Capítulo 41 - Frustradas

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Lauren Jauregui  |  Point of View





As semanas passaram arrastadas, chegava a ser tóxico o tamanho da saudade que senti por ela. Nunca senti isso, passei muito sufoco e sempre fui independente, mas Camila me mimou muito e fiquei acostumada com isso. Agora a sala de aula está em pé de guerra, acertando detalhes sobre a formatura eu só quero ir para casa para ver meu filho.

— A Camila vai vir à formatura? – Brad brotou de algum lugar do inferno e apareceu ao meu lado.

— Meu senhor! Quantas vezes... vou ter que rosnar? “Me esquece idiota, não quero nem ouvir sua voz”.

— Que violência. Só fiz uma pergunta. Ela não vai vir. Deve estar muito ocupada com aquele monte de modelos que se atiram aos pés dela. – Acertei um tapa no rosto dele.

— Não fale mais comigo, ou eu peço para meus seguranças acabarem com você. – Ele assentiu e saiu do meu lado.

O sinal tocou e eu voei até o carro de Duílio, segurança de confiança de Camz, que ela deixou comigo, já que eu reclamei do pai dela estar sempre me levando para todos os cantos, como se fosse um motorista.

Passamos na escolinha de Caleb, que ficou contando tudo que tinha acontecido na manhã dele. Brincamos e assistimos filmes a tarde. Fiz panquecas para o nosso jantar e depois coloquei o Caleb no quarto dele, todo personalizado também, Camila fez questão de personalizar este, mas com o Caleb dando instruções. Ele é muito fã do Batman, antes me cortava o coração quando ele mostrava os brinquedos nas vitrines e eu não podia comprar pra ele.

Tomei um banho demorado, vesti um baby doll e me deitei. Quando eu estava pegando no sono, tocou meu celular. Era Camila.

— Oi Camz. Aconteceu alguma coisa?

— Oi gostosa. Não, sei que é tarde, mas estou no hotel e estava com saudade.

— Eu também estou morrendo de saudade.

— Como foi seu dia?

— Normal. Estamos acertando os detalhes da formatura.

— Falta pouco né?

— Sim. Você vai vir? – Ela ficou em silêncio por um tempo. — Tudo bem, Camz. Eu entendo.

— Eu queria muito estar aí.

— Eu sei Camz. Tudo bem.

— Sabe... porque você não liga o PC? Queria te ver.

— Claro. Deixe-me ligá-lo.

— Peguei o note e coloquei sobre a cama. Me olhei no espelho... tudo bem. Sentei em frente ao PC e chamei Camila. Ela apareceu, cabelo preso em um coque, na mesma posição que eu.

— Oh Lauren. – Ela fechou os olhos e quando os abriu, uma lágrima escorreu em seu rosto. — Eu sinto tanta saudade.

— Não chore Camz. Vamos nos ver logo.

— Lo... quanto mais eu trabalho, mais trabalho eu tenho. Se não fosse a Ally, já teria largado tudo e ido para casa.

— Eu sei que não é fácil, mas vamos conseguir. – Ela afundou o rosto nas mãos, estava muito desanimada. Tirei minha camisola, ficando só de calcinha. — Camz... olha para mim. – Ela olhou e arregalou os olhos.

— Lo...

— Tire a roupa, Camz.

— Não, Lo. Você sabe como eu me sinto sobre isso. – Verdade, ela abomina se dar prazer, só se masturba em último caso.

— Não quer nem tentar, amor? Você está muito tensa.

— Não consigo Lo.

— Tudo bem. Me conte sobre o seu dia. – Assim ficamos conversando até ficar tarde e Camila dormir durante a chamada.

Fechei o computador e o coloquei em um canto do quarto. Sabia que me satisfazer sozinha, não adiantaria, pois não queria sexo, eu apenas a queria comigo. Queria seu olhar queimando minha pele e seu sorriso enchendo meu coração. Somente a queria e esse era um direito meu, pois ela era MINHA noiva e devia estar ao meu lado.


