Capítulo 02 - Necessidade

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Camila Cabello  |  Point of View




Não conseguia dormir. Queria Lauren novamente, um beijo ou qualquer coisa. Saí de casa e sentei na espreguiçadeira. Olhando a água e com as mãos trêmulas. Queria sentir o calor dela.



Lauren Jauregui  |  Point of View



Sou a pior pessoa deste mundo. Porque eu não a beijei? Porque fui grossa?

Me viro e me viro na cama, mas não prego o olho. Meu corpo parece estar queimando. Estou excitada só de pensar nela. Ela nem me tocou e me deu o melhor orgasmo da minha vida. Sempre senti algo por ela e não quero admitir, mas sei o que é!



Camila Cabello  |  Point of View



Estou na frente do quarto dela, roubei a chave da minha mãe. Vou ser humilhada, mas é minha última noite, não custa
arriscar. Bati duas vezes fracas, talvez ela estivesse dormindo e eu não precisasse passar por isso. Por que não tomei um banho gelado e resolvi isso?

Ela abriu a porta e se espantou.

— O que combinamos aberraçãozinha? Que eu nem enxergaria você!

— Eu... não... eu só queria um beijo. – Ótimo otária, se rebaixa.

— Já fiz demais por você hoje. – Ela foi fechar a porta, mas eu impedi. — Já vi que foi um erro. Olha a mulher que você teve não acha que está de bom tamanho?

— Nunca beijei ninguém... – Ela ficou me olhando.

— Óbvio que não. Qual louca faria isso?

— Por favor... – Que vergonha de mim. Ela pegou minha mão e me puxou para dentro do quarto. Trancou a porta e se escorou na mesma. Me puxou, repousei minhas mãos em sua cintura. Ela rodeou meu pescoço com os braços. Ficamos nos olhando, mas nos olhos dela, eu não vi o desprezo que sua boca atira em minha pessoa. Ela me puxou, aproximando nossas bocas e eu fechei meus olhos. Ela roçou nossos lábios e depois as colou. Eu não sabia o que fazer, fui imitando ela. Depois de um tempo já tinha pegado o jeito, eu acho pelo menos. Os lábios dela
são tão deliciosos que eu mordi o seu inferior de leve e o puxei devagarinho. Ela gemeu e me puxou com vontade. Um beijo diferente do outro e nada delicado. Meu amigo já estava em ponto de bala. Levei minha mão até os seios dela e apertei. Nossa! Eu estava tomada em êxtase e rezando pra ela não acordar da hipnose, me mandando embora.

Tirei a blusa dela e ela não ofereceu resistência. Então a deixei nua e a deitei em sua cama. Tirei minha roupa e nos beijamos novamente. Tudo que eu queria eram aqueles lábios colados nos meus pela eternidade. Então foi nesse beijo que meus sentimentos se revelaram. Levei meu membro até sua entrada e coloquei devagar. Ela rodeou minha cintura com suas pernas e rebolou ao meu encontro. Fui estocando nela, de forma lenta, mas profunda.

— Mais rápido... – Assim eu fiz. Ela arranhava minhas costas e eu beijava sua boca, abafando os gemidos que saiam da mesma. Fui passando minhas mãos por cada canto daquele corpo, queria decorá-lo. Queria fazer direito! Queria que ela se lembrasse de mim! Assim como eu provavelmente faria com ela. Ficaria com ela em meus pensamentos. Senti o corpo dela tremer sob o meu e aquela sensação novamente tomou conta de mim. Cai sobre ela e depois de um tempo recuperando a respiração. — É aberraçãozinha. Você está melhorando. Não que outra mulher vá ter coragem de ficar com você, mas se tiver... – Me levantei e juntei minhas roupas do quarto. — Onde você vai? – Me vesti.

— Para casa! – Respondi em um fio de voz. Ela me olhou estranho. — Desculpe se te incomodei... eu... Esquece. Não sei onde estava com a cabeça. Você deve ter sentido nojo. Desculpe mesmo, nunca vou poder te agradecer por ter feito essa caridade para mim. Você é incrível e eu nunca vou me esquecer desta noite. – Ela não falou nada. — Desculpe de novo. Deve ser nojento ficar com uma aberração como eu. Eu sou um mostro mesmo. – Sai do quarto dela e pela primeira vez em muito tempo, eu chorei. Chorei por ter nascido assim. Chorei por gostar tanto dela. Se eu fosse normal... talvez ela me amasse.


×××


No outro dia, saímos bem cedo, Mike e Clara fizeram questão de me acompanhar. No aeroporto chorei muito pois eu sabia que não poderia ver meus pais por um bom tempo. Agradeci novamente a Clara e Mike por tudo que fizeram por mim. No avião, levantei minha blusa um pouco para ver as marcas dela. Eram várias... pena que ela não marcou somente minha pele, ela marcou minha alma e eu não posso mudar isso.



Lauren Jauregui  |  Point of View




Acordei tarde e com um sorriso enorme no rosto. Levantei e caminhei até o banheiro, meio torta e dolorida. A Camila é muito grande, mas o que tem de grande tem de gostosa. Nem parece que acabou de perder a virgindade e comandou tudo. Me olhei no espelho e tinha um chupão no meu pescoço. Ri de novo. Tenho que falar para ela maneirar na próxima vez. Tomei um banho, fiquei pensando no que Camila falou, não senti nojo em nenhum momento, só tesão e torci para ela dormir comigo a noite toda. Me partiu o coração ver ela se menosprezando daquele jeito e o pior é que a culpa é minha. Eu não controlo essa boca enorme e sempre a ofendo. Depois que saí do banho, me vesti e fui para a casa dela. Estava sentindo uma necessidade muito grande de vê-la novamente. Fui caminhando meio estranha, ela vai ter que me adular muito para sarar. Ri com meu pensamento. Bati e Ale atendeu.

— Oi senhorita Lauren! Como está?

— Já disse que é só Lauren ou Laur se preferir. Estou bem e você?

— Levando, mas em que posso ajudar?

— Eu queria falar com a Camila. Ela já acordou? – Ele me olhou estranho.

— Ela está no avião para NY. Você não sabia? – Meu coração parou por um momento.

— Como assim?

— Sua mãe conseguiu uma vaga na escola de música de lá e ela foi hoje cedo.

— Ela volta quando? Ela vem visitar vocês que dia?

— Nós queríamos isso, mas ela vai trabalhar para se manter lá e não sabemos se vai ser possível.

— Posso entrar no quarto dela? – Ele estranhou, mas deixou. Agora com calma, vi os vários pôsteres e enfeites que ela tinha espalhado pelo mesmo. Um filtro dos sonhos sobre a cama, sendo que o único pesadelo dela deve ter sido com monstro aqui. Peguei seu travesseiro e senti o perfume dela. Lembrei de nós. Saí do quarto com o
travesseiro e cruzei a pequena casa. Passei por Alê. — Vou ficar com isso. – Ele completamente perdido na situação
assentiu e eu voltei para o meu quarto. Não quero sair dele até esse pesadelo acabar.

ReviravoltaOnde histórias criam vida. Descubra agora