13. Ele não era ela.

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Camila Cabello's point of view.

Eu tive todas as respostas que eu queria e um pouco mais. E a maior delas, sem duvidas, foi quando estávamos dançando daquele jeito, porque eu não me importei com mais nada, era como o mundo além dela não importasse. Além de nós e do que estávamos fazendo. Eu não me importei com a possibilidade de Austin chegar e ver aquilo, porque ele veria, e quando eu levei Lauren para o corredor depois dela me fazer estremecer com a revelação de que queria me beijar, não foi porque eu estava pensando nessa possibilidade, foi porque, no corredor, o beijo poderia evoluir até as mãos bobas.

As mãos bobas que o meio das minhas pernas deixava claro que ainda queria.

Eu tento me livrar das lembranças e daquele incomodo no meu sexo enquanto vou até a entrada. Austin não chegou a entrar, de fato, no bar, mas estava parado no meio da "porta", com visão para tudo lá dentro. O que estaria acontecendo agora se ele tivesse me visto dançar com ou até mesmo beijar Lauren?

E que beijo...

Camila! Foca!

Mus lábios estão queimando, e isso deixa claro que eles estão avermelhados e provavelmente vão ficar um pouco inchados, mas eu tento fingir normalidade quando me aproximo o suficiente para acenar.

— Oi! – Ele sorri pra mim, sem demonstrar desconfiança, e vem ao meu encontro para me dar um abraço, seguido de um selar demorado. Aquilo me causa um desconforto.

— Que perfume é esse? – Ele pergunta, aspirando o cheiro em mim, e eu dou um passo pra trás pelo nervosismo.

— Pedi emprestado da Dinah – minha voz não saí trêmula, mas eu estou gesticulando demais. – Você demorou, aconteceu alguma coisa?

Ainda não era madrugada, mas eu tinha certeza que já se passava das nove e meia da noite. Talvez devesse ser umas onze, por ai. Austin suspira cansado, passando a mão pelos cabelos.

— Minha mãe veio com aquele papo da proposta dos estudos em Nova York, e os investidores que estavam lá resolveram se intrometer para falar o quão bom era – Austin havia sido aceito em algumas faculdades de direito em Nova York quando se formou no Ensino Médio, a dois anos atrás, e, desde então, ele vinha recebendo esses convites de tais instituições, mas ele não estava ligando muito para aquilo. Afinal, quem precisa se preocupar em fazer uma faculdade quando se é herdeiro e não vai precisar trabalhar nunca na sua vida? O fato de Austin ser herdeiro também era o motivo pelo o qual estava sendo requisitado. – Fiquei até com medo de não te encontrar aqui mais, porque você não atende o telefone.

Por favor, a alguns minutos eu não sabia nem o que era telefone.

Pensar nisso me deixa um pouco mal. Eu não estava feliz por ter traído Austin, mas, ao mesmo tempo, não me arrependia por ter beijado Lauren. Não me arrependia nenhum pouco.

Aquilo era outro sinal?

Bom, dependente se é ou não, trair não é algo que eu compactuo, então, isso não pode voltar a acontecer, o que me deixa com apenas duas alternativas.

— Eu não ouvi tocando – não minto, e quando paro pra reparar, minha bolsa não estava comigo. Devo ter a deixado na mesa.

— É, Dinah disse que você estava no banheiro, e eu até achei estranho, porque você nunca vai nesses banheiros de bares e etc – ele solta uma risadinha, e eu rio também, de puro nervoso, mas meu estômago se contrai de forma boa quando lembro daquele corredor. – Vamos entrar, então?

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