33. É sim para tudo que você me propor.

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Lauren Jauregui's point of view.

Eu estou passando meus dedos com pressa pelo teclado do meu notebook, adicionando mais palavras importantes à biografia. Os capítulos estavam divididos em fases dos acontecimentos, e agora, estou narrando a noite em que Keana foi para casa de sua mãe e retornou estranha. A noite que propôs a mudança no sexo. A noite antes de tudo acontecer.
Eu estava ansiosa demais para ver Camila no palco, estava ansiosa demais para saber como ela reagiu à carta. Apenas não estava ansiosa para saber o que ela achou das flores, porque sei que as amou. Assim como eu amei a comprar.

De fato, era uma sensação incrível dar flores à alguém, principalmente quando esse alguém aprecia isso.

Só percebo que estou sorrindo sozinha quando um suspiro escapa dos meus lábios, e eu preciso retirar os olhos da tela para apoiar a cabeça no estofado do auditório e mirar o teto. Pensar em Camila enquanto eu escrevia virou um costume, e tornava tudo tão mais leve, mesmo que eu estivesse me aproximando do momento mais importante dos fatos contra Keana. Eu precisava enfrentar e lembrar de cada detalhe agora, pois eles seriam cruciais para as pessoas acreditarem em mim. Qualquer deslize poderia dar a entender que é uma mentira, e essa é minha última chance, não posso desperdiçar.

Suspiro fundo, e volto a olhar para a tela decidida a prosseguir, mas então, percebo uma movimentação do meu lado. É Sinu, e ela está com um meio sorriso no rosto, passando pelos bancos até me alcançar, e se sentar ao meu lado.
Eu já estava no auditório fazia minutos, antes conversando com Simon, e agora, escrevendo enquanto esperava a entrada de Camila, que deveria acontecer a qualquer segundo.

— Como ela está? – Pergunto, salvando o arquivo antes de fechar o notebook, para dar atenção à Sinu.

— Perguntando de você – ela comenta com uma breve risada, e euabro um sorrisinho. – As flores que estavam no camarim devem ser suas, né?

— Quis ser um pouco clichê – solto uma risada boba, vendo os avaliadores tomarem seus lugares na primeira fileira. – Não que eu já não seja sempre. Ela pareceu ter gostado?

Na verdade, a pergunta que eu queria fazer era: "ela menciono algo sobre a carta?", mas acho que Sinu teria chego extasiada caso tivesse.

— Se quando você deu aquela única rosa pra ela, Camila já cuidou como se fosse a própria vida de tanto que gostou, imagina esse buquê? Tenho certeza que ela vai dormir agarrada com ele.

— Isso é bom – digo, controlando a vontade de sorrir mais, e Sinu suspira ao meu lado, encarando o palco lá na frente.

— Eu estou feliz por ela te ter – revela, e eu me surpreendo um pouco, porque não estava esperando por isso. – Você sabe o que eu achava sobre Austin e o antigo relacionamento deles, e por mais que bem no início pensei que vocês duas eram, de fato, amigas, já sabia que você fazia o bem que Austin nunca fez pra Camila. Ela começou a andar mais sorridente pela casa, ficava olhando pras rosas com um brilho lindo de se ver, seu humor melhorava quando ela falava com você... e tudo isso enquanto eles ainda estavam juntos.

Ainda estou sorrindo quando volto a apoiar a cabeça no estofado, mas agora tenho as lembranças de como começamos na cabeça, e como estar com ela sempre foi algo bom, leve, e agradável.

— Acho que teve um momento sim, em que fomos só amigas, mas isso foi antes mesmo do primeiro encontro, quando ela me chamou para almoçar, desde aí eu já estava interessada nela, só fingia que não – conto, já que tocamos no assunto mesmo. – Eu estava passando por muitas coisas na época em que nos conhecemos, mas, mesmo assim, quando fiquei sabendo que ela tinha um namorado, não pensei em me afastar, porque eu tentava me convencer que ela namorar não era um problema, já que eu queria ser apenas sua amiga. Foi só quando nos beijamos que percebi que, se eu continuasse naquilo, iria sair mais quebrada do que já estava, porque eu tinha gostado. Porque eu já gostava dela. Aí sim eu me afastei, mas ela terminou com o namorado, e isso deu uma reviravolta na minha cabeça.

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