no rosto da filha e sorriu, mas não a abraçou.
Depois que seus pais cumprimentaram Ryland, a rainha e os demais Beaucourt, Lynae pediu licença para que ficasse a sós com sua família. Ela havia organizado um chá, com pequenos sanduiches, biscoitos e bolinhos, que Katie comeu avidamente.
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A Ascensão do Rei
Romance*Continuação da história A Rainha da Neve* Snöland e o reino da Grã-Francia já se enfrentaram em uma guerra sangrenta mais de cinco décadas atrás. O reino nórdico perdeu a guerra, mas também perdera sua reputação com os outros países e a liberdade d...