Sua Decisão

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Todos os parentes de Ryland estavam na sala de espera do hospital, inclusive Jonathan.

O príncipe britânico estava sentado em uma poltrona perto da janela. Ele estava distraindo a princesinha Louise, que estava sentada em seu colo. Aparentemente ele era bom nisso, porque fazia Lou soltar algumas risadinhas baixas, o que era reconfortante, já que a menos de meia hora atrás, ela estava chorando pelo irmão.

Emilie estava perto da porta de saída, olhando para Jonathan e Lou feito um gavião à espreita. Ela estava em pé com os braços fortemente cruzados.

Mitchell estava sentado em um sofá, com um Eddie sonolento apoiado em sua coxa, ele apoiava a cabeça no peito do irmão mais velho, tentando bravamente se manter acordado. Ao lado deles estava Oliver, que tinha um videogame portátil apoiado nas pernas, mas seu olhar estava fixo no carpete a sua frente. E, ao lado de Oliver, estava Steven, que parecia ser o mais preocupado de todos, já que seus olhos estavam arregalados e sua cara estava branca feito papel.

Lynae estava o mais longe possível de todo mundo, perto do filtro de água e da garrafa de café, e mantinha um copo de isopor na mão que continha café fumegante. Ela permanecia olhando o vapor subir do líquido escuro para passar o tempo.

Ryland não tinha tido uma parada cardíaca, como aquele guarda alegara, aquilo fora só uma forma do príncipe de traze-la de volta para o castelo. Ainda assim, ele tinha sido submetido a uma nova cirurgia, já que tinha arrebentado os pontos de seu pulmão e o sangramento estava impedindo que ele respirasse direito. Era uma cirurgia relativamente simples, mas ainda precisariam submete-lo a uma anestesia geral, o que nunca era uma coisa boa.

A princesa sabia exatamente porque ele tinha arrancado aqueles pontos, mas tentava não pensar muito sobre isso. A culpa não era sua, Ryland era um homem adulto e tomara a decisão sozinho. Ele podia ter ficado quieto, enquanto Lynae resolvia as coisas, mas não, ele teve agir. Ela sabia que nenhum guarda daquele castelo a deixaria sair agora.

Antes, ficara imensamente preocupada com a possibilidade de ele não sobreviver, sentiu seu coração se contrair e sentiu um verdadeiro pânico a dominar. Mas, assim que chegara no castelo e percebera o que estava acontecendo, que fora enganada, tudo o que a princesa queria era que Ryland melhorasse, apenas para dar um belo soco na cara dele. Não se lembrava da última vez que sentira tanta raiva assim.

Ryland já a transformara em uma boneca de exposição, quando fizera com que ela não tivesse mais voz ativa até que ela fosse à um psicólogo. Alegara que estava apenas preocupado. Agora, transformara-a em uma prisioneira em seu castelo. Alegaria que a estava protegendo. Mas não iria mais tolerar uma coisa dessas. Ele era seu marido, seria seu rei, mas certamente não era seu chefe e muito menos o seu dono.

– Lynae. – Sem que notasse, a rainha tinha se aproximado dela. Lynae deveria estar muito absorta em sua ira para não reparar, já que geralmente percebia claramente uma aproximação. – Eu quero falar com você.

Automaticamente, o sangue que corria por suas veias se tornou gelo e ela sentiu um frio desconfortável percorrer sua espinha.

Ainda assim, Lynae seguiu a rainha quando ela passou pela porta, saindo da sala de espera e adentrando o corredor branco da ala hospitalar, onde ficavam portas que davam para quartos mais simples de internação. Emilie abriu uma dessas portas e a princesa entrou sem hesitar, a rainha veio, em seguida, fechando a porta logo depois.

Era um quarto com uma cama de solteiro, um monitor cardíaco, um pequeno armário de medicamentos, uma larga janela e uma pequena TV. Ambas permaneceram em pé, naquele cômodo branco demais para os olhos sensíveis de Lynae. Ela não conseguiu ler a expressão no rosto da rainha, se ela estava com raiva ou não, só via seriedade ali.

A Ascensão do ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora