Camila Cabello | Point of View
— Meu Deus Lauren! Seu filho é nosso filho? – Foi o que eu falei e ela assentiu. Eu não sei exatamente como aconteceu isso, mas estou ajoelhada no chão. Devo ter derretido do sofá e deslizado para cá. Abri meus braços e ele chorava muito. Ele correu e me abraçou forte. Eu estava flutuando, fora as torneiras que viraram meus olhos, eu não conseguia falar. Me sentei novamente no sofá com ele no colo e o afastei de mim.
— Não chora. – Falei, como se eu não estivesse chorando mais que ele. Fiquei analisando os detalhes dele, pensando que Lauren deve ter ficado chateada por ele ser tão parecido comigo e ter que se lembrar de mim cada vez que olhasse para ele. — Você é muito parecido comigo. – Falei tocando o rosto dele.
— Você é minha mãe ou minha papa? Mama disse que eu teria que perguntar para você como devia te chamar. Posso te chamar de papa?
— Pode. – Falei anestesiada, estava muito tonta e não sabia o que pensar. Não sabia se odiava Lauren ou se agradecia.
— Agora vai com a sua madrinha que tenho que conversar com a Camila, amor. – Ele ficou me encarando.
— Você vai embora?
— Não vou a lugar nenhum. – Ele beijou minha bochecha e saiu do apartamento.
— Oi Cabello. – Normani me cumprimentou.
— Oi... – Ela saiu e eu fiquei olhando para a TV desligada.
— Eu fiquei grávida naquela noite.
— Porque você não me falou?
— Para que Camila? Para você largar tudo e estragar seu futuro como eu?
— Você não tinha o direito de esconder uma coisa dessas de mim.
— Foi o certo.
— Você passou por tudo isso por minha culpa. Que droga! Eu nunca acerto com você.
— Não foi sua culpa, Camila. Eu que era infantil e estúpida, não podia estragar toda sua vida por causa de uma burrice minha. Espero que você me perdoe um dia. – Escorei meus cotovelos nos joelhos e comecei a massagear minhas têmporas. Senti sua mão em meu ombro, como se quisesse me conformar. — Não precisa fazer nada. Eu já o orientei a não falar para ninguém sobre isso e não vamos atrapalhar sua carreira. Só o visite quando puder.
— Não acredito no que estou ouvindo. Já perdi demais da vida dele e se você me permitir participar, vou ficar muito honrada.
— Não quero atrapalhar Camila.
— Não é atrapalhar. Você fez tudo sozinha, me deixe te ajudar agora.
— Não sei o que você pensa em fazer, mas isso é grande Camila. Você tem uma vida pública agora. Tem que falar com um monte de gente para poder assumir isso.
— Lauren... amanhã mesmo eu quero colocar meu nome nesse garoto. Não vou discutir isso com ninguém. Você se importa?
— Não. Ele é seu filho.
— Nosso filho. – Me atirei no sofá e fiquei olhando para o teto. – Eu tenho um filho e com a Lauren. Arregalei meus olhos. — Meu Deus! Minha mãe vai me cortar o pinto. – Ela gargalhou. — Preciso contar para eles. Vou indo Lauren. Amanhã eu posso pegar vocês que horas para ir registrar ele?
— Só pela tarde eu tenho tempo. As 14h pode ser?
— Ok. Até amanhã então eu vou indo e... ai!
— Oh meu Deus Camila! Você está bem? – Ela falou me ajudando a levantar do chão. Por quê? Eu me esqueci de abrir a porta para sair do apartamento. E não foi a primeira vez que isso aconteceu comigo.
— Estou, mas você pode esquecer que viu isso? – Ela gargalhou.
— Provavelmente não! Antes de você ir, tem que dar tchau para ele, se não ele vai ficar magoado.
— Claro. Vai lá buscar ele. Deixe eu abrir a porta para você. Algumas pessoas esquecem isso.
— Claro! – Ela saiu rindo e depois de um tempo entrou com o Caleb nos braços. Largando ele no chão e ela caminhou até mim.
— Quer conhecer meu quarto?
— Quero. – Ele pegou minha mão e me puxou até um corredor. Entramos no quarto e ele ligou a Luz. Havia uma cama pequena com uma colcha do Batman. Um sofá velho que acomodava suas roupas, que eram muitas, essas roupas devem conter as que Clara deu como esmola para o neto.
— Olha essa pista. – Falou apontando para uma pista de corrida. — Minha mãe me deu de aniversário.
— É muito legal. Podemos brincar? – Ele me olhou rápido.
— Vamos me deixa arrumar ela aqui e podemos brincar. – Enquanto ele escolhia, sai do quarto dele e entrei no quarto do outro lado do corredor. Só tinha uma cama de solteiro e uma cadeira, com poucas roupas. O travesseiro da cama era muito familiar.
— É o seu. Eu o peguei na sua casa. – Lauren disse chegando derrepente.
— Você não tem nenhum conforto aqui, Lauren.
— Minha prioridade é o Caleb e as coisas que ele quer. Não posso me dar ao luxo com nada.
— Vem. Eu já arrumei tudo. – Caminhei até Lauren e a abracei forte.
— Você é incrível! – Ela corou e fui arrastada para o quarto. Caleb estava quieto, eu fazia umas perguntas, mas ele só concordava e negava. Depois de meu carro perder umas dez vezes para o dele, decidi que precisava voltar para casa. — Tenho que ir. – Ele assentiu. Me levantei e o abracei.
— Você vai voltar?
— Vou. Amanhã vamos colocar Cabello no seu nome.
— Eu vou ter dois nomes? Tipo Jauregui Cabello?
— Tipo isso. Me dá um abraço aqui. – Ficamos um tempo assim e depois eu fui para a sala. Lauren estava arrumada para ir trabalhar. — Te dou uma carona. O Caleb fica com quem?
— Com a Normani. Não precisa carona.
— Faço questão. – Ela assentiu e Normani chegou. Entramos no carro e sentei atrás com Lauren. Liam não falou nada. Lauren passou o endereço. Quando chegamos. — Às 22h o Liam vem te pegar e te deixa em casa.
— Sério Camila. Não precisa...
— Não adianta argumentar. Ele vai estar aqui. – Ela sorriu e saiu do carro. Quando chegamos a minha casa, Liam foi para o hotel dele e levou o carro, para buscar Lauren mais tarde. Meu pai e minha mãe estavam sentados na sala.
— Oi, filha. Chegou cedo.
— Precisamos conversar.
— Sim. Nós aceitamos a sua ajuda e não vamos mais trabalhar. – Minha mãe disse.
— Sim. Estamos cansados mesmo e já que você pode, nós vamos com você. – Papa confirmou.
— Isso é incrível, mas não é sobre isso que eu queria falar... mãe eu amo a senhora.
— Camila o que você aprontou?
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Reviravolta
FanfictionCamila Cabello é filha do motorista e da cozinheira dos Jauregui's. Tem a auto-estima baixa e não acredita que alguém se interessará por ela, pelo fato de ser interssexual e acha que ser pobre contribuirá mais para isso. Convive com o preconceito de...