Capítulo 28 - Relâmpago

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Camila Cabello  |  Point of View





Maltratando minha nuca. Depois de muitos beijos e carícias o sinal tocou.

— Saco! – Bufei.

— Te espero as 17h, ok?

— Ok. Vou levar sua mochila para você. – Caminhamos até os armários e ela pegou a mochila. — Te amo. Até.

—  Te amo, Camz. – Virei e saí. Passei a manhã com Caleb, brincamos e depois fomos até a pracinha.

Desta vez foi muito mais difícil de caminhar. Todos nos paravam e pediam fotos. Fomos para a escola de Lauren e coloquei Caleb nos meus ombros, ele fingia estar voando. Lauren saiu da aula.

— MAMA!!!! – Ela abriu um sorriso de iluminar a cidade. Ele se inclinou para eu descê-lo. Correndo até ela.

— Meu pequeno... que saudade.

— Que dói aqui? – Falou tocando o peito.

— Sim meu amor. – Ela o pegou no colo.

— Oi amor!

— Oi rainha. Vamos para onde?

— Tem um restaurante novo na cidade.

— Vamos para lá ou quer trocar de roupa?

— Trocar de roupa.

— Vamos então!

— DE BATMAN! – Caleb gritou.

— Claro! – O peguei nos ombros e ele fez pose de herói. — Lauren sorria abobada. Peguei a mochila e os encaminhei até o carro. Abri a porta para Lauren e depois arrumei Caleb.

Quando estávamos saindo do restaurante, senti uma angústia e voltei dirigindo devagar. No meio do caminho, senti que um carro nos seguia. Até entrarmos na rua que daria acesso ao condomínio e nosso carro foi bloqueado. Um homem mascarado abriu a porta do meu lado.

— Vem Cabello! Não dificulte as coisas.

— Tudo bem! – Falei soltando meu cinto. Não podia resistir, Caleb estava ali.

— Não Camz. Quem é você?

— Me pagaram para te levar Cabello. – Desci do carro.

— Não Camz. O que vocês querem? – Lauren estava desesperada.

— Lauren fica calma e entra no carro. Estou bem. – Não estava, mas eles estavam armados e podiam machucá-la se ela tentasse algo. Ela chorava muito e Caleb chorando assustado. Entrei no carro e o cara deu partida. De repente senti uma pancada na cabeça e tudo apagou.


×××


Acordei deitada no chão, com as mãos amarradas para atrás do meu corpo e pés também amarrados.

— Oi Cabello. Você está bem? – Um rapaz perguntou.

— Estou ótima, amarrada e nem sei o por quê?

— Dinheiro. O cara que contratou meu pai vai pedir um resgate.

— Você podia me soltar. Se for dinheiro o problema, eu te pago muito bem.

— Por mim eu nem te teria sequestrado, eu gosto do seu trabalho, mas meu pai é super amigo desse cara que encomendou o sequestro. – O cara gordo entrou na sala e minha cabeça doía muito, por causa da pancada.

— Você facilitou bastante as coisas, já que nem com seguranças você anda. – O gordo disse debochado.

— Temos um problema então... – Falei.

— Qual?

— Eu sempre ando com seguranças, mas eles são tão discretos que nem eu os noto. Minha família também é vigiada 24h por dia. – Eles se olharam e a porta foi derrubada. Era Liam e James. Com mais três policias. Chegaram rendendo os dois e os tirando da sala. Liam me soltou e quando me levantei, ele me abraçou.

— Que susto, pirralha!

— Nem me fale. Nunca mais reclamo de ter que andar com vocês. – Eles sorriram.

— Viu Liam. Agora ela vai nos dar valor! – James disse risonho.

— Deixe de ser dramático, James.

— Vamos! Sua família está aflita.

Depois do hospital, fui para delegacia. Depois dos depoimentos, chegamos a minha casa, todos estavam chorando.

— Meu amor! – Lauren correu até mim e chorou mais.

— Está tudo bem. – Ela assentia, mas não parava de chorar.

— Minha filha. Quase morro. – Minha mãe também muito emocionada.

— Hey. Está tudo bem.

— Quem foi que fez isso, filha? – Meu pai perguntou.

— Um bandidinho de nada. Ele está nos seguindo faz tempo. Ele nem percebeu o sistema de segurança que nos protege.

— Nem nós percebemos.

— Quando Troy me disse que seria necessário, nem perguntei para vocês, porque sabia que não aceitariam.

— Ainda bem que nada aconteceu. – Meu pai me abraçou de lado.

Fui até o quarto de Caleb e ele estava deitado. Me deitei em sua frente.

— Oi meu filho.

— Oi papa. – Falou abrindo os olhinhos verdes. — Estou sonhando?

— Não. Eu já voltei.

— O homem mau não te fez dodói?

— Não. Ele não era tão ruim, o chefe dele era, mas agora estão onde todos os homens ruins deviam estar... presos. – Ele abraçou meu pescoço.

— Fiquei com medo, papa.

— Eu também pequeno, mas já acabou. – Adormeci ali.

Na manhã seguinte, acordei com Caleb grudado no meu pescoço e com muita dor nas costas. Estou ficando velha. Fui para o meu quarto e ele estava vazio. Tomei meu banho e escovei os dentes.



Lauren Jauregui  |  Point of View




Estava fazendo o café, deduzi que Camz acordaria faminta, já que nem jantar ela havia ontem. Ontem... Ontem entrará para a lista dos piores dias da minha vida. Eu a perdi por algumas horas e fiquei sem chão... sem reação, se Liam não tivesse chegado, eu nem teria saído daquele lugar.

— Bom dia, Lo. – Camila falou beijando minha bochecha e me abraçando.

— Bom dia. Como você está?

— Minha cabeça dói em pouco, mas no geral está tudo bem.

— Que bom, amor. Fiz seu café!

— Perfeito amor, estou morrendo de fome, mas você está atrasada para sua aula.

— Não vou hoje, depois de ontem...

— Não amor. Você vai sim. Você tem que ir e eu já estou bem. Sabemos que minha mãe vai ficar de mimimi comigo a manhã toda. A vida continua. Vou ligar para meu pai te levar, pois Caleb está dormindo ainda. – Assenti e fui me arrumar.

Alejandro me deixou em frente a escola e beijou minha testa, hábito rotineiro que me deixava feliz, realmente considerava ele um pai e Sinu uma mãe, já que os meus esqueceram minha existência. Pensei que depois de conhecer o Caleb eles me procurariam, mas estava enganada. Isso é tão confuso, às vezes sinto tanta falta deles e às vezes sinto tanta raiva... e falando em raiva...

— Bom dia, Laur. – Brad falou todo galante.

ReviravoltaOnde histórias criam vida. Descubra agora