Pariz or Itália?

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Narradora Point Of View

Se alguém chegasse e lhe dissesse que dar à luz a uma criança era como as televisões mostravam: ursinhos de pelúcia e balõeszinhos, tudo muito cor de rosa, Anahí teria achado uma verdadeira bobagem. Porque não foi bonito, não foi divertido, e ter um bebê meio que mexeu com cada questão sensorial, social e de controle que já teve na vida, tanto que quando ouviu o choro da bebê, sentiu vontade de sair correndo e se esconder em seu quarto. Mas, a dor,o cansaço psicológico e físico que estava sentindo, não lhe permitia sequer mover o corpo do jeito que desejava.

Por outro lado, Alfonso estava radiante com o facto de ser pai. Desde o momento que a enfermeira deixou que eles fossem ver a bebê na UTI neonatal até ao momento de levar Rosalie até Anahí para que fosse alimentada, que ele não desgrudou os olhos da pequena. Sentia como se todo o seu mundo estivesse dentro daquelas quatro paredes, e nem estava mesmo se importando com os gritos de Sophia por todo hospital, e olha que a loira quase fora expulsa.

_ É  a coisa mais linda que eu já vi nessa vida.- Marishelo murmurou toda derretida, os olhos brilhantes enquanto observava a neta.

_ Deixa eu tirar uma foto.-  Ian disse enquanto posicionava a inseparável Helena.

_ Não quero que a primeira foto com a minha filha seja longe da mãe dela.- O escritor respondeu sem desviar os olhos da pequena que o encarava como se o conhecesse de algum lugar. Ela tinha a pele branquinha, os cabelos de um castanho escuro e tentava colocar a mão na boquinha. Apesar de ter nascido com apenas oito meses, a médica garantiu que ela estava em perfeitas condições e que não precisaria ficar em uma incubadora, o que deixou todo mundo feliz.- Olha quem veio ver a mamãe.- Disse, entrando com a enfermeira. A pequena estava bonitinha em um macacão verde que lembrava muito os olhos de alguém, e toca branca cobrindo os fios castanhos.

Anahí ergueu a cabeça assim que ouviu a voz do namorado e arregalou os olhos ao ver o que ele tinha em mãos. Ela encarou o pequeno pacotinho atentamente, os olhos correndo por cada pequeno detalhe. Reconheceu o macacão na hora, fora o primeiro que Alfonso comprara para a filha deles. Estava bonita, ela pensou enquanto tentava controlar a própria respiração. E como se soubesse que estava sendo observada, Rosalie se remexeeu inquieta nos braços do pai e começou a chorar.

_ Oh... o que está acontecendo?.- Ela encarou a bebê assustada, o lábio inferior preso entre os dentes.

_ Acho que temos alguém com fome.- A enfermeira respondeu, e logo se aproximou, ajudando Anahí a ficar sentada com as costas apoiadas no travesseiro.

_ O que eu faço?

_ Vou ajudar você, não precisa ficar assustada.- Disse, oferecendo à ela um sorriso gentil.- No início pode ser um pouco difícil, mas logo que pegar o jeito verá que não é nenhum bicho de sete cabeças.- Enquanto explicava, a enfermeira retirou a bebê dos braços de Alfonso e em seguida posicionou-lhe com cuidado nos braços de Anahí, antes de direcionar a pontinha dos seios até a boca da pequena que sugou com toda vontade.

_ Oh...- Ela encarou a bebê atentamente, vendo-a de olhos fechados enquanto sugava o seio dela como se estivesse realmente no direito de fazer aquilo. Levou cerca de 40 segundos até Rosalie abandonar os seios e começar a chorar como se o mundo estivesse no fim.- O que... O que ela tem?.- Indagou exasperada, Alfonso aproximou-se da cama em alerta e ficou sem entender.- E-eu... Eu não fiz nada.

_ Tudo bem, vamos manter a calma agora.- A enfermeira falou, chamando a atenção dela que a encarou desesperada.- Pode segurá-la?.- Encarou Alfonso que não demorou nem um segundo para segurar a filha com todo cuidado.

Equanto o escritor balançava a filha com calma e murmurava algo que parecia ser uma música, a enfermeira tocou nos seios da artista pela base, e com a outra mão usou a ponta dos dedos para pressionar os mamilos, e foi então que percebeu que o leite simplesmente não saía.

A ArtistaOnde histórias criam vida. Descubra agora