20. Não deveríamos perder tempo.

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Lauren Jauregui's point of view.

Camila remexe nos meus braços, antes de resmungar alguma coisa enquanto se erguia para ver o que era, e quando tem sua mãe no campo de visão, ela repete os mesmos atos que eu.

— Mãe! – Ela exclama, com a voz de sono. – O que você está fazendo aqui?

Estou com um pouco de dificuldade para enxergar, mas, ainda assim, vejo dona Sinu piscar algumas vezes, e depois prender uma risada. Não tenho muita certeza se ela sabia que eu estaria aqui.

— Ora, eu ia oferecer um bom dia pra você, mas acho que a noite já foi muito boa para compensar – eu quero enfiar a cara no primeiro buraco que encontrar. — Bom, eu vou sair daqui e ir preparar o café da manhã.

Ela não espera muito para fazer isso, e só quando a porta se fecha de novo, eu deixo meu corpo deitar direito no colchão, e cubro meu rosto quente com as mãos.

— Meu Deus, que vergonha – sussurro, negando com a cabeça, e ouço Camila soltar uma risadinha. Eu a olho, para ter certeza se ela está realmente rindo ou foi fruto da minha imaginação, mas ela estava com um sorriso no rosto, então imagino que sim. – Do que você está rindo?

— Se você tirar a parte vergonhosa fica engraçado – ela diz, e eu sorrio de incredulidade pelo que ouvi, mas não deixo de a contornar com meus braços quando ela deita o corpo do lado do meu, com a cabeça apoiada no meu peito. – Não acordamos da melhor maneira, mas... bom dia.

Por um momento, eu até me esqueço do que acabou de acontecer, porque as imagens de ontem entram na minha cabeça. Foi simplesmente incrível! Eu fiz o que tanto tinha medo de fazer outra vez, e foi tão bom, que só quando estávamos no ato eu percebi o quanto meu corpo sentiu falta daquilo, de estar totalmente entregue e envolvida a alguém daquela forma. E o mais incrível de tudo, foi perceber, também, que agi como se nunca tivesse desenvolvido um problema com o sexo, porque, no fundo, foi isso que senti com Camila. Eu confirmei o que vinha se passando na minha cabeça; eu não tinha um problema com sexo, em si, com tocar alguém. Eu tinha um problema em confiar que a pessoa não iria usar isso contra mim depois. E tudo que Camila disse antes de, de fato, acontecer, quebrou todas essas barreiras de falta de confiança que tinha em mim, e foi como se eu nunca tivesse chegado a desconfiar de algum dia. A confiança foi genuína, e forte, e eu estava feliz por isso.

Confesso que meu corpo deu uma leve travada quando eu toquei na sua intimidade pela primeira vez, e agora, eu fico dividida entre saber se o motivo foi por causa desse bloqueio que estava sendo quebrado, ou se foi porque eu tinha esquecido o quão bom era aquilo. Acho que, no fim, foi um pouco dos dois. O importante é que agora eu estou me sentindo bem mais completa do que venho sentindo a semanas –meses–.

— Bom dia – desejo baixinho, deixando um beijo sobre sua cabeça enquanto começa uma carícia nas costas desnudas de Camila, a fazendo se arrepiar.

— Ela deve ter esquecido que eu disse que você vinha pra cá – Camila começa a traçar uma linha invisível com os dedos na minha barriga, falando em um tom tão aconchegante, que eu poderia ficar ali pra sempre a ouvindo.

— Da próxima vez, vamos excluir a possibilidade de virmos pra sua casa – ela ri, concordando em um gesto com a cabeça antes de suspirar fundo, e abraçar meu corpo de lado. Eu faço o mesmo com o dela, e uma de suas pernas se entrelaça nas minhas. – O que você vai fazer hoje?

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