Lua...Luna

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Narradora Point Of View

Alguns dias depois...

_ Era suposto você ficar em casa.- Normani falou, encarando a chefe que tentava a todo custo encontrar uma posição confortável.

_ Não é como se eu fosse quebrar por vir trabalhar nesse estado, Mani.- Ela respondeu em meio a um suspiro cansado, e em troca recebeu um revirar de olhos impaciente.

Com exatos oito meses de gravidez, Maite estava com uma barriga do tamanho de um estádio de footbol, palavras de Ian. A dor nas costas era algo que ela aprendeu a conviver sem sentir vontade de querer cortar o pescoço de todo mundo, e os pés inchados não a permitiam caminhar o tanto que desejava. O rosto agora estava mais redondo e ligeiramente inchado, a barriga totalmente baixa agora.

Era suposto entrar de repouso naquele mesmo dia, mas ela não era o tipo de pessoa que gostava de cumprir recomendações medicas sem reclamar. Então estava lá, fazendo o balanço daquele mês com Normani. Usava um macacão rosa de tecido leve, rasteirinhas nos pés, e mantinha o cabelo preso em um coque perfeito. A mão direita repousava na barriga enquanto sentia a bebê chutar como se estivesse animada com alguma coisa. A primeira vez que sentiu o bebê se mexer, entrou em desespero, tanto que obrigou Mane a levá-la a uma consulta de última hora com a obstetra. Anahí foi junto, alegando não ser capaz de deixá-la sozinha naquele estado de histeria. Agora ela só se deliciava com cada movimento que a pequena fazia.

_ O que você está lendo aí?.- Perguntou, a testa levemente franzida. Sentiu um desconforto estranho na coluna desde que acordou, e ter feito todo aquele trajeto da receção até a sua sala, não foi de todo uma boa ideia. Tanto que estava lá, se segurando para não gemer.

_ O relatório que a Dinah fez. Segundo o que está aqui, nós vendemos o triplo, isso em relação ao mês passado.- Explicou sorridente.- E ainda assim...

Maite ouvia os relatos da sua assistente com toda a concentração e aproveitava também para fazer algumas anotações. Foi então que sentiu uma fisgada, franzido a testa, a mão firme na base da barriga.

_ Ai.- Gemeu, recostando o corpo na cadeira de coro. Normani viu, erguendo o rosto para ela, a expressão preocupada.

_ O que foi?.- Ela perguntou, ficando em pé e caminhando rapidamente até onde a morena estava.

_ Acho... acho que alguém decidiu vir ao mundo hoje.- Respondeu em meio a um suspiro cansado.- Você pode... Céus, isso dói muito.- Gemeu, os olhos fechados.- Pode só ir atrás do Mane para mim?

Ela assentiu, e logo depois de dar uma última olhada na roupa dela que estava molhada entre as pernas, correu feito uma louca para fora da sala. Ao ver-se completamente sozinha, Maite ficou em pé, caminhando lentamente até ao sofá, onde sentou como deu. A dor era insuportável, mas ela sabia que ainda iria piorar. 

Cinco minutos se passaram enquanto ela conversava com a bebê e implorava para que a mesma esperasse só mais um pouquinho. Mane chegou logo depois, a testa suada e cenho franzido. Correu os olhos por toda sala, até encontrá-la no meio de uma nova contração.

_ Calma agora.- Disse, reunindo toda tranquilidade que podia naquele momento.- Eu vou só carregar você e vamos sair daqui, tudo bem?.- Ela assentiu, respirando lentamente.- Eu estou com você, babe, vai ficar tudo bem.

Quando saíram do escritório dela, todos os olhos se perderam na morena que estava praticamente encolhida nos braços de Mane. Cochichos foram ouvidos, mas nenhum deles se importou com aquilo. Assim que chegaram no estacionamento, Normani abriu a porta de trás do carro, e ajudou Mane a acomodar a morena do jeito mais confortável.

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