Capítulo 33 - Anjo

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Camila Cabello  |  Point of View





— Você quer falar com ele? Se não quiser eu o expulso daqui.

— Eu não quero.

— Deixe comigo então.

— Hugo... Cabello vai aí falar com ele.

— Ok.

Fui até o portão e Michael estava com um sorriso.

— Minha nora.

— O quê houve Mike?

— Queria falar com minha filha?

— Sua filha... isso é sério?

— Querendo ou não ela tem pai.

— Não. Ela não teve quando precisou e agora ela não quer ver você.

— Ela não pode escolher isso, sou o pai dela.

— Ela pode sim. Ela é maior de idade e responsável por seus atos.

— Aquilo ficou no passado. Agora ela pode frequentar nossa casa. Aliás isso seria ótimo para a visibilidade da minha empresa.

— Eu não acredito no que estou ouvindo... Está vendo aqueles três carros ali? Cada um tem quatro seguranças, sugiro que você esqueça que Lauren existe e não a procure mais. Você já esqueceu dela uma vez, então vai ser fácil. – Ele virou as costas e saiu bufando. — Hugo... é estritamente proibida a entrada deste homem aqui.

— Ok, Srta Cabello.

Voltei para casa, Lauren estava andando de um lado a outro.

— O que ele queria?

— Voltar às boas com você... segundo ele, agora você é digna e isso faria bem visibilidade da empresa dele.

— Não acredito. Meu pai é um monstro e... – Ela começou a chorar. Eu a abracei.

— Calma, amor. Esquece este retardado. Ele nem merece a filha maravilhosa que tem. Guerreira, forte, independente. Ele nunca vai conhecer essa mulher incrível que você se tornou. Ele não sabe o dia de amanhã. Ninguém sabe. – Fui até o quarto e peguei um óleo. Me sentei no sofá e bati entre minhas pernas. — Senta aqui. – Ela fez. Tirei a blusa dela e passei o óleo em minhas mãos. — Você tem que relaxar. – Comecei a massagear seus ombros e pescoço. Caleb sentou ao nosso lado.

— Você está triste, mama?

— Estava, amor, mas sua papa está cuidando de mim. Deita aqui no colo da mama. – Ele deitou e eles se abraçaram. Depois de um tempo, eles já estavam dormindo. Saí com cuidado de trás de Lauren e coloquei uma almofada em meu lugar. Peguei o Caleb e o coloquei no meio da nossa cama. Peguei Lauren e a coloquei no lado dele e depois me deitei, segurei a mão dos dois e adormeci.

Acordei com um choro. Levantei rápido e saí me trombando em tudo. Caleb estava no colo de Lauren, que estava sentada no sofá.

— O que aconteceu?

— Ele caiu, está doendo em pouco. Né, pequeno?

— Ó! – Falou mostrando o joelho ralado e continuou chorando.

— Ele não para de chorar faz tempo.

— Devemos ir ao hospital?

— Ele só ralou o joelho. Só está manhoso. – Fui até o quarto e peguei um violão. Me sentei na frente dos dois.

Um anjo do céu
Que trouxe pra mim
É a mais bonita
A jóia perfeita
Que é pra eu cuidar
Que é pra eu amar
Gota cristalina
Tem toda inocência

Vem!
Oh meu bem!
Não chore não
Vou cantar prá você

Um anjo do céu
Que me escolheu
Serei o seu porto
Guardião da pureza
Que é pra eu cuidar
Que é pra eu amar
Gota cristalina
Tem toda inocência

Caleb tranquilizou. Estava sentado e balançando de um lado para o outro, conforme os acordes.

Vem!
Oh meu bem!
Não chore não
Vou cantar prá você

Hiê! Hê!
Vou cantar prá você!

Bem!
Oh meu bem!
Não chore não
Vou cantar pra você

Quando terminei, os dois pularam em mim.

— Eu te amo, papa!

— Eu também, meu pequeno.

— Te amo, Camz.

— Também, amor!

— É nisso que você deve pensar... você errou uma vez, mas é tão maravilhosa, Camz. Não se culpe. Você é o nosso amor.

— Sim, papa. Você é perfeita.

— Vocês dois que são perfeitos.

— Que horas são, mama?

— São 9h.

— Vou ver o Bob.

— Vai lá, amor. – Peguei as mãos de Lauren.

— Desculpe amor. Eu erro muito, mas estou dando meu máximo aqui. Eu preciso que dê certo, pois sem você eu não vivo.

— Amor... você estava tomada de raiva e ciúmes, não estava respondendo direito, mas passou, essa é você, ontem a noite foi você, me defendendo do meu pai e cuidando de mim. Essa é você, a que doa roupas e brinquedos, ajuda os outros. A que canta para o filho que está fazendo manha. – Beijei a testa e a abracei.

— Obrigada, Lauren. Por me entender quando eu não o faço.

— Não agradeça. Eu amo você, sempre vou te entender. Não seria maluca de te julgar no primeiro deslize. Agora... vamos aproveitar nosso sábado e eu acho que alguém me prometeu uma ida até a praia.

ReviravoltaOnde histórias criam vida. Descubra agora