×××


Chegou meu dia... acordei e tomei meu banho. Tenho que arrumar o cabelo e fazer maquiagem. Quando saí do banho, meu celular tocou. Era Camz.

— Oi amor.

— Oi gostosa. Preparada para o grande dia?

— Estou. Nervosa, mas preparada.

— Sei que o dia deve ser corrido hoje, mas liguei para te dar os parabéns pelo grande dia. Você merece. Eu queria muito ir até aí, fiz o possível e o impossível, mas marcaram minha entrevista com a Ellen justo hoje.

— Tudo bem, amor. Eu entendo.

— Vou desligar. Te amo e se cuida.

— Ok amor! Você também. Até.

— Até. – Desliguei o celular e me atirei na cama. Meu corpo dependia do dela... cada célula minha gritava por Camila. Não sabia se nomeava como saudade ou desespero.

— Mama! Era a papa? Ela vai poder vir? – Seus olhinhos brilhavam em expectativa.

— Desculpe meu pequeno, ela queria, mas já nos explicou que não vai poder vir. – Ele coçou a cabeça, olhou para os lados, pressionou os lábios um contra o outro, não aguentou e começou a chorar. — Oh meu pequeno, não fique assim. Ela vai vir, mas não vai ser hoje.

— Quan... do? – Ele perguntou, em meio ao choro.

— Logo. Logo ela virá. – Falei sem ter a mínima ideia de quando ela voltaria, afinal, fazia meses. Fiquei com ele em meu colo até ele adormecer. Mama Sinu entrou no quarto.

— Como esta a nossa rainha do dia? – Ela perguntou sorrindo e depois, olhou para a Caleb. — O que aconteceu?

— Saudade de Camila. O coitadinho fica assim toda vez que ela liga. – Sinu marejou os olhos também.

— Eu o entendo. Fazem meses.

— Se eu, que posso entender, estou enlouquecendo, imagine ele. – Caleb acordou e ficou emburrado. — Vamos... já estamos atrasados.

— Vou cortar o cabelo, mama? – Ele perguntou.

— Vai, pequeno. Ele está enorme. – Ele sorriu. Adora cuidar da aparência.

Depois do salão, fomos almoçar, Alê tinha levado Caleb a outro lugar para cortar o cabelinho e Sinu e eu estávamos no shopping. Arrumamos o cabelo, depois compraríamos o vestido dela e por fim, nos maquiaríamos.

Quando estávamos prontas, Alê veio nos buscar. Nos vestimos em casa. Coloquei meu vestido vermelho, que realçava minhas curvas, meu cabelo estava liso e a maquiagem realçando muito meus olhos, um batom vermelho para finalizar. Fui até o quarto de Caleb, ele estava de terno e escolhendo a gravata. O terno cinza claro e uma camisa social preta.

— Qual você acha melhor, mama? – Ele estava com uma gravata vermelha e outra azul turquesa.

— A vermelha. Para combinar com a mama.

— É mesmo. Você está muito linda, mama. Papa enfartaria se estivesse aqui. Ela te acha linda sempre, mas hoje você está deslumbrante.

— Obrigada, filho. Você também está um Deus grego. Quer ajuda?

— Por favor! – Ele me alcançou a gravata e eu dei o nó na mesma.

— Pronto? – Ele passou perfume e depois penteou o cabelo para o lado.

— Como estou?

— Lindo amor. Agora vamos.

Fui até a casa de Alê e fiquei da cor do vestido, de tanto que fui elogiada. Já Caleb adora um elogio, e ficou tranquilo diante deles.

Já na colocação de grau, sentamos na ordem de chamada, isso me deixava bem atrás longe de Brad. Estávamos com a beca. Minha família estava bem na frente, uma pena o lugar de Camz estar vazio. Atrás, o salão aguardava para a boate após a cerimônia.

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