Capítulo 35

229 29 2
                                    


5 anos depois
Eva

Acordo, mais não quero abrir os olhos.
Que madrugada de merda!

Depois que me tornei mãe, é difícil ter uma noite de sono completa.
Principalmente nestes dias difíceis que nos encontramos.

Estamos em quarentena, por causa de um vírus mortal que tomou conta do mundo, e para protegermos as pessoas que amamos, temos que nos mantermos em casa. Ele vem com um simples resfriado, ataca as vias respiratórias em pouco tempo, e pode levar a óbito em alguns dias. Pessoas com doenças pré existentes e idosos, são os que mais sofrem com ele. É muito assustador!

Agora me diz como manter duas crianças pequenas e um cachorro serelepe em casa?

E eu nem estou falando do Gaspar, pq ele já é rabugento por natureza.

Missão suicida não é?

E para completar Luquinhas ainda está doente, hoje terei que ligar para a pediatra.

Eu sei que faz tempo que vcs não tem notícias de mim e que, provavelmente, estão boiando nos meus devaneios da parte da manhã, mais eu já vou explicar ...

Então...

Casei e com o casamento, ganhei Luquinhas de presente.

O sonho de Danilo era ser pai, e com a chegada da Hope esse sonho foi itensificado, e depois de muitos planejamentos, Luquinhas veio para coroar nossa família. Ele tem um aninho e é o pimentinha da casa.

Hope está com cinco, uma mocinha perguntadeira e muito inteligente, para o bem dela. Em tudo ela mete o bedelho e dá o seu pitaco.

Agora imagine manter essas duas feras dentro de casa, não podendo nem ir ao parquinho, e sem a babá para me ajudar. Com o isolamento tivemos que diminuir a caraga horaria da Lola (babá) para apenas três dias, que coincide com os dias que eu e Dan temos que ir para a clínica. Os outros dias eu fico em casa trabalhando do escritório de casa e exercendo meu papel de mãe. Para que ela não se arriscasse muito, ela passou a dormir aqui esses três dias, e para se locomover para cá ou para sua casa, eu ou Dan a levamos de carro.

Durante esses cinco anos a clínica expandiu, e tivemos que contratar mais profissionais para dar conta de tudo. Abrimos mais duas filiais: uma na Barra e outra em Caxias.

Eu e Danilo nos mudamos em definitivo para Barra. Compramos uma casa assim que casamos e com isso,  cuidamos das filiais ao redor.

Já Alessandra e Henrique passaram a cuidar da matriz e as que estavam mais perto deles. Proporcionando ao Henrique mais tempo com a família, que também cresceu. Tiveram mais uma menina, chamada Maria. Romeu continuou com a de Botafogo e reserva com Danilo e comigo a de Ipanema.

Com todo crescimento que tivemos e com este ano atípico, a empresa estava em stand by. A maioria dos funcionários estavam trabalhando de casa, e só as emergências, eram atendidas. Desenvolvemos um projeto de consultas on line com visita em casa para vacinação, e entrega de remédios. A avaliação de cada caso era feita, e só ia para a clínica casos que não tinham como ser atendidos neste sistema. Foi o modo que encontramos de não termos tanto prejuízo, e diminuir os riscos de contaminação pelo virus.

A empresa perderia dinheiro este ano, como todas as outras, mais tínhamos uma boa reserva para enfrentar este tipo de crise. Estávamos preparados!

Ouço o movimento na cozinha e sorrio, minha filhote é madrugadeira. Claro que já acordou e o Dan está se virando nos trinta para fazer seu leite. Ela é extremamente mau humorada de manhã, só costuma melhorar depois do leite.

Provavelmente Dan não me acordou, pq viu minha luta com Luquinhas durante a noite.

Vomitou, chorou de dor na barriga causada, por alguma porcaria que tenha comido.

Sempre te amareiOnde histórias criam vida. Descubra agora