Sem pudores

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3993 palavras de muito amor para vocês.

Bebam água e divirtam-se.

Narradora Point Of View

"Eu estou com a sua futura esposa em minha casa. E sinto informar meu amigo, as coisas não estão muito boas a seu favor".

Assim que recebeu aquela mensagem de Sophia, quando ainda estava enfurnado no escritório da biblioteca, Alfonso abandonou tudo sem pensar duas vezes, e correu para lá. O coração ainda batia rápido quando chegou, o corpo molhado por causa da chuva.

_ Ana...- A voz dele vibrou, incerta sobre se aproximar ou não. A artista estava lá, encolhida feito um animal acuado no sofá de Sophia, que naquela altura se escondera em um dos quartos para dar privacidade aos dois.

Era como se Anahí estivesse perdida em seus próprios pensamentos para conseguir encará-lo. Era muito para assimilar, e ela temia não conseguir lidar com tudo aquilo.

Ele então se aproximou lentamente, se ajoelhando na frente dela que engoliu em seco, se retraindo com o toque das mãos dele em seus braços.

_ Olhe para mim.- Pediu, a voz beirando a desespero. Ela se manteve em silêncio.- Por favor, olhe para mim. O que quer que tenha acontecido, nós vamos resolver. Só... só olhe para mim.- Engoliu em seco vendo ela fechar os olhos com força.- Se você não olhar eu não consigo enxergar você, amor, por favor...

Quando Anahí finalmente abriu os olhos, estavam marejados, e foi como se um pedaço do coração de Alfonso tivesse se quebrado naquele momento.

_ E-eu..eu não consigo fazer isso agora.- Ela respondeu em meio ao choro. As palavras saindo com dificuldade.- Só... me dá um tempo para organizar tudo isso.- Apontou a própria cabeça, e em seguida voltou a fechar os olhos, dando as costas para ele que respirou fundo, se afastando rapidamente.

Tudo o que ele menos precisava naquele momento era forçar Anahí a ter uma conversa que claramente não queria. Entendia os momentos de extrema confusão dela, não fora muito diferente quando expos os seus sentimentos. Mas, apesar de conhecê-la, não doía menos ver a mulher que amava naquele estado.

Com um último olhar no corpo frágil da sua namorada, Alfonso foi até ao corredor. Sophia o aguardava de braços cruzados, a expressão tranquila.

_ Eu não falei para você vir aqui.- A loira falou assim que arrastou o escritor para um dos quartos.

_ E você queria o quê? Que eu ficasse lá de braços cruzados, enquanto a minha mulher está visivelmente quebrada por algo que eu nem entendo?.-  Perguntou, o olhar irritado.

_ Sua mulher é?.- Ela ergueu os olhos, sorrindo maliciosamente em seguida. Alfonso à encarou desacreditado, mas logo negou com a cabeça. Sabia que a amiga não era o ser humano mais normal do mundo, então não adiantava muito levar a sério tudo o que saia daquela boca.- Enfim, o x da questão é, a sua ex voltou dos infernos para cortar o seu pau.

_ De quem estamos falando?.- Alfonso ergueu os olhos realmente confuso.

_ Da Diana cara de demônio, de quem mais seria?.- Murmurou debochada. Alfonso teria rido se a situação não fosse preocupante.- Ela procurou a sua namorada e meio que deu a entender que você só está com ela por pena e que quando Jesus descer aqui na terra para nos julgar, você vai voltar para ela.

_ Você...

_ Escuta, você sabe que desde o que ela fez com você, eu tenho vontade de quebrar um dentezinho naquela boca de cascavel. Então saiba que se por algum momento, eu e ela nos esbarrarmos, eu vou presa, mas ela sai da minha mão com menos meio milhão de fios de cabelo e um sinal na cara.- Avisou, interrompendo o escritor que apenas soube arregalar os olhos tamanha era a sua surpresa.

A ArtistaOnde histórias criam vida. Descubra agora