Suíça e Itália

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– Tudo bem, Ry? – Stevvy ecoou do lado de fora da cabine.

Ryland se inclinou novamente sobre a privada e vomitou, dessa vez, não tinha mais nada no estômago, então tudo o que saiu foi bile amarela. Ele apoiou os cotovelos na porcelana e esperou, por alguns minutos, que o enjoo voltasse, mas parecia que agora estava bem. Levantou-se, deu descarga e fechou a tampa da privada.

Houve muita turbulência durante o voo, por causa da chuva, fazendo o avião chacoalhar. Ryland ficou colado ao assento, com as mãos segurando fortemente os braços da poltrona durante todo o voo. Não conseguiu relaxar nem por um segundo. Quando o avião finalmente pousou e eles desembarcaram, Ryland correu direto para o banheiro, ignorando completamente as pessoas que tinham ido recepciona-lo.

Saiu da cabine do banheiro e encontrou seu irmão mais novo de braços cruzados, apoiando o quadril na larga pia de mármore, que ficava logo abaixo de uma largo espelho retangular com moldura dourada.

O príncipe regente avançou na direção da torneira e se abaixou para colocar água em sua boca. Enxaguou a boca quatro vezes, até que não sentisse mais o gosto ruim de vomito em sua língua. Quando ficou ereto novamente, olhando-se no espelho, percebeu como seu rosto estava lívido.

A sua ferida estava latejando, pelo esforço de vomitar e por ter se envergado sem cuidado sobre a privada.

Nada principesco, pensou Ryland.

– Tudo bem, Ry? – perguntou Stevvy novamente, com a testa encrespada de preocupação.

Ryland apenas assentiu com a cabeça firmemente. Embora se sentisse absurdamente fraco.

Ele molhou as mãos e passou em seus cabelos bagunçados, limpou o rosto suado com um papel, antes de deixar o banheiro com a postura mais altiva que conseguiu arranjar, sentindo dor nas costelas.

Esperando-o estava a prefeita de Roma, Eleonora Marinelli, o governador do Estado de Roma, Alessio D'Amico, e, por fim, o odioso e separatista Primeiro-Ministro Matteo Rossi. Ryland não tinha se esquecido de que ele fora dizer para o príncipe, pessoalmente, que Lynae não seria adequada como rainha. Claro, porque com ela vinha um exército que complicava seus planos de separar sua região do país.

– Tudo bem, Alteza? – perguntou Matteo, estava sério, mas havia um brilho de malícia em seu olhar.

Ryland não se dignou a responder.

– Vamos.

Ele passou reto pelos governantes, indo em direção as portas que o deixariam livre daquele aeroporto odioso. Eles iriam para o Palácio do Quirinal, residência que costuma ser do presidente do país, mas que agora era cede do Primeiro-Ministro.

Isso também era uma cortesia do afrouxamento do poder monárquico. A Península Itálica, há três décadas, tinha exigido ser governado por uma italiano. Na época, isso foi bastante ofensivo, já que o país não era mais dividido em franceses, italianos e suíços, apenas grão-franceses. De qualquer forma, a Coroa cedeu e nomeou um Primeiro-Ministro para a Península Itálica. Agora, quem o nomeava era o Parlamento, a cada cinco anos, por isso Matteo estava ali, já que não era mais o rei ou rainha quem decidia.

Ryland e Stevvy entraram em um carro com Eleonora, Matteo e Alessio foram em outro carro.

Saber que o governador do Estado de Roma se chamava Alessio foi um baita tapa em sua cara. A versão masculina do nome dela, apenas para ele não se esquecer.

Eleonora sentou-se à frente dos príncipes e ficou nomeando os monumentos de Roma e os melhores lugares para comer, dançar, teatro e se divertir. Ela era uma mulher com pele cor de oliva, encorpada, nariz achatado, olhos castanhos claros, pouco mais escuros que os de Ryland, e cabelos negros cortados pouco acima do ombro. Já era a pessoa favorita do príncipe ali, porque tinha um sorriso acolhedor e gostava de falar acaloradamente.

A Ascensão do ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora