Camila Cabello's point of view.
Quando minha mãe chegou, apressada, e entendeu a situação, quis encontrar o cara, ir na gerência, na delegacia de polícia e até mesmo cancelar o voo, porém, eu, que já estava mais calma após ficar uns cinco minutos naquele abraço com Lauren disse que não precisava, que estávamos bem, e que não queria que aquilo atrapalhasse nossa viagem. Claro, ainda achava um absurdo, ainda mais depois de ouvir Lauren dizer que nunca deveria me acostumar com aquele tipo de situação, mesmo que ela ocorra diversas vezes, mas aquele era um momento decisivo para minha carreira, era um tempo em que poderia passar com duas das três mulheres mais importantes pra mim, e eu não poderia deixar que aquele homem estragasse isso.
Nunca passei por uma cena como aquela, até porque, nunca tinha estado com uma mulher tão publicamente assim –não por minha escolha. E com Austin, eu poderia até mesmo transar com ele na frente de uma multidão que não tenho certeza que alguém viria com tanto ódio dizer que deveríamos apanhar na rua para aprender.
E fiquei sim, assustada demais com aquilo, tanto que meu corpo inteiro travou enquanto Lauren nos defendia, mas bem, no fim, ela tem o poder de me acalmar.Embarcamos em seguida, e ficamos as três na mesma fileira de poltronas. Lauren no canto da janela, eu no meio, e minha mãe na ponta. Minha cabeça foi apoiada no ombro de Lauren, e nossas mãos entrelaçadas, e assim passamos o voo inteiro. Eu não entendo como um sentimento tão puro e grande como o qual sinto por ela pode incomodar tanto alguém daquele jeito.
Quando pousamos, não desviamos caminho para chegar no hotel, onde Simon havia reservado dois quartos distintos para ficarmos mais à vontade. A audição estava marcada para o domingo de manhã, mas ele ofereceu o sábado de hospedagem também, para que eu possa me organizar antes.
— Vocês vão querer fazer algo a noite? – Minha mãe pergunta quando paramos na divisão do corredor, onde ela seguiria para a direita, e nós para a esquerda.
Eu paro de arrastar minha mala e olho para Lauren, como se tentasse entrar em um consenso de resposta por telepatia.
— Quero te levar a um lugar, mas pra você não ficar cansada, é melhor irmos depois a audição – ela diz, e eu já me animo toda por dentro.
Eu estou em Nova York, claro que queria ficar dia e noite na rua, mas tenho noção que isso me deixaria cansada para amanhã, e quero estar o mais desperta possível, sem precisar de energéticos ou cafeína.
— Pode me arrastar para qualquer canto! – Exclamo, abrindo um sorriso enorme no rosto, que faz Lauren sorrir pra mim.
— Ótimo, porque essas horas sentadas me deixa exausta e com o pé inchado – dona Sinu diz, apontando para os pés cobertos pelo sapa-tênis. – Vou ir descansar, qualquer coisa vocês me ligam ou batam na minha porta. E Karla, seis horas da manhã estou vindo te acordar.
— Sim, senhora – digo. – Você vai ficar bem ali?
— Sim – ela pega a alça da mala, e começa a arrastá-la corredor adentro.
— Certeza?
— Sou eu ou você quem é a mãe, Karla? – Dona Sinu questiona, cruzando os braços, e eu solto uma risadinha, me aproximando dela para deixar um beijo na sua bochecha.
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FanficLidar com os livros fracassando nas vendas após uma polêmica, o saldo da conta bancária caindo cada vez mais, o dono do prédio batendo no seu apartamento com a ordem de despejo em mãos e a vida amorosa indo pior que a saúde mental e física não é fác...