Capítulo 2

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Segunda feira, o final de semana passou ligeiro.

Tenho aula hoje o dia inteiro, e já estou atrasada para pegar o ônibus. Vou ter que pegar o outro, resolvi dar uma caminhada agora de manhã com a Sophia pq ela ficou trancada em casa, até a tarde de ontem.

Apesar de ela já está acostumada e de eu deixar tudo organizado para ela, fico com pena. Minha vizinha está sempre olhando, pra ver se está tudo bem.
Saio de casa direto para o ponto de ônibus.

Passei o final de semana na Alessandra,  estudamos e de noite, fomos para um barzinho com outros estudantes, que ficaram na Universidade. Acabei saindo com o Danilo novamente, quando disse ao Murilo que não acreditava em relacionamentos, estava sendo sincera.

Gosto de sexo, por isso tenho sempre um ficante.

Não sou de ficar com várias pessoas ao mesmo tempo, mais também não me apego facilmente. Quando achar que essa relação já deu o que tinha que dá, cada um vai para o seu lado, nada de dramas desnecessários.

Eu gosto de ser sozinha, tomar minhas próprias decisões, não ter que dividir nada com ninguém.

Sempre fui assim,  independente, até dos pais. Comecei a trabalhar aos 16 anos e só demorei isso tudo pq minha mãe não deixou antes.

Desde os 16 tenho meu dinheiro,  isso me deu uma independência que não quero perder nunca.

Também não gosto de dar satisfação da minha vida pra ninguém, e relacionamento é um saco.

Relação aberta não, vc encontra quando der ou quando estiver a fim, ninguém fica magoado com isso ou te cobrando.

Danilo e eu nos conhecemos a quatro anos atrás, no começo da faculdade, num trote. No caso, ele estava aplicando o trote em mim.

De vez em quando saímos, não saio com outras pessoas pq não sinto necessidade e tbm pq meu tempo livre é para estudar, já ele, sai com um monte de gente e não me incomoda nenhum pouco. Pq na verdade eu adoro essa amizade colorida,  é muito cômoda para mim.

Fomos a um motel, matamos a vontade e depois cada um foi para o seu canto.

Alessandra acha um absurdo esse relacionamento de nós dois, ela acha que ele está me enrolando.

Eu sempre digo que o outro só enrola, se vc deixar ele te enrolar.

Eu só vou dar ao outro o que o outro tiver disposto a me dar, simples assim. Acho que o amor deve ser livre, não aprisionado entre quatro paredes, se aprisiona não é amor.

Alessandra costuma dizer tbm, que eu sou assim pq nunca me apaixonei por ninguém. Talvez ela tenha razão, essa loucura que algumas pessoas sentem uma pelas outras, eu nunca senti mesmo não, mais acho que ciúme e possessividade só existe em pessoas inseguras, graças a Deus, eu não me encaixo em nenhum desses casos.

Pego o ônibus e me acomodo no banco.

Meu pensamento vaga para o misterioso Murilo. Misterioso pq ele instigou a minha curiosidade, não sei explicar bem o que aconteceu, achei ele um cara infeliz. Daqueles que trabalham em algo que não gosta,  vivem  amargos rezando para que chegue a hora de ir embora.

Desde aquele dia me pego divagando sobre ele : "Será que ele sente falta da esposa? Será que ele faz algo que gosta? Será que tem filhos? Família?"

Não sou de ficar curiosa sobre a vida dos outros, mais a dele me desperta essa vontade de conhecer mais.

Não voltamos a nos falar, nas horas em que entrei no msn, ele não estava on LINE.

Talvez nunca mais fosse saber dele,  isso me intristecia de certa forma.

Sempre te amareiOnde histórias criam vida. Descubra agora