Lauren Jauregui's point of view.
Eu fico observando Camila por minutos, tentando decifrar o que foi que ela viu em mim de tão interessante. Eu estava destruída quando nos conhecemos, no segundo contato, ela literalmente me viu chorando. Não é a primeira opção que fica?
Claro, eu observava escondido, quando ela não estava olhando, para não parecer uma maluca psicopata, e não encontro respostas. Nenhuma resposta.Sendo sincera, eu não acho que vou encontrar o que ela viu em mim. E sendo ainda mais sincera, não me sinto digna desse esforço que Camila fez para estar comigo. Eu pensei que, depois do beijo no Hunter's, ela perceberia que não valia a pena arriscar um relacionamento de tempo por uma pessoa tão recente na sua vida. Eu não consigo entender onde Camila viu tudo isso que diz, e às vezes, eu até acho que ela vê a pele de outra pessoa em mim. Acho que por isso fiquei tão surpresa quando ela disse que terminou.
Mas bem, voltando ao assunto, não foi dificil escolher dar uma chance ao meu coração de novo. O difícil era acreditar que isso daria certo. Camila era super legal, e como disse pra ela, gosto dela, mas até que ponto posso gostar de alguém sem me machucar? Ela vai me machucar? Ela pode decidir que quer ficar com Austin e voltar pra ele? Minha terapeuta diz que preciso dar uma chance a novas pessoas, que eu não devo forçar, mas devo dar uma chance quando sentir que posso confiar nela. E eu confio em Camila, eu só não sei até que ponto.
— Ok, sua cor favorita? – Sua voz me tira do devaneio, e eu pisco algumas vezes, percebendo que ela está me olhando entusiasmada, com a ponta do meu lápis sendo mordiscado.
Eu gostava tanto desse olhar cheio de vida dela, me transmitia sentimentos bons.
Camila propôs que fizéssemos esse "jogo de perguntas", para nos conhecermos melhor e nos distrairmos, porque, segundo ela, se fossemos assistir a algum filme, ela dormiria nos primeiros 10 minutos. Que isso não acontecia na sua casa, mas quando se juntava com outra pessoa, parecia que tomava sonífero. Eu achei aquilo engraçado, e fofo, e aceitei. Não sei se é porque Camila é mais nova que eu, e faz apenas 1 ano que saiu da adolescência, ou se é porque ela só tem essa áurea mais leve mesmo, mais viva, mas me fazia bem ficar nesse assunto completamente fora do meu costume com ela. Não me lembro de uma única vez que sentei com alguém que tinha interesse e comecei a falar sobre a minha cor favorita.
— Eu gosto de um monte de cores, mas o azul é meu favorito, porque todas as variações são lindas – digo, terminando de despejar o restinho de vinho que eu tomei praticamente sozinha na taça.
Já estávamos aqui no quarto fazia umas duas horas, e devem se passar das dez e meia da noite agora.
— Hm... o azul turquesa é meio feio – Camila comenta, deitada de barriga pra cima na minha cama, e eu a olho indignada.
— Como assim feio? – Questiono, terminando com o conteúdo na taça com dois goles. – Olha, eu vou fingir que não ouvi isso pra não precisar te expulsar da casa que nem é minha.
Camila gargalha com isso, virando seu corpo de lado. Ela apoia o cotovelo no colchão, e a cabeça na palma da mão, para conseguir me ver melhor.
— E a sua? – Pergunto.
— Lilás – ela responde, apontando para a blusa larguinha que ela usava, que tinha o tom que ela citou. – E aprendi a gostar de verde.
— Alguns tons de verde são feios – faço uma careta, e Camila sorri.
— O do seus olhos não, é desse tom que eu gosto – meu peito aquece no mesmo segundo, e um sorrisinho meio bobo surge no meu rosto, por não estar esperando aquela resposta.
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Reasons
FanfictionLidar com os livros fracassando nas vendas após uma polêmica, o saldo da conta bancária caindo cada vez mais, o dono do prédio batendo no seu apartamento com a ordem de despejo em mãos e a vida amorosa indo pior que a saúde mental e física não é fác...