Capítulo 32

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Eva -3 meses depois

FIM

E mais um livro que cheg ao fim. Olho para baixo e vejo Mona deitada com a cabeça em cima de minha barriga, redonda e avantajada.

Prestes a completar cinco meses de gravidez, me sinto cansada, com muita preguiça e gorda. Mais muito feliz!

Minha campainha toca e me demoro um pouco pra conseguir me levantar. Céus, se estou assim com cinco meses, imagine quando completar oito.

Pelas minhas contas, é esse período que Vanessa está. Eu e Murilo conversamos quase toda semana, mais não tive coragem de contar a ele sobre meu filhote. Ainda acho que é cedo. Fora que ela tem tido um gravidez complicada por causa da pressão alta.

Vou até a porta e abro dando de cara, com outro urso de pelúcia.

Danilo sempre traz um. O filhote nem nasceu ainda, mais se quiser pode se tornar microempreendedor de uma loja de ursos de pelúcia.

-Outro?
-Esse é diferente. Ele é antialérgico e vc pode lavar na máquina.
-Ele provávelmente é maior do que o filhote.
Observo pegando.
-Mais ele poderá dormi com ele na cama.
-Hummm. Tipo a fraldinha da Milena?
- Tipo isso. Estudos comprovam que crianças que dormem com um paninho ou ursinho são mais saudáveis.
-Pode me mandar a fonte desse estudo depois?
-Não sei, li em algum lugar. Importa?
-Não. Totalmente compreensível.

Ele se joga no sofá e Mona vai pra cima dele. Ele se tornou o seu humano preferido dela de uns tempos pra cá.
Se sou mãe solteira? Nem sei, pq ainda não consegui me sentir assim. Alessandra e Danilo não deixam. Danilo então, nem se fala, me acompanha em todas as consultas e exames. Me ajudou a escolher os móveis dos quartos, as roupinhas... Tudo...

Não só isso tem acontecido, ele também sismou que devemos nos casar. Pois é, segundo ele vamos ter um casamento maravilhoso. Não é a primeira vez que recebo está proposta dele, a anos atrás ele falou a mesma coisa, eu só não levei a sério, na época.

Eu até tenho que concordar, pq somos compatíveis na cama. É só deixar rolar, que rola. Somos amigos, parceiros de vida, sócios e agora compadres.

O que eu desejaria mais?

Existem muitos casamentos baseados no amor, que não tem a metade da cumplicidade que temos. Eu sei que casamentos para darem certo, precisam muito mais do que amor. E nós temos isso tudo. Então porque não?

Porque eu estaria sendo egoísta com ele?
Porque eu quero que ele tenha na sua vida, um amor igual ao que eu sinto pelo Murilo?

Não gosto da idéia de ele parar de buscar por isso e querer ficar comigo, apenas pq acha que é o certo a fazer. Ele diz que já teve um casamento por amor, mais eu acho que não. Porque amor não é o que ele sentia pela Vivian, nem de longe...

Eu sei que não consigo cortar o hábito de pensar por eles e tomar a decisão por eles

É um vício pensar nas pessoas que amo primeiro do que em mim. Um dia eu aprendo...

Ele merece paixão, fogo no rabo e alguém que o tire do prumo, alguém que o proteja e pense nele primeiramente.

-Pronta? ( Ele diz me olhando e me tirando de meus pensamentos)
-Sim, só vou pegar minha bolsa.
-Animada para saber o sexo do filhote?
-Sim, espero que dessa vez ele abra as pernas. Se não, vou desistir.

Vou para o quarto para pegar a bolsa.
Está rolando um bolão na clínica pra saber se o filhote é macho ou fêmea. Eu acho que seja fêmea e o Danilo acha que é macho, então pretendemos descobrir hoje.

Pego minha bolsa e volto para a sala.
Entramos no carro e vamos direto para a clínica.

*************

Estou deitada na maca com minha calça aberta e blusa levantada. O médico está pondo aquele gel gelado na minha barriga, para começar a ultra. Danilo está em pé ao meu lado de olhos vidrados para a tela.
-Vcs tem preferência para o sexo?

Pergunta o médico nos olhando.

Eu já cansei de dizer que o Danilo não é pai do filhote, mais todos os médicos sempre caem na mesma questão, achando que somos um casal. Então nem esquento mais, finjo que não entendo e ele faz a mesma coisa.

-Eu acho que seja fêmea e o Dan acha que é macho. Então está bem dividido.

O médico me olha e franze a testa.

-Macho e fêmea?

Eu me esqueço de explicar isso. Para nós veterinários, não há distinção entre cães e seres humanos. Então no começo, quando íamos falar do neném, sempre saia filhote. Cansamos de nós corrigir. Por isso falamos desse jeito.

-Somos veterinários.

Diz Dan, como se só aquela observação, já justificasse chamar o baby de filhote.

-Ahh tá.

Diz o médico ainda confuso.

-Bom, parece que a mamãe estava certa, sua filhote é fêmea.

Eu olho para ele rindo e ao mesmo tempo chorando. Céus, eu ando tão emotiva depois da gravidez. Olho para o Dan e ele sorri.

-Nossa Hope!

Ele diz:

- Que nome lindo!

Fala o médico.

-Obrigada!

************
Saímos do consultório e viemos direto para o shopping. Quero comparar o primeiro vestidinho da minha filhote.

Já liguei para minha mãe para contar a novidade. Ela ficou toda feliz.

Agora só falta ligar para. Alê. Faço a ligação.

- E aí?
Ela atende já perguntando.
-Hope

Ela dá um grito no telefone, que tenho que tirar do ouvido.

Danilo cai na gargalhada.

-Eu sabia! Eu sabia! Nossas filhas vão ser melhores amigas Eva.
-Pois é, se tivéssemos imaginado isso, não seria tão perfeito!
-Eu sei, aonde vc está?
-No shopping, vim comprar o primeiro vestido dela.
-Não compra lilás, eu já comprei um dessa cor.
-Vc comprou antes de saber?
-Sim, eu disse que tinha certeza. Vem cá, agora vc vai contar pra ele? Ele vai ser pai de  um menino, acho que ele ia ficar muito feliz em saber que ele será pai de uma menina também.
-Alê...
-Eva, vc me prometeu que ia contar.
-Eu vou contar, mais no meu tempo. Por favor, respeita!
-Ok! Quando chegar em casa, me avise. Beijo
-Beijo.

Desligo o telefone e olho para o  Dan, me observando. Ele sabe o que a Alê me perguntou, ultimamente eles tem me falado muito sobre isso. E eu estou de saco cheio desse assunto.

-Se eu estivesse no lugar dele, eu ia ficar muito puto Eva.
-Ate eu se tivesse no lugar dele, ficaria. Mais não vou expor minha filha a uma situação que pode trazer coisas ruins pra ela. Enquanto eu puder esconder, eu vou esconder.
-Ele não precisa assumir Eva. Mesmo pq nunca vai faltar nada para a Hope, mais ele tem direito de saber.
-Eu sei.
Suspiro e digo:
-Vamos naquela loja ali.

Aponto para uma loja de roupa de criança.

Eu não vou tomar essa decisão no tempo deles, será no meu tempo e do meu jeito.

E eles tem que entender isso!

Sempre te amareiOnde histórias criam vida. Descubra agora