Lauren Jauregui's point of view.
Os bolinhos Camila eram esteticamente lindos, fazendo jus ao nome. Eles tinham um tamanho considerável, em formato de coração. Sua lateral era coberta por uma camada de algum creme branco, que, sem experimentar, eu não conseguia saber se era chantilly ou alguma outra especialidade de confeiteiro. A parte de cima era traçada em linhas delicadas douradas, como em uma torta, e a cereja do bolo, neste caso, era uma flor bem pequena, posta no centro do bolinho.
- Posso comer isso? - Pergunto, apontando para a flor.
Camila já estava sentada na minha frente, com o avental sendo deixado de lado. Ela estava com o cabelo preso em um rabo de cavalo no topo da cabeça. As ondulações que ele formava era o que eu considerava perfeitas, e aquele penteado destacava muito bem sua franja.
- Pode comer tudo que está nesse bolo - Acho que sua simpatia é uma das coisas que mais me chamam atenção nela.
Não faço cerimônia para morder o primeiro pedaço, e meu Deus, é muito, muito bom! A massa era super fofinha, e tinha alguma coisa nela que eu não consegui identificar, que a fazia ficar mais gostosa, mas não era isso que explodiu o sabor na minha boca. Era o recheio. Era futuras silvestres, eu tinha certeza, e ele era tão bem feito, que eu podia sentir os pedaços das frutas entre os cremes.
- Ok, eu vou precisar vir aqui mais vezes só pra comer isso - digo, e vejo um sorriso enorme enfeitar o rosto de Camila.
- Você gostou? - Ela pergunta. - Receita exclusiva da Dona Sinu.
- Eu amei! - Dou outra mordida. - Mas me conta, por que do nome? Foi o primeiro que sua mãe fez? Você escolheu?
- Antes da minha mãe ter sequer a ideia de abrir a cafeteria, ela já fazia um monte de doces e essas coisas - Camila começa a contar, e eu até largo o bolo para prestar atenção só nela. - Aí teve um dia em que minhas amigas iam dormir lá em casa, e eu pedi pra minha mãe fazer alguns bolinhos nas formas de coração nova que ela tinha comprado, com o recheio de frutas silvestres, que é meu favorito. Todo mundo amou, e no dia seguinte eu dei a ideia pra ela de emendar a floricultura em uma cafeteria, porque ela fazia muita coisa gostosa pra não ser reconhecida por mais gente. Ela ia cometer a breguice de colocar no nome da cafeteria como Camila, mas graças aos anjos eu consegui convencer ela de só deixar no bolinho.
A risada que escapa dos meus lábios é breve, mas, ainda assim, espontânea.
- E você reclama de L'amour.
- Eu não reclamo, ok? - Ela se defende. - Eu só comento.
- Ah, sim, claro - ela abre um sorriso pra mim, e eu o devolvo, dando um gole no cappuccino que pedi para acompanhar.
Camila se aproxima mais da borda da mesa, para conseguir apoiar o cotovelo nela, e o queixo na palma da mão. Ela tem um rosto tão delicado e os traços tão bem marcados que a da um ar de mais nova. Os lábios eram cheios, os olhos escuros, e o nariz perfeitamente alinhado com as bochechas. E assim, mais de perto, eu conseguia ver que seus cílios eram enormes.
Ela parecia uma boneca de tão linda.
Vejo que Camila abre a boca para dizer algo, mas o som que seu telefone emite de notificação a atrapalha. Ela desvia seu olhar do meu para apanhar o aparelho, e é o momento em que eu aproveito para partir para o outro bolinho. Que droga isso de parecer estar encantada nela.
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Reasons
FanfictionLidar com os livros fracassando nas vendas após uma polêmica, o saldo da conta bancária caindo cada vez mais, o dono do prédio batendo no seu apartamento com a ordem de despejo em mãos e a vida amorosa indo pior que a saúde mental e física não é fác...