17. Buquê

3.4K 278 70
                                    

Camila Cabello's point of view

Completamente caída por aquela mulher, é como eu estou.

É tão gostosa a sensação de estar tão apaixonadinha assim por alguém, e eu até poderia completar com "de novo", mas acho que nunca senti essa paixão crescente, que corre pelas minhas veias e entrega para meu cérebro, não me fazendo conseguir parar de pensar nela. E o melhor de tudo, é que se parecia com aquelas paixões adolescentes, que temos por aquela pessoa da sua classe. E digo que é bom porque adolescente é sinônimo de intensidade. Você faz tudo com intensidade. Você sente com intensidade, e é isso que estou sentindo agora. Quero estar perto dela o tempo todo, conversar com ela o tempo todo, fico sorrindo igual boba quando penso nela, nos momentos em que tivemos, ou no que ainda podemos ter. É isso, paixão adolescente, mas eu não sinto que ela vai se apagar dessa vez.

E acho que, sem dúvida, além da primeira vez que nos beijamos, o momento que mais se passa pela minha cabeça é de quando dormimos juntas, em uma conchinha. Ela era tão... ela.

Mas se tinha algo que me marcou foi o jeito que ela me olhou enquanto tocava violino e cantava All of me pra ela.

Céus...

Eu estava entrando em casa agora, já se passava das seis, e só não extendemos o passeio para um jantar ou algo do tipo porque Dinah me avisou que estava indo para a minha casa, e como confirmei minha presença antes de sairmos da escola, achei que seria sacanagem fazer minha amiga voltar para trás. Lauren disse que me ligava, e pegamos um uber compartilhado, com duas paradas.

Quando abro a porta, a primeira visão que tenho é de Dinah largada em um canto do sofá, com uma xícara na mão e um pedaço de bolo na outra. Minha mãe está no outro lado, com a postura bem mais ereta, e com uma xícara em mãos também. Elas conversavam sobre algo, mas a conversa acabou, ou só interrompeu quando elas viram que eu tinha chegado.

- Oi, lindas! - Eu cumprimento, com um sorriso de orelha a orelha quando fecho a porta e vou até elas.

Deixo um beijo na testa de cada uma, e não me preocupo em ir no quarto trocar de roupa ou qualquer coisa do tipo, apenas tiro minhas sandálias e me jogo no sofá, ao lado de Dinah, que precisa segurar a xícara com mais força para o líquido não derramar.

- Voltou animada - minha mãe comenta, dando o gole no que dali eu sentia que era café.

- Uma mulher faz milagres, tia - Dinah diz, como quem não queria nada.

- Estava com Lauren até agora? - Dona Sinu pergunta, e eu aceno com a cabeça, roubando um pedaço do bolo de Dinah, que ela libera sem reclamar.

- Estava - era de cenoura. - A gente ficou nos instrumentos do dia todo, mas demos uma pausa pra almoçar naqueles restaurantes que tem lá perto.

- Instrumentos - Dinah repete, baixinho, como quem estava duvidando, e eu a dou um tapinha disfarçado na coxa.

- Ah... - minha mãe rola os olhos por mim e por Dinah, e depois se levanta. - Vou só buscar mais café, quer um pedaço de bolo?

- Quero! - Ela assente, e saí em seguida, e é a hora que me viro para Dinah, quase eufórica. - Eu estou tão feliz!

Minha amiga ri baixinho, assoprando o café antes de dar um gole.

ReasonsOnde histórias criam vida. Descubra agora